Justus perde a paciência com demora na liberação da BR-376: “não dá mais para ficar sendo enrolado por essa concessionária”

Nesta quarta-feira (7), o prefeito de Guaratuba, Roberto Justus (União), perdeu a paciência com a concessionária Arteris Litoral Sul, que administra a BR-376, a qual está bloqueada há 10 dias, desde que houve a queda de barreiras no km 668, no dia 28 de novembro. Devido à interdição total da pista, o fluxo de toda a BR 101 e 376 está sendo desviado por dentro de Guaratuba e Matinhos, o que representa horas de espera nas longas filas que se formaram para a travessia da balsa.

Motoristas vindos de Curitiba, interior do Paraná, São Paulo, Paraguai, Argentina, Mato Grosso do Sul, que pretendiam ir para Santa Catarina ou Rio Grande do Sul, por exemplo, estão passando pelas duas cidades do Litoral do Paraná. O mesmo problema acontece no sentido oposto, em especial com caminhões que, vindos do Sul do País, precisam se deslocar para Paranaguá, Curitiba, interior do Estado ou São Paulo.

Em entrevista à rádio CBN Curitiba, Justus afirmou que a balsa de Guaratuba está operando em sua capacidade total, porém, não é o suficiente para dar conta da demanda extraordinária e incomum. “É uma sobre demanda fora do comum e de qualquer tipo de possibilidade de previsão, decorrendo do bloqueio da 376, este sim o verdadeiro problema, e a causa de todo esse transtorno que está acontecendo”, disse.

“Nossa paciência acabou”, diz Justus

No decorrer dos 10 dias de bloqueio da BR-376, não há qualquer informação repassada pela concessionária a respeito da previsão de liberação da pista. Dia após dia, a Arteris apenas informa que está com equipes trabalhando no km 668,7 da rodovia, para reestruturação da infraestrutura do trecho, incluindo recuperação do pavimento e sinalização. De acordo com a empresa, os esforços são para a liberação da via ao tráfego no menor prazo possível, porém, sem nenhum tipo de estimativa para o fim do serviço.

A falta de informações conclusivas pela concessionária causou a reação exaltada do prefeito. “A nossa paciência acabou, não dá mais para ficar sendo enrolado por essa concessionária que fica dizendo que está concluindo, fazendo, analisando, e não entrega nada, causando todo esse transtorno. Se a concessionária tivesse o respeito com os seus usuários e com os moradores da região, prestando informações concretas, informando que serviço está sendo feito, quanto tempo vai levar para terminar, toda essa gente que está aqui em Guaratuba, morando dentro de seus carros, estaria planejando melhor”, desabafou.

Roberto Justus ainda comentou que conversou com um representante da Arteris Litoral Sul. De acordo com ele, um funcionário informou que não sabe a razão pela qual a concessionária não tem previsão para terminar o serviço, uma vez que haveriam engenheiros trabalhando na pista, analisando riscos de novos desmoronamentos, e que uma equipe estaria pintando as faixas da pista.

“A Arteris não consegue prever quanto tempo vai levar para desbloquear uma estrada”, questiona o prefeito

“Qual é o engenheiro que não sabe dizer quanto tempo vai levar para terminar essa análise, por quanto tempo seguirá a interdição? Eles só dizem que não há previsão, mas o homem tem condições de prever quanto tempo levará para chegar em Marte, e a Arteris não consegue prever quanto tempo vai levar para desbloquear uma estrada?”, questionou o prefeito.

Ele apontou que as informações são cruciais para que o Município, bem como as demais cidades do Litoral, possa se planejar e criar estratégias para o final de ano, data em que a região recebe milhares de turistas. Justus ainda informou que Guaratuba está enfrentando diversos prejuízos devido à interdição da BR-376.

“Tá causando prejuízo no setor hoteleiro, porque as pessoas não sabem se isso vai acabar hoje ou se prolongar até as festas de final de ano, então, para evitar as multas por cancelamento em cima da hora, já estão cancelando suas reservas de Natal e Ano Novo. Além de prejuízo para a nossa economia, para os moradores que não conseguem ter uma rotina, não conseguem chegar em casa, ir trabalhar, que veem na frente de suas casas as pessoas fazendo necessidade nos muros, que estão inseguros porque as pessoas estão tensas, nervosas, brigando nas esquinas. Isso está insustentável”, confessou.

Sem prazo para liberação da via

Para ele, bastaria que a concessionária informasse qual o serviço está sendo realizado para a desobstrução da via, e quanto tempo levará para ser concluído, para que a situação melhorasse, uma vez que os motoristas poderiam se planejar melhor em suas rotas. Ele orientou as pessoas a buscarem rotas alternativas – mesmo que mais distantes -, uma vez que por mais que a distância seja maior, o tempo da viagem será mais curto, já que em Matinhos/Guaratuba há filas de mais de 10 horas de espera.

O JB Litoral procurou a Arteris Litoral do Sul que, mais uma vez, informou apenas que os trabalhos seguem no local e que qualquer novidade será informada. “A Arteris Litoral Sul segue com equipes trabalhando no km 668,7 da BR-376/PR, em Guaratuba, para reestruturação da infraestrutura do trecho, incluindo recuperação do pavimento e sinalização. Essa etapa é importante para que a rodovia possa garantir a máxima segurança para os usuários, o que é a prioridade da empresa neste momento. Os esforços da concessionária são para a liberação do trecho ao tráfego no menor prazo possível”, disse.