Mais de R$ 2 milhões em saneamento para Pontal do Paraná: ampliação da rede de esgoto e estação elevatória para balneários deve combater poluição nas praias

Uma parceria entre a Prefeitura de Pontal do Paraná e a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) vai levar mais de R$ 2 milhões em investimentos para o saneamento básico dos balneários Iracemã, Monções, Canoas, Jacarandá, Grajaú e Marissol. O acordo, assinado na última terça-feira (7), prevê melhorias na infraestrutura da rede de esgoto local.

O prefeito Rudisney Gimenes Filho (MDB), o Rudão, destacou a importância do investimento para a qualidade de vida da população. “O saneamento básico é fundamental para a saúde pública e para o meio ambiente. Com essa parceria, vamos melhorar significativamente as condições das redes de esgoto dos balneários, evitando a poluição das praias e dos canais“, afirma.

A parceria estratégica tem como objetivo não apenas ampliar a abrangência do saneamento básico, mas também instalar a infraestrutura em áreas atualmente desprovidas, conectando mais de mil residências ao sistema, além de viabilizar a construção de uma estação elevatória de esgoto.

Ampliação da rede e estação elevatória

A primeira etapa das obras, já iniciada, vai contemplar a ligação de cerca de 400 casas à rede de esgoto em Iracemã e Monções. Em seguida, será a vez dos balneários Jacarandá, Canoas, Marissol e Grajaú receberem a ampliação da rede e a construção da estação elevatória. A estação vai bombear o esgoto do ponto mais baixo para um ponto mais elevado, até chegar em uma rede de tratamento (ETE).

“O projeto para executar a estação elevatória vai contemplar o Jardim Jacarandá, Canoas, Marissol e Grajaú, para evitar o descarte irregular de esgoto em nossos canais, o que polui nossas praias“, detalhou o prefeito, destacando a importância da iniciativa.

Combate ao descarte irregular

O presidente da Sanepar, Claudio Stabile, esteve em Pontal do Paraná na última quarta-feira (8), junto com o deputado estadual Antônio Anibelli Neto (MDB), visitando os pontos mais afetados pela falta de saneamento. Ele ressaltou que a ligação das casas à rede é fundamental para combater o descarte irregular nos canais. “Essa conexão com a rede vai contribuir para evitar a questão do esgoto indo para o mar. Se o canal está poluído, é porque há descarte irregular. Com a rede de esgoto passando na frente das casas e a população aderindo, conseguiremos manter o canal limpo, servindo apenas como drenagem da água da chuva das ruas”, diz.

Stabile também destacou a importância da conscientização da população. “Se não houver conscientização da população para agir junto, não adianta apenas fazer a rede de esgoto. Precisamos trabalhar juntos, pois ninguém quer que as pessoas fiquem doentes, que o mar fique poluído, que haja problemas com a fauna e a flora“, afirma.

O prefeito Rudão Gimenes reforçou o compromisso da Administração Municipal em monitorar o cumprimento da adesão dos moradores à rede de esgoto. “Trabalharemos em parceria com a Sanepar, nossa Vigilância Sanitária e o Instituto Água e Terra, coordenando esforços para fiscalizar e conscientizar a população. Se necessário, aplicaremos as medidas punitivas cabíveis para garantir que os moradores que têm acesso à rede de esgoto em frente às suas residências façam a conexão de forma adequada, evitando o descarte irregular nos canais“, enfatiza.

Pontal tem 75% de esgoto tratado

De acordo com Stabile, o prazo para a conclusão das obras da construção da estação elevatória e das novas redes vai depender de diversos fatores, como a situação do terreno e das moradias próximas à construção. “Se tudo correr conforme o planejado, em 90 dias teremos a contratação da empresa responsável pela Prefeitura e, possivelmente, o início das obras“, diz.

Atualmente, Pontal do Paraná conta com 75% de coleta de esgoto tratada, um número que, segundo a Lei Nacional nº 14.026 de 2020, deve chegar a 90% em 2033. “Com certeza, atingiremos esse número muito antes“, afirma o diretor-presidente da Sanepar.

Polêmica sobre desvio do canal deve ser solucionada

Entretanto, nos últimos meses, a questão do saneamento básico em Pontal do Paraná tem sido alvo de polêmica. Moradores dos balneários Marissol e Grajaú expressaram descontentamento com uma medida adotada pela Prefeitura: o desvio no canal Lagoa Amarela. Embora essa ação tenha resolvido problemas de alagamento na região, acabou por contaminar a praia, uma vez que o canal, já poluído devido ao descarte irregular de esgoto por parte dos moradores, deságua diretamente no mar.

Priscila Leduc e Suely Neves, moradoras do balneário Grajaú, compartilham com o JB Litoral as consequências do desvio realizado. Segundo elas, essa medida afetou tanto o comércio da área quanto a qualidade de vida dos moradores, que agora evitam frequentar a praia.

“Anteriormente, o canal desaguava no balneário Olho D’água, onde a população é menor e já havia o histórico da falta de balneabilidade, então não havia tanta preocupação com a poluição da água. No entanto, com a mudança, nossa região tem sofrido os impactos, afetando até mesmo o movimento comercial, já que as pessoas evitam permanecer aqui“, lamentam. Elas ainda ressaltam a importância de ações como a limpeza regular e o desassoreamento do canal Lagoa Amarela, bem como a necessidade de uma contenção adequada no desvio para evitar danos à restinga.

O prefeito Rudão Gimenes, por sua vez, assegura que as iniciativas em curso resolverão esses problemas, abrangendo toda a região afetada. “Isso contemplará toda a região ao redor desse canal que deságua no mar. Desta forma, conseguiremos fazer com que as pessoas adiram à rede de esgoto, mantendo o canal limpo, sem descarte irregular e, consequentemente, sem descarte na praia“, conclui.