Banco de rações de Pontal do Paraná chega a quase 10 toneladas doadas


Por Amanda Batista Publicado 10/10/2023 às 11h20 Atualizado 19/02/2024 às 01h50
Cuidadores da cidade não dão conta de número de cães e gatos abandonados. Foto: Prefeitura de Pontal do Paraná.

Desde maio de 2022, Pontal do Paraná possui uma política de proteção aos animais estabelecida na Lei Municipal nº 2.317. Entre as ações previstas na legislação, estava a criação de um “Banco de Ração”, que já angariou e doou quase 10 toneladas para cuidadores de cães e gatos da cidade.

Apesar da doação mensal, que é de grande ajuda aos voluntários da causa animal, os cuidadores enfrentam dificuldades para manter os pets, devido à dificuldade de adoção e gastos com a saúde dos animais.

Célia Xavier, de 68 anos, mora no balneário Shangri-lá e é uma das cuidadoras voluntárias. Ela resgata animais há mais de 30 anos e se dedica de forma integral aos 20 cães e 15 gatos que mantém em casa.

Além de ser responsável por alimentar e dar assistência médica para os animais resgatados, ela ainda cuida, diariamente, de outros 10 gatos e 3 cachorros que vivem na vizinhança.

Para a aposentada, a principal dificuldade em manter os animais é o alto custo com ração, remédios e despesas veterinárias. “A prefeitura fornece 15 kg de ração de gato mensalmente. Eu compro o restante, gastando cerca de R$ 700 a R$ 900 mensais. É um gasto muito grande, mas faço isso por amor aos animais”, diz a senhora.

Para dar continuidade ao trabalho voluntário, ela conta com apoio de ONGs e da Prefeitura de Pontal, que oferece consultas veterinárias gratuitas e ajuda com medicamentos. Quando necessário, ela faz arrecadações através de vaquinhas, rifas e ações entre amigos para cobrir despesas em clínicas particulares.

Sobre os 13 animais de rua sob sua responsabilidade, Célia fala das dificuldades de arranjar um lar para eles. “Esses eu não trago para casa porque não tenho condições e porque mesmo quando a gente cuida, é muito difícil encontrar pessoas que queiram adotar os animais. A maioria só quer bicho de raça”, desabafa a senhora.

Como ajudar

Para a cuidadora, qualquer ajuda é bem vinda, seja em ração ou quantias em dinheiro para procedimentos de saúde dos animais. “Se a pessoa sentir no coração que pode ajudar, eu aceito. Agora mesmo vou fazer uma campanha para a cirurgia de remoção de tumor em um dos cachorrinhos, mas se a pessoa poder doar ração mesmo, já ajuda bastante“, acrescenta a cuidadora.

Célia explica que ainda fará o orçamento da cirurgia com a clínica veterinária, mas que os interessados em contribuir podem entrar em contato pelo número: (43) 99980-0674.

Apego aos animais

Elisandra Andrade, moradora da Praia de Leste, também faz parte da rede de proteção da cidade. Ao longo de 15 anos, ela já resgatou mais de 250 animais, entre cães e gatos. Atualmente, abriga 34 animais em seu sítio e conta com apoio mensal de 15 kg de ração para cães doados pela prefeitura.

Antes eu recebia 15kg para gatos e outros 15kg para os cachorros. Porém, por conta da quantidade de cuidadores e animais de rua, as doações diminuíram. Apesar disso, toda contribuição faz diferença e eu não deixo de cuidar dos que encontro pela rua”, diz a cuidadora.

Assim como Célia, Elisandra não resgata mais animais, mas auxilia animais de rua e contribui temporariamente com o cuidado de filhotes.

Não posso resgatar mais, mas também não doou nenhum dos meus. Agora eu cuido de alguns que ficam na rua, ajudo os tutores que me procuram e cuido de filhotes por 6 meses até que eles possam ser adotados. Faço assim porque não tenho mais espaço ou condições de resgatar mais animais”, explica.

Para evitar brigas por território, a casa da cuidadora é toda adaptada: de um lado, ficam os cães que são “amigos” e não disputam território; do outro, ficam os mais “esquentadinhos”, no canil. E para não misturar cães e gatos, ela construiu uma estrutura suspensa para os felinos.

Meus bichos são minha vida, faço questão de dar o máximo de conforto que posso para eles. Por isso construí caminhas para os gatos que ficam penduradas no telhado, para não serem incomodados pelos cães, e faço um trabalho de adaptação quando resgato algum novo animal”, diz Elisandra.

Apoio às ações do município

Para colaborar com a Rede de Proteção Animal, que engloba dezenas de cuidadores de Pontal do Paraná, os interessados podem entrar em contato com a Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, na sede da prefeitura, em Praia de Leste ou através dos números de telefone: (41) 3455-9643 ou (41) 93500-7993 WhatsApp.