Mesmo que obras de contenção terminem nos próximos dias, BR-277 segue sem previsão de liberação total


Por Flávia Barros Publicado 12/12/2022 às 18h56 Atualizado 17/02/2024 às 23h54
Rochas foram retiradas dias depois do deslizamento, mas obras de contenção demoraram mais de um mês e meio para começar. Foto: AEN

Nesta quarta-feira (14) completará dois meses que cerca de 30 toneladas de rochas despencaram nas imediações do Km 42, mais precisamente no Km 41,5 da BR 277, em Morretes, no sentido Paranaguá. Desde então, quem precisa fazer o trajeto entre o Litoral e a capital enfrenta filas, diariamente, seja subindo ou descendo a Serra do Mar. A expectativa era de que tudo que desceu morro abaixo fosse retirado e o tráfego pudesse ser restabelecido integralmente em alguns dias. Porém, a situação piorou ainda mais quando, um mês e meio depois, no final de novembro, ocorreram mais deslizamentos próximos ao de outubro.

PREVISÃO DE TÉRMINO, MAS NÃO DE LIBERAÇÃO

O contrato assinado na última semana de outubro é de R$ 1.651.722,78 e contempla a contenção da parte de cima da encosta, onde ficam as rochas maiores, com a instalação de uma tela metálica, fixada com pregos.  De acordo com a informação repassada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ao JB Litoral, nesta segunda-feira (12), já há uma data para término das obras de contenção.

Sobre a queda de barreira no km 41,5 da BR-277/PR, o DNIT contratou serviços para implantação de telas de alta resistência e contrafortes de concreto. Estimamos a conclusão desse serviço dia 22 de dezembro”, disse por meio da assessoria de imprensa.

Mas não dá para se animar e pensar que isso significa que as restrições acabarão, mesmo após mais de dois meses de transtornos. Ainda segundo o DNIT, não está definido se as outras duas áreas dos deslizamentos posteriores também precisarão de reparos.

Nas outras duas quedas de barreira, os km 40,0 e 41,3, o DNIT realiza inspeções técnicas com geólogos e levantamentos topográficos dos dois locais, com o equipamento do tipo laser scanner aéreo, com drone. Para esses locais, ainda não há data definida para a conclusão dos trabalhos”, finalizou .

Ou seja, é possível que, mesmo que o prazo das obras de contenção no Km 41,5 seja cumprido e elas estejam concluídas antes do Natal, o fluxo continue com desvio, em pista simples.

PREJUÍZOS

Com o tráfego prejudicado, de acordo com estudo feito pela Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), com “apenas” 25 dias de trânsito mais lento a perda já era de quase R$ 35 milhões em negócios no setor do transporte rodoviário. O levantamento usou como comparativo uma carreta com capacidade de transportar 54 toneladas até o Porto de Paranaguá. Os valores foram calculados levando em conta 25 dias e o custo por 8 horas de trabalho e também o valor de uma diária de um caminhão em Paranaguá. O cálculo também leva em conta o aumento do tempo de viagem que os caminhoneiros estão enfrentando com a interdição de uma pista na BR-277. Com o trecho completamente livre a velocidade média de um veículo deste porte é de 48 km/h. Já com a pista interditada, caiu para 28 km/h.