Morretes: vereador que admitiu ter matado cão de vizinho sai escoltado da Câmara
Uma semana após admitir que matou a cadelinha de um vizinho por, supostamente, o animal ter atacado o seu filho de sete anos, após correr atrás de galinhas, o vereador Celso Ferreira de Souza (PROS), o Celsinho das Alface, foi alvo de mais um protesto e teve que sair da Câmara Municipal de Morretes sob escolta policial, na manhã desta segunda-feira (2), após a cerimônia de posse da nova mesa diretora da Casa legislativa, em que o parlamentar foi empossado como segundo secretário.
A PORTAS FECHADAS
Enquanto a família tutora da cadela Pipoca (morta pelo vereador no começo da semana passada com um tiro de espingarda) e integrantes de entidades de proteção animal de Paranaguá e Morretes protestavam com cartazes e apitos em frente à Câmara de Morretes, acontecia a primeira reunião do ano com o objetivo de empossar a nova mesa diretora, eleita em 14 de dezembro de 2022.
De acordo com uma das defensoras da causa animal que participou do protesto, a reunião começou mais cedo do que o previsto, na sala da presidência e com a porta trancada. Houve discussão entre o representante de um veículo de comunicação local e o advogado de defesa de Celsinho das Alface, Aurélio Savi. Com o ânimo dos presentes exaltado, a Polícia Militar foi chamada e escoltou o vereador até a saída da Câmara, de onde saiu sem falar com a imprensa.
INVESTIGAÇÃO
A recém-empossada presidente da Câmara de Morretes, Luciane Costa Coelho (Podemos) afirmou que ainda não recebeu um pedido formal de apuração dos fatos.
“A Câmara estava em recesso e, até o momento, não recebemos nenhum pedido formal de investigação ou afastamento. Vamos aguardar as investigações, até porque foi aberto um inquérito civil, e estamos aguardando iniciar os trabalhos aqui da Câmara para tomar uma posição“, disse a parlamentar.
PREFEITURA SE MANIFESTOU
Com a repercussão do caso, a Prefeitura de Morretes também se posicionou. No final da semana passada, a administração municipal divulgou uma nota em suas redes sociais em que declarou ser totalmente contra qualquer ato de violência contra os animais, mas ressaltou que por ser um órgão do poder executivo não tem competência ou autoridade sobre um órgão do poder legislativo, “sendo portanto, nesse caso, obrigado a aguardar as investigações e representações dos órgãos responsáveis, da Polícia e da Justiça”, diz a nota.