“Não precisamos mais esperar na chuva e no frio”, diz beneficiária da Casa de Apoio de Matinhos em Curitiba


Por Amanda Batista Publicado 26/10/2023 às 15h51 Atualizado 19/02/2024 às 03h16
A Casa de Apoio fica na Avenida Prefeito Omar Sabbag, número 947, Jardim Botânico, Curitiba. Foto: Prefeitura de Matinhos

Após quatro meses desde a inauguração, a Casa de Apoio à Vida de Matinhos, localizada na Avenida Prefeito Omar Sabbag, n.º 947, em Curitiba, já realizou mais de 800 atendimentos e mudou a vida dos moradores que precisam recorrer à capital para fazer os mais diversos tratamentos de saúde.

A acomodação, que oferece local para banho, alimentação e até pernoite, também transporta os pacientes acolhidos até os locais dos exames ou consultas. Em média, a residência recebe cerca de 25 pessoas por dia.

A coordenadora, Silvana Dal Moro, explica que todos os pacientes que chegam são acolhidos e apresentados à instalação. Lá, eles recebem orientações sobre o uso do local e fazem agendamentos do transporte que os leva aos hospitais da cidade.

A maioria dos pacientes que recebemos fazem tratamento de oncologia. Eles precisam ficar aqui de segunda a sexta e retornam para casa no final de semana, então acabamos criando um vínculo nesse acolhimento”, diz Silvana.

A coordenadora ainda conta que os beneficiários, que antes precisavam ficar na rua ou pagar por acomodações temporárias, consideram a casa um hotel cinco estrelas.

Aqui nós temos uma ampla estrutura, com um espaço confortável, serviço de zeladoria, vigilância e serviços gerais a custo zero. É por isso que os pacientes chamam a casa de hotel 5 estrelas”, afirma orgulhosa.

Adeus às horas de espera na rua

Dona Maria Aparecida fala sobre a mudança na rotina com a Casa de Apoio. Foto: Arquivo pessoal.

Maria Aparecida Rocha, de 79 anos, é uma das beneficiárias da casa. A idosa faz tratamento a cada dois meses por conta de problemas cardíacos. Como não pode realizar a cirurgia, por conta da saúde debilitada, ela faz acompanhamento médico e exames de rotina.

“Foi uma vitória para nós”, fala a aposentada sobre a Casa. “Antes, as visitas à Curitiba eram muito difíceis para todos nós. Chegávamos lá cedo, umas 6h, e tínhamos que esperar muito tempo pela consulta, às vezes eu esperava até 2h na rua. Agora temos um abrigo, não precisamos mais esperar na chuva e no frio”, desabafa a aposentada.

Uma grata surpresa

Ismar Michelini, de 73 anos, paciente do Hospital Erasto Gaertner de Curitiba conta que teve uma grata surpresa ao descobrir o serviço. “Ser recebido e orientado na Casa me ajudou muito no desenrolar do meu tratamento contra o câncer. Diria até que o apoio foi imprescindível, não só a organização, o cuidado dos ambientes e atendimento, mas também pela maneira como fui tratado por todos. É muito bom ver o dinheiro dos contribuintes retornando em benefícios para todos, principalmente para os mais necessitados”, ressalta o paciente.

Ismar ao lado de Silvana, coordenadora da casa. Foto: Arquivo pessoal.

Apoio para o casal

Aparecido de Oliveira, de 71, também precisa ir constantemente à capital para tratamento do câncer de próstata e metástase nos ossos. Devido à sua condição delicada de saúde, é a esposa, Maria Aparecida, de 73 anos, quem o ajuda no dia a dia e busca os serviços públicos de saúde.

Maria conta que precisa ficar na capital com Aparecido três dias da semana para os companheiros tomar as injeções dos medicamentos, fazer a quimioterapia e exames de controle. “É uma rotina cansativa, mas o atendimento da Casa é nota mil, eles nos ajudam em tudo que a gente precisa”, destaca.

Com o tratamento, Aparecido está retomando aos poucos a vitalidade, mas ainda não tem condições de andar ou passar muito tempo sentado. Como o casal não possui parentes próximos, é Maria que, apesar da idade avançada, precisa carregá-lo da cadeira para a cama e vice-versa.

Como eu tenho artrose e tendinite, não tenho força para sustentá-lo, acabo tendo que arrastar o corpo dele, e é muito difícil vê-lo sofrer, ter que passar por tudo isso. É triste, mas tenho fé que ainda teremos muita vida pela frente”, afirma otimista.

Aparecido de Oliveira ao lado da esposa Maria, que cuida dele sozinha. Foto: Arquivo pessoal.

Outros desafios

Os desafios da estadia e do transporte já foram superados, mas agora, o casal busca recursos para comprar uma cadeira de rodas adaptada, já que a atual foi doada há 4 anos e, por conta do tempo de uso, causa fortes dores em Aparecido.

A que ele usa é apertada, machuca os quadris e já derrubou ele três vezes. Por isso, estamos em busca de uma doação para comprar uma nova adaptada. Qualquer quantia faz a diferença”, destaca Maria.

Para ajudar o casal, basta fazer um PIX para a chave: 016.010.399-13.

Por conta do tempo de uso, a cadeira de Aparecido precisa ser trocada. Foto: Arquivo pessoal.