Nova presidência do IHGP toma posse nesta quarta (1º) e convida população a preservar História parnanguara


Por Flávia Barros Publicado 30/01/2023 às 21h28 Atualizado 18/02/2024 às 03h50
IHGP funciona em prédio histórico desde 1931 e é mantido, sobretudo, pelas doações dos voluntários. Foto: JB Litoral

O amor por uma missão que passou de mãe para filha. É assim que a professora Simone Mello, da rede municipal de Paranaguá, acompanha há 35 anos o Instituto Histórico Geográfico de Paranaguá (IHGP). Quem a levou a conhecer e a se apaixonar pelo Instituto foi sua mãe, Mezi Pereira de Mello, que a conduziu na missão até maio de 2022, quando faleceu. Simone Mello será a nova presidente do IHGP pelos próximos dois anos. A solenidade de posse acontecerá nesta quarta-feira (1º), às 16h, na área externa da sede da entidade.
A presidente conversou com o JB Litoral, nessa segunda-feira (30), e contou quais projetos vai trabalhar em sua gestão.

VOLUNTARIADO

Todas as pessoas que trabalham e mantêm o IHGP funcionando, desde 1931, são voluntárias. Além de não receberem nada pelo trabalho, bancam do próprio bolso, junto com os associados, as contas básicas do local.

Comecei a ir com a minha mãe, e assim foi durante anos. Ela faleceu em maio do ano passado e eu dei continuidade. Agora chegou a minha vez de assumir a presidência. A gente paga uma mensalidade, que vai de acordo com o que cada um pode dar, um pix de R$ 100, R$ 50, para ajudar na manutenção, como luz, água, telefone, internet“, disse.

COMEÇAR PELA EDUCAÇÃO

Simone Mello também enfatizou que até hoje, com cerca de 30 anos de dedicação ao IHGP, ainda aprende bastante, e que os planos são de trazer professores e alunos para disseminar o conhecimento, para que parnanguaras tenham essa imersão na história da cidade.

A maior parte de nós está lá há muitos anos, mas agora estão vindo ‘agregados’ mais jovens, isso é muito bom e necessário. Aprendemos muito com os voluntários mais velhos que fazem questão de ir com frequência ao Instituto. Queremos disseminar esse conhecimento“, falou a presidente eleita.

Eu, como professora, o principal projeto é trazer professores e alunos para o Instituto Histórico. Infelizmente tem muitos professores que ainda não conhecem, então, o plano é levá-los lá para dentro. Primeiro eles tem que conhecer e, assim, repassar esse conhecimento aos alunos, mostrar que a história é muito mais do que a que vem prontinha nos livros que eles recebem na escola“, contou Simone ao JB Litoral.

CONQUISTAS

A luta para manter o IHGP é diária, mas a nova presidente destaca que também houve vitórias nos últimos anos. “Conseguimos a nota de Utilidade Pública, que nos dá a isenção de impostos, como IPTU e outros. Também conseguimos a isenção de uma taxa que pagávamos para a Marinha e recebemos uma verba da secretaria da Cultura, por meio da Lei Aldir Blank. Agora, vamos atrás da Utilidade Pública Estadual para recebermos verbas para a manutenção e algumas obras no IHGP“, revelou Simone.

CONVITE

Para quem ainda não conhece o IHGP, ele fica em um prédio histórico, na rua XV de Novembro, 621. A nova presidente convida todos a conhecerem. “Nós guardamos dentro do IHGP a história da Paranaguá. Primeiramente gostaria que acessassem nossa página no Facebook ou Instagram, lá eles vão encontrar uma amostra do que se encontra no Instituto. Para se associar, basta ir até lá. Estamos abertos toda segunda, quarta e sexta-feira, das 13h30 às 17h30. Ficaremos muito felizes em recebê-los“, finalizou Simone Mello.

O INSTITUTO

Fundado em 1931, o objetivo do Instituto é preservar a história, cultura e tradições de Paranaguá e do Litoral. Com um acervo bibliográfico de mais de dois mil exemplares, o IHGP recebe pesquisadores de todo o Brasil em busca de informações para teses de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), na graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado, entre outros estudiosos que buscam conhecer a história da cidade e do Estado.

São livros, jornais, porcelanas, armas, moedas, instrumentos de trabalho e peças de mobiliário dos séculos 17 e 18, itens que retratam diferentes momentos da história. Destacam-se a imagem de Nossa Senhora das Vitórias e o canhão corsário francês, que naufragou na ponta da Ilha da Cotinga, em 1718. São cerca de cinco mil itens no acervo, além da parte de documentação, tudo digitalizado.