Pandemia aumenta o sedentarismo e mais pessoas recorrem aos deliveries de comidas prontas


Por Redação Publicado 06/08/2021 às 13h54 Atualizado 16/02/2024 às 09h24

Com o número de mortes provocadas pela Covid-19 ultrapassando os 35 mil em todo o Paraná, dos quais 1.102 no litoral, de acordo com o balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no sábado (31), e as flexibilizações das normas sanitárias visando diminuir contaminações, muitas mudanças ocorreram por conta da pandemia. O necessário isolamento social afastou as pessoas de exames de rotina e cuidados básicos com a saúde, para além das medidas em relação ao coronavírus. É o que aponta pesquisa divulgada em julho pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional PR.

O estudo foi realizado nos meses de maio e junho com endocrinologistas de todo o Estado e apontou que o isolamento, somado ao medo dos pacientes de se contaminarem pelo novo coronavírus, fez com que as pessoas deixassem de procurar auxílio, o que resultou no aumento dos casos de obesidade, sedentarismo e descontrole do diabetes.

Atividade física

Em muitos casos, esse receio de contaminação foi e continua real, mas para muitos serviu como desculpa para descuidar de outros aspectos importantes, como manter alguma atividade física, como explicou ao JB Litoral o professor de educação física, Marcos Junior.

Para ele, a pandemia foi o ponto de partida para aderir e expandir o que já era um projeto, as aulas on-line. Foi assim que o profissional viu a quantidade de alunos triplicar e ganhar a adesão, tanto daqueles que se tornaram sedentários, devido à pandemia, como de quem não fazia atividade física há anos. No entanto, ele alerta para a necessidade de uma mudança gradual e constante. “Não adianta a pessoa sair do total sedentarismo para querer fazer tudo ao mesmo tempo, ser um atleta. É muito mais importante adquirir hábitos que afastem o sedentarismo, que faz parte do grupo de risco para Covid, do que fazer algo que não vai conseguir manter. Então, andar mais, sem ser tão dependente do carro, trocar o elevador por escadas, se usar ônibus, descer um ou dois pontos antes e também andar mais na volta para casa, tomar mais água e ter um sono regular. Essas atitudes que parecem tão simples, se mantidas, são um começo para sair do sedentarismo”, disse o professor.

Ainda de acordo com Marcos Jr., que mora em Curitiba, mas tem alunos no litoral e continua atendendo on-line aqueles que se deslocam para a região, quer seja por motivos profissionais ou para temporada. A modalidade de treino funcional on-line e a mentoria para corredores iniciantes foram aderidas pela maior parte dos alunos, que atendia presencialmente, antes da pandemia.  “Pelo menos 80% dos alunos aderiram à modalidade on-line e com essa que seria apenas uma alternativa eu vi a quantidade dos meus alunos crescer bem mais do que eu imaginei e fico muito feliz que as pessoas estão conseguindo manter suas atividades físicas, que são tão importantes para a saúde, mesmo com o isolamento social”, finalizou o profissional de educação física. 

Facilidade da comida na porta

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), a indústria brasileira de alimentos e bebidas cresceu 12,8% no faturamento e 1,8% no volume de produção, em relação a 2019. O aumento das vendas reais foi de 3,27% no período. Já no Paraná, a indústria de alimentos teve desempenho superior à média nacional, pelo menos no que se refere à produção física. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em 2020, o setor cresceu 9,3%.

Um dos seguimentos atendidos pela indústria de alimentos é o que fornece comidas prontas e faz delivery.

O JB Litoral entrou em contato com a empresa iFood para saber quais são os números dos pedidos no litoral, mas foi informado, por meio da sua assessoria de comunicação, que não divulga dados regionais. No entanto, informou que o iFood alcançou a marca de mais de 270 mil restaurantes na plataforma no mês de março deste ano, em todo o Brasil, dos quais, mais de 110 mil entre março de 2020 e março de 2021. Tanta adesão resultou no aumento significativo de pedidos por mês, saltou de 30 milhões em março de 2020, para 60 milhões em março de 2021.

A empresa informou, ainda, que desse total, 16 milhões, cerca de 30%, vêm de restaurantes cadastrados há um ano no aplicativo.

Tanto crescimento foi percebido pelos entregadores, em Paranaguá. Aguinaldo Barboza conversou com o JB Litoral e contou que já fazia suas entregas para alguns restaurantes da cidade, mas com a pandemia ocorreu um “boom”. “Com a pandemia, muitos restaurantes correram para criar os próprios aplicativos de entregas para fugir das taxas cobradas por essas empresas como o iFood, mas aumentou muito as entregas pelo app também, pois muita gente já está acostumada com o iFood e compra por ele mesmo, a antiga modalidade, que era ligar para pedir, está ficando cada vez mais para trás. No meu caso, o aumento das entregas que faço pelo iFood foi de 60 a 70%, muita gente que nem pedia comida em casa antes, começou a pedir por esse app,” comemorou o motoboy.

Por Flávia Barros