Paranaguá enfrenta alto risco de proliferação do Aedes aegypti, revela pesquisa


Por Luiza Rampelotti Publicado 13/03/2024 às 16h35

Na última terça-feira (12), a Coordenadoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA) divulgou o informe epidemiológico da dengue, com os dados de 30 de julho de 2023 a 5 de março deste ano. Durante o período, 956 pessoas tiveram a confirmação da doença em Paranaguá.

Com a preocupação com a dengue na cidade, uma importante pesquisa foi realizada em Paranaguá entre 22 a 26 de janeiro: o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa). Os resultados revelaram uma situação alarmante: um alto risco de infestação do mosquito Aedes aegypti no município.

LIRAA dengue
Durante cinco dias, agentes de endemias percorreram todo o município em busca ativa de criadouros do mosquito. Foto: Prefeitura de Paranaguá

Durante cinco dias, agentes de endemias percorreram todo o município em busca ativa de criadouros do mosquito. A coleta de larvas realizada durante essa operação possibilitou uma avaliação precisa da infestação do Aedes aegypti e de outras espécies de mosquitos, fornecendo informações importantes para as autoridades de saúde.

O sistema LIRAa fornece indicadores fundamentais para compreender e lidar com a presença desse vetor, como o Índice Predial e o Índice de Breteau, além de identificar os principais tipos de depósitos que servem como criadouros para as larvas do mosquito. E os números divulgados são preocupantes: o Índice Predial, que indica o percentual de imóveis positivos para larvas do mosquito, foi registrado em 9,2, enquanto o Índice de Breteau, que relaciona o número de depósitos positivos com o número de imóveis pesquisados, atingiu 11,6, o que evidencia uma condição favorável para a proliferação do Aedes aegypti em Paranaguá.

Os depósitos predominantes identificados durante o levantamento foram pequenos depósitos de lixo em residências, destacando a importância da conscientização e da adoção de medidas preventivas pela população.

Diante desse cenário, a secretária de Saúde Lígia Regina de Campos Cordeiro ressaltou a relevância da participação ativa da comunidade no combate ao mosquito transmissor da dengue e de outras doenças. “O controle eficaz do Aedes aegypti é fundamental para evitar surtos dessas enfermidades e o LIRAa desempenha um papel crucial na priorização de áreas de intervenção, permitindo a otimização de recursos e estratégias de combate ao vetor”, disse.

Áreas com infestação  

Os resultados do LIRAa por áreas de Paranaguá revelaram que todas apresentam algum grau de infestação, sendo que algumas áreas registraram índices mais elevados. A seguir estão os detalhes das diferentes áreas:

Área Vermelha: Compreende bairros como Jardim Esperança, Comerciários, Jardim Yamaguchi, entre outros. Dos 437 imóveis visitados, 49 foram identificados com larvas, sendo 53 amostras de Aedes aegypti.

Área Roxa: Inclui localidades como Colônia Santa Rita, Imbocuí, Vila Santa Helena, entre outros. Dos 498 imóveis visitados, 32 foram encontrados com larvas, sendo todas amostras de Aedes aegypti.

Área Azul: Engloba regiões como Beira Rio, Vila Portuária, Rocio, e outros. Dos 411 imóveis visitados, 17 foram identificados com larvas, sendo 28 amostras de Aedes aegypti.

Área Laranja: Abrange áreas como Jardim Alvorada, Raia, Palmital, entre outras. Dos 463 imóveis visitados, 57 foram encontrados com larvas, sendo 93 amostras de Aedes aegypti.

Área Amarela: Inclui bairros como Vila Divineia, Parque São João, Jardim América, e outros. Dos 473 imóveis visitados, 34 foram identificados com larvas, sendo 39 amostras de Aedes aegypti.

Área Verde: Compreende os bairros Sete de Setembro e Itiberê. Dos 207 imóveis visitados, 27 foram encontrados com larvas, sendo 33 amostras de Aedes aegypti.

Área Rosa: Inclui localidades como Alexandra e Rio das Pedras. Dos 124 imóveis visitados em Alexandra, 14 foram identificados com larvas, sendo 16 amostras de Aedes aegypti. Em Rio das Pedras, dos 75 imóveis visitados, 17 foram identificados com larvas, sendo 25 amostras de Aedes aegypti.

Além do trabalho das autoridades de saúde, é fundamental o envolvimento e a colaboração ativa de toda a população na eliminação de possíveis criadouros do mosquito em suas residências e comunidades. Somente com esforços conjuntos será possível reduzir os riscos de surtos de doenças transmitidas por esse vetor tão perigoso”, conclui Lígia Cordeiro.

*Com informações da Prefeitura de Paranaguá

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