Paranaguá teve o outubro mais chuvoso dos últimos 11 anos; entenda a razão de tanta chuva
Paranaguá enfrentou um mês de outubro excepcionalmente chuvoso em 2023, de acordo com dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar). A instituição revelou que este foi o outubro mais chuvoso dos últimos 11 anos.
Até o último dia do mês, terça-feira (31), a cidade registrou um total de 276,4 milímetros de chuva, quebrando recordes históricos. O outubro de 2023 superou todos os seus predecessores desde 2012, ano em que o Simepar começou a registrar dados pluviométricos na estação.
Antes deste ano, os outubros mais chuvosos eram de 2017, com 235,8 mm, e 2018, com 230,2 mm. A média mensal de chuvas em outubro na região é de 158,7 milímetros, o que torna o mês de outubro de 2023 excepcional em termos de precipitação.
O papel do El Niño
O Simepar explica que a causa desse grande volume de chuvas em Paranaguá está relacionada ao fenômeno climático conhecido como El Niño. Esse fenômeno, assim como o seu oposto, La Niña, influencia os padrões de transporte de umidade e, portanto, afeta a distribuição de chuvas em várias partes do mundo, incluindo o Brasil.
O El Niño tende a causar secas no Norte e Nordeste do país, com chuvas abaixo da média, ao mesmo tempo em que provoca chuvas excessivas no Sul e Sudeste.
O Simepar destaca que 2023 marcou o retorno do El Niño com intensidade, após três anos sob a influência de La Niña, que tem o efeito oposto, contribuindo para o resfriamento das temperaturas e padrões climáticos distintos. A mudança de um fenômeno para o outro pode causar oscilações significativas nas condições meteorológicas e climáticas, afetando as regiões em todo o Brasil.
Impactos e preparação
Esses registros históricos de chuva podem ter vários impactos nas comunidades locais, incluindo enchentes, deslizamentos de terra, e problemas de infraestrutura. Por isso, os moradores devem adotar medidas de precaução para proteger suas casas e pertences.
“O aumento da chuva também pode ser um lembrete da importância de políticas e ações para combater as mudanças climáticas e seus impactos cada vez mais evidentes. A compreensão e o monitoramento dos fenômenos climáticos, como o El Niño, são fundamentais para prever e se adaptar a essas condições extremas à medida que ocorrem com maior frequência”, explica o meteorologista do Simepar, William Max Romão, ao JB Litoral.
