Parnanguara que participou de invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília, é preso


Por Luiza Rampelotti Publicado 08/01/2023 às 23h26 Atualizado 18/02/2024 às 02h17

Na tarde deste domingo (8), extremistas bolsonaristas invadiram os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, no Distrito Federal (DF). No ato antidemocrático, promoveram uma verdadeira destruição nas sedes dos Três Poderes.

Segundo o que vem sendo divulgado na imprensa nacional, cerca de 4 mil bolsonaristas, que chegaram ao DF em 100 ônibus, participaram da tentativa de golpe de Estado, classificado como ato terrorista, inclusive pelo presidente Lula. Entre os invasores estava um parnanguara que já foi identificado, o empresário David Michel Maurício, pastor e proprietário do Estúdio Automotivo BR62, localizado na rua Arthur de Souza Costa, Vila Horizonte, em Paranaguá.

Em seu perfil no Facebook, David fez lives mostrando sua participação nos atos antidemocráticos. “Já entramos, o Congresso já é nosso. Vocês acham que o povo veio brincar? Quero cobrir para vocês, o Congresso já está tomado, a polícia liberou. Viemos preparados para a luta”, bradava.

David também participou do acampamento montado em frente à Capitania dos Portos, em Paranaguá, conforme imagens divulgadas em suas redes sociais. Em suas publicações, ele se mostra apoiador fiel do ex-presidente Bolsonaro e inconformado com o resultado das eleições de 2022, que elegeram Lula à presidência da República.  

https://youtu.be/SJAu2dUXrN0

Durante a invasão, vândalos destruíram obras de arte, computadores, vidraças, móveis, eletrônicos e entre outros, mas o rastro de destruição do patrimônio custeado pela população brasileira ainda está sendo contabilizado. Como se não bastasse, uma das imagens dos ataques, divulgadas pelos próprios invasores, mostra um homem com as calças abaixadas, simulando que iria defecar em um dos gabinetes do governo.

Além da destruição, os bolsonaristas também roubaram obras e objetos que ficavam expostos na galeria do Palácio do Planalto, bem como armas letais e não letais do Gabinete de Segurança Institucional, conforme denunciou o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, e o secretário do Ministério da Justiça, Wadih Damous.

Para frear a tentativa de golpe contra a democracia, o presidente Lula decretou intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal. O decreto vai vigorar até 31 de janeiro. Com a intervenção, os órgãos de segurança pública do DF ficam sob responsabilidade do secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Cappelli.

Após a intervenção, o Exército passou a atuar para reprimir a invasão e, apenas no fim da tarde, a Polícia Militar passou a agir para afastar os manifestantes golpistas que ainda ocupavam a área em frente ao Congresso. Por volta das 22h30, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que 300 vândalos foram presos, entre eles, o parnanguara David Michel Maurício, conforme mostram as imagens divulgadas nas redes sociais.

Parnanguara David Michel Maurício aparece algemado no segundo 37 do vídeo; ele está de casaco preto. Vídeo: Divulgação redes sociais

De acordo com o artigo segundo da Lei nº 13.260, também conhecida como Lei Antiterrorismo ou Lei de Terrorismo, a ação terrorista consiste na prática por um ou mais indivíduos de determinados atos, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública. A pena reservada para tais atitudes é de reclusão, de 12 a 30 anos, além das sanções correspondentes à ameaça ou à violência.