PF deflagra operação para desarticular organizações criminosas do tráfico internacional de drogas


Por Redação Publicado 20/09/2022 às 08h44 Atualizado 17/02/2024 às 17h36

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (20), em conjunto com o Centro de Operações Especiais (Cope) e a Interpol, a Operação “Duplo Risco”, visando desarticular organizações criminosas especializadas na prática do crime de tráfico transnacional de entorpecentes. A PF contou com o apoio das polícias espanhola, suíça e portuguesa, e agora conta com o apoio aéreo da Polícia Militar.

De acordo com as informações do Setor de Comunicação Social da Polícia Federal em Curitiba, durante a investigação, que iniciou no ano de 2017, foi possível efetuar minucioso aprofundamento do modus operandi destas organizações criminosas, o que possibilitou à corporação compreender o funcionamento de todas as etapas dos crimes praticados, desde a cooptação de aliciados (vulgarmente chamados de “mulas”), a preparação das malas contendo a droga, a compra de passagens e hospedagens, a orientação e os roteiros para aliciados, até a última etapa, consistente na entrega da droga para os traficantes no exterior.

As pessoas aliciadas eram preparadas para se passarem por turistas e assim levar a droga para o exterior, em especial para a Europa, Ásia e Oriente Médio. Por vezes, as organizações criminosas convenciam os aliciados para levarem seus próprios filhos menores nestas viagens, como mais uma forma de tentar ludibriar a fiscalização.

Segundo a PF, estes grupos causaram grave prejuízo social, uma vez que aliciam jovens que não possuem histórico criminal, geralmente pessoas de baixa renda, sob promessas de lucros fáceis e exorbitantes, iludindo-os com a possibilidade de viagens à Europa com todas as despesas pagas, inclusive aquisição de vestuário para a viagem.

Hoje estão sendo cumpridos sete mandados de prisão preventiva no Brasil, três mandados de prisão na Europa (dois na Espanha e um em Portugal), 80 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, bem como ordens de bloqueio de contas bancárias, sequestros e apreensões de imóveis e veículos de luxo, visando a descapitalização dos grupos.

Os investigados responderão pelos crimes de tráfico transnacional de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem cumulativamente chegar a 33 anos de prisão.

No Paraná, as ações ocorrem em Paranaguá, Arapongas, Contenda, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Francisco Beltrão, Mandirituba, Pinhais, Piraquara e São José dos Pinhais.

DUPLO RISCO

A expressão “Duplo Risco” remete ao fato de que muitos dos aliciados, chamados de “mulas”, viajaram do Brasil para a Europa transportando cocaína e no retorno trouxeram drogas sintéticas correndo, portanto, o risco de serem presos duplamente em cada viagem.