Pontal do Paraná tem a restinga mais preservada do Litoral e atrai turistas o ano todo, avalia pesquisador
Ela se estende ao longo dos 23 quilômetros de orla, passando pelos 48 balneários da cidade, colaborando (e muito) para o “status” de praias mais preservadas do Litoral. A área de restinga de Pontal do Paraná é a mais abundante e preservada do Sul do Brasil, entre as cidades com grandes núcleos urbanos, segundo divulgou, nesta terça-feira (16), a prefeitura da cidade. Em alguns balneários muito procurados pelos turistas, como Atami e Pontal do Sul, a faixa ocupada pela restinga chega a ter 400 metros de extensão até chegar à areia da praia. Em outros, onde é mais estreita, tem pelo menos 50 metros.
Preservação
Nos últimos meses, a Prefeitura de Pontal do Paraná tem atuado na manutenção e construção de novas passarelas ecológicas de madeira que se elevam sobre a faixa de restinga, levando até a praia, evitando que os turistas, moradores e vendedores ambulantes atravessem pisando sobre a vegetação. De acordo com a administração municipal, a visitação aumentou até fora da temporada de verão, uma vez que as passarelas permitem visão elevada da orla em alguns pontos com luneta.
Do ponto de vista da ciência, a restinga é uma planície costeira, junto ao mar, formada por solos arenosos no período Quaternário, o mais novo dos 11 ciclos da evolução terrestre. Foi quando surgiram os animais novos e, inclusive, o homem. A restinga separa a areia da praia e áreas de terra localizadas imediatamente acima.
Segundo o professor da Pontifícia Universidade Católica, a PUC Paraná, e membro do Instituto Pró-Restinga, Carlos José Gomes, Pontal do Paraná é a cidade com a restinga mais preservada do Litoral.
“Sem dúvida alguma! Seja no mangue lá embaixo, o mangue seco, no embarque para Ilha do Mel e vamos até Monções. Mesmo depois de Ipanema, ali onde estão os pescadores, indo para os outros municípios, nós temos a restinga mais preservada do litoral paranaense. Isso não significa que não tenhamos que fazer um bom plano de manejo para manter essas situações”, afirma o professor e pesquisador.
“Hoje as pessoas buscam muito conforto. E nós vemos alguns locais onde já estão querendo cortar faixas de restinga e substituir por grama, que é bonitinha, mas ela não desenvolve esse papel. Ali na avenida Aníbal Khury é justo que você tenha um, dois, ou três metros de grama. Até para ter os quiosques, enfim. Todo mundo quer uma boa qualidade. Mas, depois, restinga! Que chamamos de restinga baixa, herbácea. E temos a melhor em Pontal do Paraná”, defende.
De fato, uma das maiores riquezas da cidade e do lindo litoral paranaense é a restinga, continua o professor. “Se a população preservar a restinga será sensacional. Precisamos pensar em praia e restinga não para nós, mas para nossos filhos, netos e bisnetos. Tudo isso é o equilíbrio do mar. Nós vemos em alguns locais do mundo o mar invadindo as casas. Onde se tem uma boa fixa de restinga isso não acontece”, conclui o especialista.
*Com informações da Prefeitura de Pontal do Paraná