Ponto de embarque da balsa de Guaratuba ficará interditado por 10 dias


Por Luiza Rampelotti Publicado 13/08/2022 às 20h02 Atualizado 17/02/2024 às 15h05

A Internacional Marítima, empresa que opera a travessia da baía de Guaratuba por ferry boat informou, neste sábado (13), que um dos pontos de embarque ficará interditado por 10 dias. A paralisação começa na próxima segunda-feira (15).

Durante o período, será substituído o flutuante do trapiche que fica ao lado da base náutica do Corpo de Bombeiros, na margem norte da baía; a previsão de retorno ao funcionamento é no dia 25 de agosto. Os demais pontos de embarque seguem funcionando normalmente.

A Internacional Marítima assumiu a travessia, de forma emergencial, em fevereiro deste ano, após o Governo do Estado ter rompido o vínculo com a BR Travessias, antiga concessionária, por descumprimento contratual, apenas 10 meses após o início do contrato. Ao encerrar unilateralmente o acordo, o Estado passou a aportar recursos para as manutenções necessárias à estrutura.

O novo contrato estava previsto para durar apenas seis meses, com encerramento na quarta-feira (10), mas foi renovado pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) por mais um ano. Segundo a instituição, até o encerramento contratual, o governo deverá fazer a licitação para uma nova concessão da travessia, como determina a legislação.

Informações do Diário Oficial do Paraná apontam que o DER liberou R$ 50.3 milhões para custear o primeiro contrato emergencial com a empresa que coordena a travessia entre Guaratuba e Matinhos. Agora, para o segundo, será feito um aporte de mais R$ 60 milhões aproximadamente, conforme publicado.

Os mais de R$ 110 milhões devem ser utilizados para execução dos serviços de melhorias e manutenções nos 4 atracadouros e 3 embarcações, bem como para garantir o combustível dos flutuantes, lubrificantes e embarcações, além de verba complementar. A empresa também receberá, como lucro, a receita advinda com arrecadação da tarifa da balsa – cujo menor preço é R$ 8,90 e o maior R$ 80,10.


BR Travessias ganharia R$ 134 milhões em 10 anos; Internacional Marítima mais de R$ 110 milhões em 18 meses


Se a BR Travessias tivesse concluído seu contrato com o governo, ela receberia cerca de R$ 134 milhões no período de 10 anos. Para vias de comparação, a empresa receberia uma média mensal de R$ 1.1 milhão com as tarifas, e deveria executar as obras de manutenção previstas, além de custear os gastos decorrentes com a operação.

Já a Internacional Marítima deverá embolsar cerca de R$ 6.1 milhões por mês, pagos pelo Estado, durante um ano e meio, para realizar as obras e custear os gastos com a operação, além dos valores cobrados pela travessia e pagos pelos usuários.

Vale destacar, ainda, que de acordo com o portal Correio do Litoral, a reforma dos ferrys boats está sendo realizada pelo estaleiro Indústria Naval Catarinense, do Grupo Catanhede, dono da Internacional Marítima. 

Em abril, o JB Litoral questionou o DER a respeito da suspensão do contrato com a empresa anterior, indagando a respeito dos valores arrecadados de abril de 2021 a fevereiro de 2022 pela BR Travessias, e se ela pagaria alguma multa ao governo devido ao descumprimento contratual.

Também foi perguntado se o órgão já havia registrado alguma infração contra a Internacional Marítima e se já havia recebido reclamações dos usuários sobre a empresa. No entanto, nenhum dos questionamentos foi respondido. Também não foi possível encontrar no Portal da Transparência do Governo do Estado os pagamentos efetuados, até o momento, para ambas as empresas.