Porto de Paranaguá recebe a 1ª Semana Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário, da Fenop


Por Luiza Rampelotti Publicado 26/09/2022 às 19h12 Atualizado 17/02/2024 às 18h06

Começou nesta segunda-feira (26), a 1ª Semana Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. Com realização da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), apoio do Sindicato dos Operadores Portuários do Paraná (SIndop) e Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) de Paranaguá, a abertura do evento aconteceu no Palácio Taguaré, sede administrativa do Porto de Paranaguá.

Ao longo da semana, os portos de todo Brasil terão programações voltada à segurança e saúde dos trabalhadores. Diariamente, serão transmitidas lives ao vivo no canal do YouTube da Fenop, pela manhã e à tarde, com painéis específicos sobre assuntos relacionados ao tema e participação de grandes nomes de profissionais envolvidos no setor de segurança do trabalho.

Nesta segunda-feira, o primeiro painel falou sobre “Segurança no Trabalho em Altura”. “Toda essa programação ficará gravada para que depois seja repercutida e debatida entre os trabalhadores portuários, OGMOS, portuários, setor empresarial etc. Além dos eventos online, haverá presenciais, pois alguns OGMOS ocuparão espaço da agenda com temas e presença de trabalhadores em encontros e outras atividades. O objetivo é que o dia todo, todos os dias da semana, haja atividades valorizando a saúde e segurança do trabalhador portuário”, explica o presidente da Fenop, Sérgio Aquino.

Aquino destaca que o tema de segurança e saúde do trabalhador e nas operações é da atenção de todos os envolvidos no setor portuário. “Era necessário que aglutinássemos isso num grande movimento concentrado, por isso, fizemos a semana nacional envolvendo os portos e Órgãos Gestores de Mão de Obra do Brasil. Nosso objetivo é que a partir do próximo ano, tenhamos também todos os terminais portuários integrados”, diz.

Cultura de segurança nos portos

Shana Carolina é a diretora executiva do OGMO Paranaguá, órgão que apoiou a realização do evento. Foto: JB Litoral

A diretora executiva do OGMO Paranaguá, Shana Carolina Colaço Bertol, avalia como de extrema relevância para toda a comunidade portuária a disseminação da cultura de segurança nos portos. Ela afirma que a prática dessa cultura tem que ser cultivada diariamente.

É só com saúde e segurança que conseguimos bons resultados e elevar os nossos níveis de produtividade e de recordes que o Porto de Paranaguá bate. A abertura do evento foi um sucesso, tivemos um painel extremamente rico sobre segurança e o trabalho em altura é um tema muito importante. É notável a participação dos trabalhadores, vemos todos presentes e conscientes do quanto precisamos mudar, adotar novas culturas para que consigamos ter um ambiente de trabalho seguro e saudável”, comenta.

Ela ainda ressalta os avanços em segurança conquistados pelo Porto de Paranaguá nos últimos 10 anos. Para a diretora, as melhorias se devem às ações praticadas pela Portos do Paraná e, muitas delas, em conjunto com o OGMO.

Vemos hoje o bafômetro na faixa portuária, blitz, controle toxicológico tanto feito pelo OGMO quanto pela Portos do Paraná, sinalização na faixa portuária. São inúmeros os avanços observados em termos de segurança e saúde no trabalho”, afirma.

Caminho a ser trilhado

O presidente do Sindop, Edson Aguiar, também esteve presente durante o evento. Ele considera que ainda há um longo caminho a ser trilhado no que diz respeito à saúde e segurança no trabalho portuário, entretanto, grande parte já foi percorrido.

Se o complexo portuário, composto por todos os intervenientes, não praticar a cultura da segurança do trabalho, da saúde, nós não atingiremos o objetivo de passarmos 525 mil e 500 minutos sem acidentes, como já atingimos. Está lançada uma semente que espero que realmente traga resultados, segurança, a diminuição e mitigação dos riscos e proteja nossos trabalhadores, não só o TPA – trabalhador portuário avulso, mas os das empresas também estão contemplados”, diz.

Edson Aguiar, presidente do Sindop, durante fala no evento. Foto: JB Litoral

Ele também destaca a importância da antecipação aos perigos e riscos iminentes da operação portuária, como medida que já tem acontecido dentro do complexo portuário. “Espero que nosso caminho seja de bons resultados na relação de segurança do trabalho”, ressalta.

O presidente da Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios nas Atividades Portuárias (Fenccovib), Mário Teixeira, também participou da abertura do evento. “Quando se trata de segurança e saúde no trabalho, é a vida do trabalhador que está em jogo e isso reflete, também, na vida de sua família como um todo. O trabalhador com saúde e segurança traz segurança para a família”, comenta.

OGMOs são responsáveis pela segurança dos TPAs

Ele destaca que há previsão legal e clara quanto à responsabilidade dos OGMOs no papel de prover a segurança e saúde do TPA no trabalho, em legislações, convenções e normas. “Os portos são locais de risco, existe muita dificuldade de se ter segurança se não houver uma estrutura por trás dando assistência ao trabalhador, tanto com equipamentos de proteção quanto com relação ao ambiente de trabalho”, diz.

Mário Teixeira ainda relembra que o trabalho do TPA é considerado de risco e, desta forma, o trabalhador portuário avulso possui direito à aposentadoria especial, adicional de risco etc.

Um dos palestrantes da 1ª Semana Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário foi o coordenador do Comitê Permanente de Meio Ambiente da Fenop, Hemerson Augusto Chiaradia Braga. Para ele, é necessário que todos assumam a própria responsabilidade dentro do processo operacional nos portos para que seja possível conectar todas as pessoas que trabalham nas operações portuárias. “Só assim teremos a melhor proteção na hora de executar a atividade portuária”, avalia.

Segundo ele, o Porto de Paranaguá tem um grande diferencial que faz com que ele esteja à frente no processo de saúde e segurança no trabalho – o acesso facilitado do OGMO à autoridade portuária. “Por isso ele está à frente, conseguindo fazer algumas coisas”, comenta.