Prefeito Marcelo Roque faz um balanço sobre a gestão e fala sobre projetos realizados em Paranaguá em 2022


Por Luiza Rampelotti Publicado 24/12/2022 às 13h33 Atualizado 18/02/2024 às 00h41
prefeito, marcelo roque

Com mais um ano se encerrando e um ciclo se fechando, é tempo de cada um de nós fazer uma retrospectiva. Neste momento, a prioridade é olhar para trás, rever os planos que foram traçados, caminhos percorridos, objetivos realizados e sonhos alcançados.

Contudo, também é hora de olhar para frente, refazer planos, vislumbrar novos horizontes e abrir o coração para sonhar. É nesse clima de fim de ano e de análise do que já passou e, ainda, do que pode ser melhor no ano que vem, que o JB Litoral conversou com o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque.

Confira a entrevista completa:

JB Litoral: 2022 já está se encerrando, e quais foram os principais projetos realizados em Paranaguá ao longo deste ano?

Marcelo Roque: 2022 foi um ano produtivo, de pós-pandemia, de eleição presidencial, mas Paranaguá sempre esteve saindo na frente. Foi o ano em que fizemos o maior projeto social da história do município, no dia 15 de março, quando implantamos a Tarifa Zero no transporte coletivo para todos os munícipes e todas as pessoas que vierem de fora, que podem fazer o cadastro e utilizar o ônibus gratuitamente. Esse é um projeto social de grande valia para a população, pois as pessoas povoaram ainda mais a área central, rodaram mais por Paranaguá, puderam sair para entregar um curriculum; os comerciantes também ganharam com isso. Eu, que sou um caboclo de Paranaguá, pude palestrar em São Paulo, em Manaus, levando a mensagem de que dá para ser feito a Tarifa Zero no país todo. Recebemos o prefeito de Foz do Iguaçu, de Santa Catarina, alguns vereadores, todos querendo copiar essa novidade. O país vive um momento difícil, alguns estados de grande porte passando por greves, mas em Paranaguá a realidade é totalmente diferente. Aproveito para agradecer a Câmara que aprovou esse projeto importante. Se a gente pode investir em saúde, segurança, por que não pode também em transporte gratuito?

Com relação às Obras, a população está acompanhando a parte de asfalto sendo feita em todos os bairros, chegando a praticamente 150 km de asfalto em toda Paranaguá. Também investimos na Saúde Pública. A UPA foi inaugurada, realmente uma Unidade de Pronto Atendimento de verdade, uma das maiores UPAs do Estado, quiçá do País, dito pelo próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Quando fomos levar o nosso projeto, junto à deputada federal Christiane Yared, ele ficou abismado com a grandeza da nossa UPA. Temos ainda outros investimentos na área da saúde: entregamos recentemente um posto na Ilha da Cotinga para o povo indígena, e temos dois postos de saúde para entregar no início de 2023, que são os da Vila Guarani e do Santos Dumont. Além disso, conseguimos contratar mais profissionais, mais médicos. Sabemos ainda que falta mais na parte profissional, mas a gente vem caminhando bem.

Na Segurança Pública fizemos concurso para a Guarda Municipal. Vai entrar mais 37 guardas municipais, todos eles armados, investimentos com equipamentos todos os anos.

Na Educação temos a valorização de todos os profissionais do setor da Prefeitura. Poucas prefeituras no País ofertam auxílio alimentação de R$ 400,00, auxílio saúde que estamos ofertando agora, recentemente demos auxílio saúde em dobro para todos os servidores. Tudo aquilo que é de direito dos servidores nós honramos, para que eles deem um atendimento especial ao povo de Paranaguá. Assim estamos conseguindo administrar.

“O Tarifa Zero é um projeto social de grande valia para a população, pois as pessoas povoaram ainda mais a área central, rodaram mais por Paranaguá, puderam sair para entregar um curriculum; os comerciantes também ganharam com isso”.

prefeito, Marcelo Roque.

Em sua avaliação, o Tarifa Zero, implantado em sua gestão, é o maior programa social da história de Paranaguá. Foto: Prefeitura de Paranaguá


JB Litoral: Na Assistência Social também tivemos grandes investimentos. O que o prefeito pode falar sobre esse olhar diferenciado para a área?


Marcelo Roque: A Assistência Social é uma das pastas mais difíceis do nosso Município, juntamente com a Saúde. Não é que não tivemos pessoas competentes para trabalhar, tivemos, mas a Ana Paula Falanga vem fazendo um trabalho muito diferenciado com toda a equipe, com as nossas assistentes sociais, educadoras sociais, então ficamos muito felizes, porque estamos atingindo também o que é mais importante: as crianças, os idosos. Nós mandamos praticamente quase R$ 1 milhão para os nossos acolhidos, tanto para o Asilo São Vicente quanto para o Lar Perseverança; a casa de recuperação Betel também tem recursos do Município para que possamos tratar dependentes de alcoolismo, de drogas, então estamos conseguindo atingir essas pessoas que precisam do Poder Público.

O Centro POP hoje está totalmente diferenciado dos outros do País inteiro. Estamos próximos de inaugurar, em conjunto com a IFPR – Instituto Federal do Paraná, lá no Porto Seguro, um Restaurante Popular.
Então teremos dois; um lá e outro na área central. E muitos não sabem que moradores em situação de rua têm café gratuito, almoço, café da tarde e a janta, tudo ofertado no Restaurante Popular.

O Ginásio Joaquim Tramujas está ficando reformado para a prática de esportes, mas também vai atender as pessoas em situação de rua, que por conta do inverno não tem onde ficar, passando frio, então iremos acomodá-los ali.

E a grande novidade é a Casa da Mulher Brasileira, que já iniciamos a licitação para atender essas mulheres que precisam de assistência; mulheres que sofrem violência doméstica, brigas entre casais, onde geralmente elas denunciam os maridos no Poder Judiciário, na polícia, mas não têm para onde ir, às vezes têm que procurar um lugar para ir ou voltar para a casa, por não ter outra opção. Então essa casa vai servir justamente para abrigar essas pessoas e dar tranquilidade. Hoje poucas pessoas sabem, mas quando temos uma situação dessas, temos na Assistência Social um departamento que hospeda essas mulheres por até 15 dias no Hotel Ibis, até que a situação se resolva. Mas a Casa da Mulher Brasileira será um grande projeto da Assistência Social, o qual a Ana Paula correu atrás com muito mérito. São R$ 1.1 milhão de investimentos.

Também teremos um Centro de Convivência dos Idosos, ao lado do Ministério Público, no Palmital, uma promessa antiga que iremos tirar do papel nestes próximos dois anos que ainda teremos na Prefeitura. Os idosos vão ter um lugar para poder passar o dia inteiro e depois voltar para sua residência. No local terão todos os aparatos de saúde, de esporte, entretenimento. É isso que queremos fazer por Paranaguá.

JB Litoral: E sobre o turismo em nossa cidade, o que é possível destacar?

Marcelo Roque: Temos a revitalização da Praça Mário Roque, que contempla a volta do palco Tutóia, pista de caminhada, deck em madeira etc. Revitalização da área inteira, desde próximo do Aquário até o Restaurante O Itiberê, com um chafariz novo. A Rua da Praia vai ficar na mesma altura da praça. Porém, daquela área do Aquário até chegar onde é a travessia da balsa, também já está em estudo um projeto do Governo do Estado para a revitalização, bem como do final do Restaurante O Itiberê até o Danúbio Azul, que é a rua General Carneiro. Ainda nesta semana (19) tivemos a visita do arquiteto Ricardo Amaral, a pedido do governador Ratinho Junior, para que haja essa reforma do nosso cartão postal.

Nesse patamar também há a necessidade de revitalizar o entorno do Aquário, que é obra do Governo do Estado. Mas nós, como Prefeitura, temos que derrubar o mercado de peixe velho e finalizar o novo que está ali do lado do Mercado Nilton Abel de Lima, dando suporte também para que aquela área fique toda reformada. É isso que esperamos para 2023 com relação ao turismo no nosso Município.

JB Litoral: Muitas pessoas estão comentando sobre a falta de decoração natalina neste ano. Qual foi a proposta do poder municipal nesse sentido?


Marcelo Roque: A Estação Ferroviária está revitalizada há dois anos e serviu para salvar vidas durante a vacinação contra o coronavírus e, recentemente, tivemos o Auto de Natal lá; um investimento maravilhoso, com pessoas vindo de outros municípios para visitarem aqui o evento natalino. A Estação ficou linda por dentro e por fora, o Papai Noel, o ônibus enfeitado e iluminado, mais um atrativo para que as pessoas possam sair de suas residências com seus filhos e sentir essa sensação de harmonia do Natal.

Mas este ano a gente quis dar uma mudada, ficamos tanto tempo separados por conta da pandemia e acredito que foi um acerto da Cultura e Turismo, em nome da Maria Plahtyn, agrupar as decorações todas na Estação, para que as pessoas pudessem ficar em um local só, juntas, unidas. Então as famílias todas estão ali, no ponto fixo do evento natalino, e deu muito certo. Antigamente fazíamos muito espalhado, na Praça Mário Roque, alameda Coronel Elísio Pereira, na avenida Roque Vernalha e mais alguns pontos; agora decidimos centralizar e gastar todas as nossas energias e recursos em um local só. Quem sabe com a Praça Mário Roque ficando pronta até o final de 2023, possamos fazer essa decoração em dois ou três pontos da cidade, descentralizando a programação de Natal.

Infelizmente sempre vai ter alguém para falar alguma coisa de mal, de errado, mas já estou acostumado. No sexto ano de mandato, compreendi que, em um país democrático, temos que saber lidar com isso e desenvolver nossa cidade independentemente das críticas.

JB Litoral: Em sua opinião, quais são as principais obras que ficarão marcadas durante as suas duas gestões?

Marcelo Roque:  O alargamento da ponte da Ilha dos Valadares, que era uma coisa que me incomodava muito, porque muitos passaram e prometeram, mas não cumpriram. Eu não prometi uma ponte nova, prometi o alargamento dessa atual, dando a oportunidade para o povo da ilha passar com seus veículos, e isso nós estamos fazendo. O recurso já está alocado, já tem a empresa vencedora, finalizando agora a parte do canteiro e as licenças que estão ficando prontas. E com muita certeza, até o final de 2023, teremos o alargamento da passarela da Ilha dos Valadares em mais de 7 metros. Essa será a cereja do bolo da nossa gestão.

Mas temos outras obras, não somente de concreto, mas na área social, que ficarão marcadas. Acredito que todos concordam que a principal é a vinda da Unidade Avançada do Hospital Erasto Gaertner para Paranaguá; a possível vinda do Hospital Pequeno Príncipe; a UPA; o alargamento da passarela da Ilha dos Valadares e o Tarifa Zero, que são obras de suma importância para a população e de referência de nossa gestão. Claro que fizemos muito mais em outros segmentos, mas essas serão lembradas.

Também compramos o prédio da Copel recentemente, na rua João Estevão, para fazermos um Centro de Referência de Saúde, e possivelmente o Pequeno Príncipe será naquela área. Há um prazo de pouco mais de um ano para pegarmos as chaves do local e, finalmente, implantarmos ali essa novidade. 

JB Litoral: Para finalizar, como prefeito, seguindo o legado de seu pai Mário Roque, o que você acredita que seu pai diria a você sobre seu trabalho à frente da Prefeitura de Paranaguá?

Marcelo Roque: Dificilmente alguém me pergunta isso, mas dentro de mim também me faço essa pergunta: será que estou fazendo tudo certo, será que era do jeito que ele imaginava lá de cima?

Desde que entrei na política, sempre disse que eu não tinha o direito de errar, porque senão poderia colocar o nome dele a perder, a história, o trabalho dele, e isso sempre foi uma preocupação minha ao longo desses seis anos de mandato. Mas tenho certeza que lá de cima ele está olhando por nós e aprovando aquilo que estamos fazendo pelo povo de Paranaguá.

Tenho certeza de que se ele estivesse entre nós, ou eu estaria ajudando-o, ou ele estaria me ajudando no futuro político. A gente sente muita a falta dele, uma pessoa que sempre me ensinou desde pequeno o que é certo e errado, e tem uma passagem na Bíblia que diz: “Honre seu pai e mãe que você terá vida prolongada na terra”, e tenho sempre tentado fazer isso da melhor forma possível.