“Samuzinho” leva conhecimento em primeiros socorros a alunos e profissionais da Educação de Matinhos

Olhinhos atentos para aprender com a aula diferente sendo ministrada dentro da escola. Mãozinhas levantadas para fazer perguntas e tirar dúvidas sobre o assunto novo. Assim, o projeto Samuzinho, SAMU na Escola, foi recebido, na última quarta-feira (10), na Escola Municipal Francisco dos Santos, em Matinhos.

O “Samuzinho” tem como meta ensinar de que forma crianças e profissionais da Educação podem agir em situações de emergência.

A presença da mascote Samuzinho e de profissionais que lidam, diariamente, com situações em que minutos fazem a diferença para salvar vidas, ajudou as crianças a assimilarem conhecimentos básicos em primeiros socorros e a importância do atendimento adequado em emergências.

Por que Matinhos?

O projeto é executado pela equipe do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e por estagiários da UFPR Litoral, com apoio da Secretaria Municipal de Educação. Além de palestras e workshops, alunos e servidores também participarão de simulações práticas, sendo, assim, capacitados a agirem de forma eficaz nessas situações.

De acordo com a médica emergencista do SAMU e coordenadora do projeto, Michella Przybycien, o projeto será realizado quinzenalmente, sempre às quartas-feiras, pela manhã e à tarde, nas 7 escolas municipais de Matinhos, com alunos de idades entre 5 e 10 anos, além de funcionários.

“A cidade de Matinhos foi escolhida para início do projeto pois foi o primeiro município a manifestar interesse e aprovação imediata para início do nosso trabalho”, disse Michella em conversa com o JB Litoral.

Democratização do conhecimento

Ainda segundo a médica, o núcleo que idealizou o Samuzinho tem a missão de diminuir a diferença de conhecimento em emergências entre os profissionais da área e a população em geral.

“O NEP do SAMU Litoral surgiu com a vontade dos profissionais do SAMU não só em fazer a educação continuada da nossa equipe, mas estender os treinamentos a todos os profissionais de saúde do Litoral e, principalmente, na capacitação de leigos, visto que precisamos mudar o paradigma da discrepância dos conhecimentos entre os profissionais de saúde e a comunidade, ensinando como o treinamento e a capacitação pode fazer a diferença nas emergências, onde cada minuto importa”, defendeu a coordenadora do projeto.

Pequenos no tamanho, mas grandes multiplicadores

O projeto tem como base a Lei Federal 13.722, de 4 de outubro de 2018, denominada “Lei Lucas”, em homenagem ao menino Lucas Begalli Zamora, que morreu em 2017, quando se engasgou enquanto se alimentava durante um passeio escolar, e no projeto “Crianças Salvam Corações”, de criação do médico Uri Flato, que visa transmitir conhecimento às crianças e adolescentes sobre parada cárdio respiratória e manobras de reanimação cárdio pulmonar.

A médica emergencista Michella Przybycien também explicou o motivo de o projeto escolher crianças na faixa etária dos 5 aos 10 anos. “Além dessa faixa etária ter mais curiosidade em aprender, elas transmitem conhecimentos aos familiares e comunidades onde vivem com mais facilidade”, pontuou.

“Nosso principal objetivo é resgatar a educação para a saúde, visando ensinar e capacitar o maior número de pessoas em como reconhecer, pedir ajuda, e ter agilidade na realização de manobras que podem salvar uma vida em situação de emergência, até a chegada dos profissionais capacitados para continuar o atendimento. Pois já está cientificamente comprovado que o tempo é fator essencial para não só salvar, mas principalmente evitar sequelas, visando a responsabilidade social e educacional”, completou.

 Veio para somar

O JB Litoral também conversou com a coordenadora de serviços de capacitação e avaliação educacional de Matinhos, Marilda Caldas. Ela detalha de que forma o Samuzinho passa a integrar um programa já em andamento na cidade.

“O Programa Saúde na Escola é uma feliz parceria entre as secretarias de Saúde e de Educação, que acontece com vários temas, como a obesidade infantil, nutrição, escovação, uso do flúor, entre outros. E agora, com o Samuzinho, com todo aparato da ambulância, mostrou-se como uma estratégia eficaz na aproximação deste universo estranho e até assustador no imaginário infantil, mas que pode sim ser abordado de maneira didática e pedagógica”, afirmou Marilda sobre o trabalho executado por profissionais voluntários.

Ampliação

E a primeira experiência do Samuzinho foi tão positiva, que a coordenadora revelou que o Município já pensa em ampliar a capacitação. “A partir da ação que aconteceu no dia 10, na Escola Francisco, e que acontecerá nas outras 6 escolas do Município, conforme cronograma pensado e organizado anteriormente, ainda estamos em diálogo com os demais idealizadores, vislumbrado possibilidades que estão em tratativas para o atendimento formativo de todos os profissionais das escolas”, finalizou Marilda Caldas.