Saúde integral em Matinhos: novas terapias naturais promovem bem-estar e qualidade de vida para a população

Desde a última quarta-feira (8), os moradores de Matinhos têm acesso a uma nova iniciativa de saúde pública. A Unidade Básica de Saúde Ana do Espírito Santo, localizada no Centro da cidade, passou a oferecer procedimentos de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), como Auriculoterapia, Laser Terapia, Reflexologia Podal, Quick Massage e Reiki. Essa ação, resultado de uma parceria entre a Prefeitura e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) Litoral, através do Projeto de Extensão “Terapias Naturais”, visa promover um cuidado integral à saúde da população.

Inicialmente, os atendimentos estão disponíveis todas as quartas-feiras, mediante encaminhamento médico. O projeto será complementar para o tratamento de pacientes com diferentes comorbidades, com foco principal na prevenção e qualidade de vida.

As PICS compreendem uma série de abordagens terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à saúde, promover a recuperação e enfatizar a importância da conexão entre o ser humano, meio ambiente e sociedade. Estas práticas foram institucionalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2006; desde então, elas vêm sendo lentamente inseridas nas UBSs de todo o país.

Implementação das PICS em Matinhos

A diretora geral da Saúde de Matinhos, Danielle Couto, afirma que a oferta do atendimento poderá ser ampliada para as demais UBSs do município de acordo com a demanda. “Essa parceria representa um importante avanço na promoção de um cuidado integral em saúde para a população. O Município cedeu o espaço da UBS para a realização das atividades, bem como destinará insumos para a operacionalização do projeto“, diz ao JB Litoral. A vice coordenadora do Projeto de Extensão “Terapias Naturais” da UFPR Litoral, Thais Souza, explica sobre a parceria com o Município. “Para a aplicação das PICS, exige-se a questão de profissionais com formação na área, e nós, da UFPR, já temos um projeto de extensão que trabalha com essas práticas. Então, a Secretaria Municipal de Saúde entrou em contato conosco para que fizéssemos a inserção dessa política pública no município”, informa.

De acordo com ela, inicialmente, os atendimentos serão oferecidos na UBS do Centro. Em caso de boa aceitação e alta procura, as práticas serão ofertadas nas demais unidades de saúde, que terão seus servidores formados pelos profissionais da UFPR Litoral para a aplicação das práticas.

Benefícios das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde consideram o indivíduo como um todo, levando em conta seus aspectos físicos, emocionais, mentais e sociais. Entre os principais benefícios terapêuticos estão:

• Maior relaxamento e bem-estar;
• Melhora da qualidade do sono, ansiedade e quadros depressivos;
• Redução e alívio da dor;
• Diminuição de sinais e sintomas de diversas doenças;
• Fortalecimento do sistema imunológico;
• Estímulo ao contato profissional-interagente;
• Redução do uso de medicamentos;
• Melhoria da qualidade de vida.
  

Moradora encontra alívio para a Paralisia com as PICS

Márcia Silveira, moradora de Matinhos, aposentada e vendedora de frutos do mar, foi uma das primeiras a se beneficiar das PICS. Ela teve Paralisia de Bell (um tipo de paralisia no nervo facial) e, na última quarta-feira, já foi atendida com a Laser Terapia na UBS do Centro.

“Tive Paralisia de Bell e isso afetou muito minha autoestima. Um dia você está normal e, de repente, sua autoestima fica lá embaixo. Na primeira vez que enfrentei a paralisia, foram dois anos e meio até voltar ao normal, indo de segunda a sexta para Curitiba para tratamento, mas naquela época eu tinha plano de saúde. Recentemente, tive outra paralisia e, desta vez, sem plano de saúde devido aos altos custos. Por isso, vejo essa iniciativa da Prefeitura como uma grande oportunidade de reabilitação”, conta Márcia ao JB Litoral.

A aposentada acredita que as terapias naturais oferecidas gratuitamente na UBS de Matinhos irão ajudá-la a recuperar sua qualidade de vida. “Eu tenho uma nova esperança na minha vida, de recuperar meu sorriso e poder fechar o olho novamente. Da primeira vez que enfrentei a paralisia, consegui fechar o olho, mas levou dois anos e meio. Agora, ainda falta um pouco para poder dormir tranquilamente. Estou usando esparadrapo para manter o olho fechado”, comenta.

Márcia explica que a Paralisia de Bell foi causada por estresse e problemas no sistema nervoso. “Eu cuidei da minha mãe que teve Alzheimer por cinco anos, também fiquei viúva, passei por problemas financeiros. Então tudo isso influenciou“, conclui.