Secretaria da Mulher e setor portuário unem esforços na construção da Casa da Mulher em Paranaguá


Por Luiza Rampelotti Publicado 27/02/2024 às 22h24

Na última segunda-feira (26), o auditório do Palácio Taguaré, sede administrativa da Portos do Paraná, foi palco de um encontro importante conduzido pela secretária da Mulher de Paranaguá, Vandecy Dutra. Empresários e representantes de empresas portuárias se reuniram para conhecer as ações realizadas ao longo de quase um ano pela Secretaria Municipal da Mulher, revelando dados preocupantes sobre a violência doméstica na Cidade Mãe do Paraná.

De janeiro a maio do ano passado (dados mais recentes que foram divulgados), a Polícia Civil do Paraná registrou 573 boletins de ocorrência (BO) relacionados a ocorrências de naturezas criminais da política pública de violência doméstica. Os números detalhados revelam que foram 195 registros por ameaças, 183 por lesão corporal, 53 por injúria, 26 por dano, 29 por perseguição, entre outros crimes.

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Vandecy Dutra é a secretária municipal da Mulher. Ao falar sobre os próximos passos no combate à violência, ela destacou o projeto da Casa da Mulher Parnanguara. Foto: SEMU

Desde que foi inaugurada em março do ano passado, a Secretaria da Mulher já prestou mais de 600 atendimentos a mulheres em situação de vulnerabilidade. Isso inclui ações móveis com a van itinerante e no Ponto de Atendimento à Mulher (PAM), localizado no Terminal Rodoviário. Esses atendimentos abrangem suporte jurídico para as vítimas, cadastros de mulheres para cursos e vagas de emprego, encaminhamentos e assistência a casos de violência doméstica pela Defensoria Pública, realizados exclusivamente no PAM.

Casa da Mulher Parnanguara

Ao falar sobre os próximos passos no combate à violência, a secretária Vandecy destacou o projeto da Casa da Mulher Parnanguara, realizado em parceria com a Secretaria de Assistência Social e quase finalizado. Durante a apresentação, foi feito um apelo às empresas portuárias para apoiarem políticas de acolhimento e proteção às mulheres na cidade, especialmente no que diz respeito à nova iniciativa, reconhecendo a importância de todos na construção dessa rede de apoio.

A Casa, que está quase concluída, será um local de acolhimento para vítimas de violência doméstica. A reforma do imóvel foi realizada pela empresa Ouro Verde Serviços de Acabamentos, com um investimento de R$ 1.178.709,41 dos cofres municipais.

O espaço, localizado na Rua Ford, n° 177, bairro Emboguaçu, visa oferecer um serviço completo às vítimas. Vandecy Dutra explicou que as mulheres que buscarem apoio terão todo suporte necessário para denúncia, exames e encaminhamento para profissionais especializados. Além disso, poderão permanecer hospedadas por um período até que todas as políticas de acolhimento sejam realizadas.

A construção dessa casa foi um processo intenso, difícil de mensurar, mas envolveu a participação do Ministério Público, da Polícia Civil, da Patrulha Maria da Penha e de todos os recursos necessários para garantir o acolhimento adequado às mulheres“, disse a secretária. Ela ressaltou a importância de integrar serviços, proporcionando um local único para as vítimas buscarem ajuda e apoio.

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Estamos comprometidos em apoiar e colaborar com as políticas de acolhimento e proteção às mulheres em nossa comunidade, disse o diretor empresarial da Portos do Paraná, André Pioli. Foto: SEMU

O diretor empresarial da Portos do Paraná, André Pioli, destacou o apoio prestado pela empresa pública às causas das mulheres. “A Portos do Paraná reconhece a importância de iniciativas como a Casa da Mulher Parnanguara no combate à violência doméstica. Estamos comprometidos em apoiar e colaborar com as políticas de acolhimento e proteção às mulheres em nossa comunidade. Acreditamos que a responsabilidade coletiva é fundamental para construir uma rede sólida de apoio, e o setor portuário está pronto para contribuir com este novo equipamento, visando um ambiente de qualidade e segurança para as vítimas”, afirmou ao JB Litoral.

Responsabilidade coletiva

Para a secretária de Assistência Social Ana Paula Falanga, que tem lutado para que o projeto saia do papel nos últimos anos, a Casa da Mulher deve permitir que as vítimas reconstruam suas vidas e consigam sair do ciclo de violência.

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Vandecy e a secretária de Assistência Social, Ana Paula Falanga, explicaram sobre a Casa da Mulher Parnanguara e pediram o apoio do setor portuário para a conclusão do projeto. Foto: SEMU

Esse espaço está preparado para receber a mulher vítima de violência que não tem para onde ir. Muitos dos agressores usam os filhos para atingir a mulher, então essa casa será construída para abrigar todos eles, para que a mulher recorra a esse lugar quando se sentir ameaçada”, afirmou a secretária. “Agora, nosso objetivo é, junto com a Secretaria de Segurança do Estado, implantar a Delegacia da Mulher e proporcionar todo o atendimento em um só lugar”, adiantou.

Dentro da Casa da Mulher, serão oferecidos serviços como atendimento socioassistencial, Patrulha Maria da Penha e Secretaria de Saúde. O local contará com suporte do Ministério Público, atendimento psicológico, atendimento jurídico, sala de reuniões, sala administrativa, sala da polícia, banheiros, refeitório, sala de estar, dormitórios e sala de exame.

Vandecy Dutra fez um apelo à comunidade portuária empresarial para contribuir na equipagem da casa, visando entregá-la com qualidade e responsabilidade coletiva. “Acreditamos que, se cada um se envolver, poderemos entregá-la com qualidade e responsabilidade coletiva, pois é uma rede de proteção“, ressaltou.

A secretária concluiu destacando os desafios enfrentados e o trabalho contínuo na prevenção, fortalecimento e empoderamento das mulheres. Além disso, enfatizou o investimento na formação dos meninos, reconhecendo que a violência é sistematicamente reproduzida e multiplicada se não forem tomadas medidas preventivas.

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