Somente até abril foram registradas 78 ocorrências por furto na área central de Paranaguá


Por Luiza Rampelotti Publicado 28/05/2020 às 09h58 Atualizado 15/02/2024 às 10h40

As ocorrências de furtos e roubos, na área central de Paranaguá, têm assustado a população parnanguara. Somente no mês de maio, a imprensa noticiou quatro situações na região.

A primeira foi registrada logo no dia 01º, quando um homem invadiu o restaurante Dois Irmãos, na Rua João Eugênio. Nesse caso, as câmeras de segurança flagraram a ação do indivíduo, que aparece na área do caixa, mexendo nas gavetas, à procura do que furtar.

Logo a seguir, no dia 03, dois homens foram presos em flagrante, acusados de praticar furto em uma farmácia na Rua Hugo Simas. A ocorrência foi atendida pela Guarda Civil Municipal que, ao chegar no local, encontrou vigilantes de uma empresa de monitoramento e o gerente do estabelecimento com os suspeitos detidos.

No dia 14, outros dois homens foram presos em flagrante, acusados de tentar assaltar uma casa na Rua Manoel Bonifácio. Eles foram presos depois que um funcionário de uma empresa de monitoramento patrimonial entrou em contato com o 9º Batalhão da Polícia Militar. O vigilante relatou que se encontrava em seu posto residencial quando foi rendido pelos dois homens, e que um deles detinha uma arma de fogo e o outro, uma faca. De acordo com ele, eles anunciaram o roubo e o mandaram abrir a casa, que estava sob sua guarda. Sem sucesso, os homens fugiram em direção ao centro da cidade, onde foram encontrados pela PM.

Já no dia 18, um rapaz tentou assaltar uma casa lotérica no centro da cidade, no início da tarde, e acabou preso em flagrante. De acordo com a PM, armado com um canivete, o homem pulou o balcão da lotérica Fernando Amaro e rendeu uma das funcionárias, exigindo que entregasse o dinheiro do caixa.

78 ocorrências registradas até abril

Delegado informa que foram registrados 32 BOs em janeiro, 12 em fevereiro, 21 em março e 13 em abril. Os dados de maio ainda estão sendo apurados.

O JB Litoral questionou Rogério Martin de Castro, delegado chefe da 1ª Subdivisão Policial de Paranaguá (SDP), a respeito da quantidade de crimes de roubo e furto na área central da cidade, em 2020. De acordo com ele, somente neste ano, nos primeiros quatro meses, foram registrados 78 Boletins de Ocorrência de furto na região.

Foram 32 em janeiro, 12 em fevereiro, 21 em março e 13 em abril. Os dados de maio ainda não estão compilados pelo sistema informatizado”, explica o delegado. Segundo ele, o alto número de ocorrências em janeiro é comum, assim como em dezembro, uma vez que as pessoas saem mais e consomem mais. 

O delegado comenta, ainda, que desses 78 BOs registrados, 12 se encontram em fase de investigação, enquanto que os demais já foram concluídos. No entanto, com relação às prisões, os dados são difíceis de serem obtidos, uma vez que a quantidade efetuada não reflete o número real de ocorrências, visto que, nesse tipo de crime, o criminoso só é preso se for pego em flagrante.

Esses tipos de delito ocorrem às escondidas, normalmente. A polícia pode prender o indivíduo em flagrante delito, ou logo após, desde que esteja com os pertences da vítima. Caso passe o flagrante, será aberta uma investigação e, nesse caso, o inquérito pode acabar demorando. Fora isso, infelizmente, existe a falta de pessoal e o aparelhamento do Estado na segurança pública”, explica o advogado criminalista Giordano Vilarinho, a respeito das poucas prisões efetuadas.

Para furtar, criminosos escalam até prédios

A jornalista Luciane Chiarelli, que reside na Rua João Pessoa, área central, sentiu na pele o sentimento de insegurança. Apesar de morar no terceiro andar de um prédio de três andares, teve seu apartamento invadido e foi furtada pela madrugada, enquanto dormia, no final de abril. “Nós descobrimos que entraram no apartamento na manhã do dia seguinte. Notamos que faltavam algumas coisas e quando vi que minha carteira, com dinheiro e cartões, tinha sido tirada da bolsa, confirmamos que alguém tinha entrado”, comenta.

Ela conta que notou que o invasor entrou pela sacada do apartamento após observar marcas de dedos no chão da sacada. Na ocasião, foram roubados um laptop, um fone de ouvido e sua carteira com cartões e dinheiro.

Luciane relata que registrou o Boletim de Ocorrência via on-line, mas não sabe se há alguma investigação em curso. Ela recebeu apenas a confirmação de que o BO estava cadastrado. Para minimizar novas chances de invasões, a jornalista revela que pretende instalar uma câmera de vídeo no apartamento.

A sensação, além de insegurança, é de impotência. É revoltante pela questão da sociedade como um todo. Mas dou graças a Deus que não entraram nos quartos, nem fomos abordados de alguma maneira. Tanto que foi de madrugada e só descobrimos no dia seguinte”, lamenta.