Suspeitos de cometer assassinato da estudante Sayume Albini estão foragidos; Polícia Civil falou sobre o caso


Por Redação Publicado 06/03/2023 às 14h09 Atualizado 18/02/2024 às 06h11

Na manhã desta segunda-feira (6), os delegados Ivan José da Silva Diana e Nilson Diniz, da Polícia Civil de Paranaguá, convocaram uma coletiva de imprensa para falar sobre a investigação do caso que resultou na morte da jovem Sayume Albini, na madrugada de sábado (4).

Segundo os delegados, assim que a polícia foi acionada, as equipes passaram todo o final de semana coletando imagens de segurança, depoimentos das vítimas sobreviventes e testemunhas do crime.

Com esse trabalho, foi possível estabelecer uma linha de investigação clara e estabelecer os supostos autores. Um dos suspeitos já tinha sido condenado por outro homicídio e estava em liberdade em razão da legislação processual penal. Agora, a Polícia Civil está pondo todos os seus esforços para capturá-los”, explica Nilson Diniz.

O delegado conta que a cidade está passando por um momento delicado na segurança pública, devido ao confronto direto entre duas facções criminosas, o que tem gerado medo e vítimas inocentes, como é o caso da jovem Sayume.

A polícia está em atividade em tempo integral, são mais de 48h de trabalho para que possamos dar uma resposta para a população. Se for preciso, nós vamos para o confronto direto, porque o cidadão não pode viver nessa situação de insegurança que paira sobre todos nós”, afirma Diniz.

Ao longo da semana passada, a Polícia Civil já estava realizando operações e cumprindo mandados de busca relacionadas às facções, apesar da maior parte das atividades ser mantida em sigilo, conta o delegado Ivan José.

O trabalho da Polícia Civil é sigiloso, temos que fazer essas ações da forma mais discreta possível para que as investigações levem aos verdadeiros autores dos crimes. O nosso objetivo principal é apurar com velocidade para que os envolvidos nessa guerra entre facções sejam capturados, já que eles não têm condições de viver em sociedade, e que essas capturas sirvam de exemplo para inibir a ação de outros marginais”, afirma o delegado.

O delegado Ivan José fala sobre o trabalho em conjunto com a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal, e faz um apelo para que as testemunhas do crime repassem informações para a polícia, mesmo que de forma anônima.

Nós temos servidores extremamente dedicados nas divisões e nos batalhões para capturar esses indivíduos responsáveis pelo homicídio da jovem, mas a colaboração da população é muito importante. A polícia trabalha com isso, então, o morador que tiver informações pode entrar em contato pelo 181 ou pelo canal de denúncia 41 34203612, com a certeza de que sua identidade permanecerá anônima”, diz.

Agora, a investigação segue para identificar o comparsa do crime, para achar o veículo utilizado e investigar a motivação do crime.

Relembre o caso

Dois homens armados e encapuzados invadiram uma tabacaria na Avenida Roque Vernalha, na região da Vila Cruzeiro, em Paranaguá, na madrugada do último sábado (4). De acordo com testemunhas, os suspeitos apontaram para um grupo de clientes e mandaram um jovem de camisa preta levantar.

De acordo com a Polícia Militar (PM), os homens encapuzados pretendiam matar o jovem Ederson Pinheiro Furquim, conhecido como “Mezinho”, de 20 anos. O alvo da emboscada desarmou um dos homens com um tapa na mão, mas a arma, uma pistola 9 mm, foi recuperada pelo comparsa, que efetuou vários disparos.

Além de Ederson, que levou quatro tiros no braço e permanece no hospital, e a estudante Sayume, que não resistiu aos ferimentos, outros dois jovens, de 20 e 22 anos, também foram atingidos pelos tiros e levados ao hospital, mas não tiveram ferimentos graves.

Jovem assassinada comemorava a conquista do seu primeiro carro

A estudante de Ciências Biológicas, Sayume Thais Yamanouch Albini, de 20 anos, era moradora do bairro Padre Jackson e estava no local com um grupo de amigos para comemorar a aquisição do seu primeiro automóvel.

Estamos muito tristes, a gente não consegue entender os comentários maldosos que fizeram sobre ela. Ela era uma menina boa, estudiosa, trabalhadora. Tínhamos planejado viajar com a família no dia 19 deste mês, que era o aniversário dela. A forma como ela morreu foi muito dura, muito cruel”, lamenta a madrasta da jovem, Ariane Daniel.

No dia anterior, sexta-feira (3), Sayume tinha comprado seu primeiro carro. Foto: Reprodução/Redes sociais

Segundo testemunhas, Sayume foi alvejada por disparos nas pernas, costas e braços e foi levada para o hospital por uma das amigas que conseguiu sair ilesa do tiroteio.

A amiga se salvou ilesa e levou ela para o hospital, senão ela tinha morrido no local, pela situação em que ela se encontrava. Mas, só com o depoimento dessa amiga é que a gente vai ter noção de tudo que aconteceu. Elas só estavam na hora errada com pessoas erradas”, diz Ariane.

O velório da estudante foi realizado na noite de sábado (4), na Capela Nossa Senhora do Carmo, em Paranaguá.

Manifestação pedindo segurança

Em solidariedade à família de Sayume e a todas as famílias das vítimas mortas pelo crime organizado em Paranaguá, os moradores resolveram realizar uma manifestação pacífica em frente à Câmara dos Vereadores, nesta segunda-feira, às 17h30.

O principal objetivo da manifestação é pressionar autoridades políticas e servidores da segurança pública para aumentar o policiamento em todas as regiões da cidade. “Vamos pedir aos vereadores que façam um requerimento assinado por todos eles pedindo viatura, PM, ronda noturna e investigações. Este requerimento será direcionado a PM e ao Governo do Estado”, dizem os organizadores.