Taxa de mortalidade infantil acima da média no Litoral desperta ações imediatas das autoridades

Região tem 14,8 mortes por mil nascidos vivos, superando a média estadual de 10,8. 69% dos óbitos ocorrem nos primeiros 28 dias de vida


Por Luiza Rampelotti Publicado 10/04/2024 às 13h01 Atualizado 13/04/2024 às 09h48
Prefeitos e secretários de Saúde do Litoral, bem como representantes da SESA, se reuniram para traçar ações para o combate à mortalidade infantil na região. Foto: Prefeitura de Paranaguá
Prefeitos e secretários de Saúde do Litoral, bem como representantes da SESA, se reuniram para traçar ações para o combate à mortalidade infantil na região. Foto: Prefeitura de Paranaguá

O Litoral do Paraná enfrenta um desafio preocupante: sua taxa de mortalidade infantil está acima da média estadual, acendendo um sinal de alerta entre autoridades de saúde e gestores municipais. Com um índice de 14,8 mortes por mil nascidos vivos, superando a média estadual de 10,8, a região se vê diante de um problema que exige medidas urgentes. Vale destacar que 69% dessas fatalidades ocorrem nos primeiros 28 dias de vida (neo precoce e neo tardio), demonstrando a necessidade de medidas específicas para esse período crítico.

Diante dessa realidade alarmante, a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e o Conselho Regional de Secretários Municipais de Saúde (CRESEMS) do Litoral uniram esforços e lançaram, no fim de março, o Pacto Regional para a Redução da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal do Litoral, ou seja, um plano de ação para enfrentar esse desafio. Autoridades e entidades de saúde estão se mobilizando para implementar medidas concretas visando à redução da mortalidade infantil na região.

No dia 27 do mês passado, a Associação dos Municípios do Litoral do Paraná (Amlipa) e o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Litoral do Paraná (Cislipa) aderiram à iniciativa. O pacto enfatiza o compromisso coletivo na melhoria dos cuidados pré-natais, acesso aos serviços de saúde e conscientização da comunidade. Ações estratégicas incluem a formulação de protocolos de atendimento, a oferta de exames preventivos, a capacitação de profissionais de saúde e investimentos na infraestrutura hospitalar.

O prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, presidente da Amlipa, ressalta a importância do fortalecimento das ações para a redução da mortalidade infantil no Litoral. “Isso é refletido em um documento assinado por todos os municípios da região, demonstrando nosso compromisso conjunto nessa causa“, afirma.

Região tem 14,8 mortes por mil nascidos vivos, superando a média estadual de 10,8. 69% dos óbitos ocorrem nos primeiros 28 dias de vida. Foto: Prefeitura de Paranaguá
Região tem 14,8 mortes por mil nascidos vivos, superando a média estadual de 10,8. 69% dos óbitos ocorrem nos primeiros 28 dias de vida. Foto: Prefeitura de Paranaguá

Pacto para a Redução da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal


Carmen Moura, diretora da 1ª Regional de Saúde do Litoral, destaca que por trás das estatísticas estão histórias humanas que exigem atenção e ação imediata. Ela salienta que a assinatura do Pacto Regional para a Redução da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal do Litoral representa um compromisso firme de todas as partes envolvidas em mudar essa realidade.

No Litoral, observamos um aumento na taxa de mortalidade infantil, especialmente relacionado ao período pré-natal e a condições sensíveis à atenção primária. Isso motivou diversas ações para qualificar a assistência nas unidades de saúde, ambulatórios e hospitais. Cada óbito infantil representa uma tragédia para as famílias e um futuro interrompido prematuramente. Essa realidade não pode mais ser tolerada“, avalia Carmen.

Ela destaca que o engajamento de todos os municípios do Litoral é essencial para alcançar a meta de reduzir em 10% os indicadores de mortalidade materno-infantil até 2027.

Embora tenhamos observado avanços na redução da mortalidade materna e infantil no Brasil, ainda enfrentamos desafios significativos. A assinatura do Novo Pacto para a Redução da Mortalidade Materna e Infantil em dezembro de 2023, pelo Paraná, e em março de 2024, pelo Litoral, reflete nosso compromisso renovado em enfrentar esses desafios. Este é um instrumento crucial para as gestões municipais, fornecendo as ações necessárias para garantir a qualidade da assistência à saúde de mulheres e crianças, especialmente no pré-natal“, explica.

Estratégias


Carmen também destaca as estratégias incluídas no pacto, como o alinhamento de fluxos de atendimento, o fortalecimento das estratégias de diagnóstico de doenças nas gestantes, atividades de educação permanente para as equipes de saúde e a ampliação do acesso ao planejamento familiar e às ações de prevenção da gravidez na adolescência.

A Secretaria de Estado da Saúde vem implementando ações da Linha de Cuidado Integral à Saúde da Mulher e da Criança, apoiando os municípios com recursos financeiros para estrutura, equipamentos, qualificação dos profissionais e reorganização dos serviços, visando garantir atendimentos oportunos às gestantes e crianças“, conclui.

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *