UBS e UPA: o que o cidadão precisa saber quando se trata de atendimento à saúde
Após as notícias divulgadas, na edição impressa do JB Litoral, da semana passada, a respeito da aprovação, pela Câmara de Vereadores, da criação da Fundação Municipal de Saúde, em Paranaguá, e a denúncia, realizada pelo Vereador Jaime Ferreira dos Santos (PSD), sobre a perda do prazo, pela Secretaria de Saúde (Semsa), para adequar o Pronto Atendimento da cidade, no bairro Estradinha, e receber recursos federais, o jornal buscou compreender melhor questões relacionadas a este assunto. Nesta edição, a reportagem traz as diferenças entre Unidade Básica de Saúde (UBS) e Unidade de Pronto Atendimento (UPA), bem como a Atenção Primária e Secundária, em relação ao atendimento à população.
O Sistema Único de Saúde, o SUS, é uma conquista do povo brasileiro, garantido pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, por meio da Lei nº 8.080/1990. É o único, do mundo, que atende mais de 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente dele para qualquer tipo de atendimento. Para funcionar, é financiado com os impostos do cidadão, ou seja, com recursos próprios da União, Estados e Municípios e de outras fontes suplementares de financiamento.
Em Paranaguá, por exemplo, a população que utiliza o SUS conta com Unidades Básicas de Saúde (UBS), as quais oferecem um atendimento primário, e com o Hospital Regional do Litoral, que atende situações de alta complexidade. A cidade não possui uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a única conhecida por UPA, localizada no Bairro Estradinha, é, na verdade, um Pronto Atendimento, e não oferece os serviços de urgência e emergência que a UPA exige.
O que é uma UBS
O primeiro contato da população com o SUS deve ser por meio de uma UBS. O responsável por gerenciá-la é o Município, ou seja, a Prefeitura. Considerada a porta de entrada do cidadão, o usuário do SUS irá receber atendimento básico em Pediatria, Ginecologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia, de segunda a sexta-feira, das 08h às 17h. Os principais serviços são consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamento para outras especialidades clínicas e fornecimento de medicação básica.
De acordo com a médica, Doutora Valéria Fernandes, uma UBS oferece o atendimento básico, ou seja, o acompanhamento do paciente. “Ela capta as pessoas já no seu bairro, é o postinho que fica próximo às casas e atende diariamente, em horário comercial. A UBS resolve 80% dos problemas de saúde da população do território que ela é responsável e promove hábitos saudáveis de vida”, explica.
O que é uma UPA
Já a Unidade de Pronto Atendimento é uma estrutura de complexidade intermediária entre as UBS e as portas de urgência hospitalares. Ela oferece estrutura simplificada, com raios-X, eletrocardiografia, pediatria, clínica médica, odontologia, laboratório de exames e leitos de observação. Nas localidades que contam com uma UPA, 97% dos casos são solucionados na própria unidade. Além disto, por funcionar 24 horas, é a opção de assistência nos feriados e finais de semana, quando a UBS está fechada, e contribui para desafogar os hospitais e reduzir o tempo de espera por atendimento.
A UPA também conta com leitos de observação para adultos e crianças, salas de medicação, nebulização, ortopedia e uma “sala de emergência” para estabilizar os pacientes mais graves que, após o atendimento necessário, são removidos para um hospital. “A UPA recebe aqueles casos que não são resolvidos em uma UBS, por exemplo, e que, de imediato, existe uma urgência. Estes são encaminhados à UPA e, de lá, se necessário, ao HRL”, informa Drª Valéria.
“Para entender melhor: se um paciente tem hipertensão ou diabetes, por exemplo, ele vai até a UBS e ali será acompanhado, mensalmente, com consultas pré-agendadas para auxiliar em suas necessidades. Já a UPA atende casos mais urgentes como febre, trauma e dor abdominal súbita, por exemplo”, esclarece a médica.
Atenção Primária e Secundária
A Atenção Primária é oferecida pelo Município e concentra ações relacionadas à prevenção de doenças e à proteção da saúde. Para que isto seja possível, é constituída pelas UBS, pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), pela Equipe de Saúde da Família (ESF) e pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), os quais garantem a realização de exames e consultas de rotina.
De acordo com o Vereador Adriano Ramos (PHS), a Atenção Secundária é de responsabilidade do Estado e do Governo Federal, formada pelos hospitais e ambulatórios que possuem com função oferecer tratamento especializado à população, garantindo o acesso aos profissionais de pediatria, cardiologia, ortopedia, neurologia, psiquiatria, ginecologia e demais especialidades médicas.
O nível secundário também é encarregado por garantir a estruturação dos serviços hospitalares de urgência e emergência. Assim, os médicos, os enfermeiros e os demais profissionais, que atuam no nível secundário, estão preparados para realizar procedimentos de média complexidade, conduzindo o tratamento de quadros que comprometem o bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes de forma aguda ou crônica.
Com informações do Ministério da Saúde