O cazuza parnanguara


Por Kaua Zini Publicado 07/07/2021 às 18h55 Atualizado 19/02/2024 às 14h38

Sempre digo que a nossa geração não tem noção do que representamos lá fora em termos culturais, poderia citar vários nomes musicais como: Waltel Branco, Brasílio Itiberê ou, até mesmo, Heitor, popularmente conhecido como Villa Lobos. Sim! Villa Lobos se apresentou ao público, pela primeira vez, aqui em Paranaguá, mas essa é outra história.
Enfim, hoje vamos falar do ilustre José Itiberê de Lima, carinhosamente chamado de “Cazuza” por seus amigos.

Músico e compositor nascido em Paranaguá, na rua Faria Sobrinho nº10, no ano de 1891, filho de Caetano José de Lima e Anfilóquia de Miranda Lima, seu pai era considerado o melhor músico da época e lhe ensinou os primeiros passos de teoria musical. Depois, passou a ter aula com a dona Alcídia Ribeiro, pianista da nossa terra. Mais tarde, continuou os estudos com a maestrina italiana Ludovica Caviglia Bório, foi com essa professora que aperfeiçoou suas técnicas musicais.

O sonho de se formar em piano nunca foi realizado, “Cazuza” era pobre e não tinha recursos para cursar o Conservatório de Música no Rio de Janeiro, a sua consagração foi pelo povo de sua terra, por intermédio das suas composições. Pelas circunstâncias da vida e da sorte, José ficou preso a Paranaguá, pois a doença lhe consumiu muito cedo, e quanto mais sofria, mais lindas eram suas canções. Devido à doença e por não conseguir realizar os sonhos que minavam sua juventude, desabafou suas mágoas na música, e o que o consolava era expressar sobre “amar e ser amado”.

José Itiberê de Lima teve uma carreira musical impecável, por várias vezes foi ao Rio de janeiro à procura de tratamento para a saúde. Sempre rodeado de amigos, dedicava suas músicas a eles como uma forma de agradecimento pelo carinho recebido durante a sua existência, fez isso até o fim da vida. O “Cazuza” parnanguara deixou muitas composições escritas pelo próprio punho, na sua maioria nunca foram publicadas. Sua última valsa, intitulada “Enise”, foi dedicada à filha de um amigo particular, escrita em março de 1935, dois meses antes de falecer.
José Itiberê de Lima, o Cazuza parnanguara.


A união construindo o futuro

Na última segunda feira (21/06), aconteceu uma reunião on-line com agentes culturais da música e o poder público de Paranaguá. A solicitação, feita pela classe musical foi atendida pela Secretaria de Cultura e Turismo (Secultur), cujo objetivo era esclarecer dúvidas e dar sugestões sobre o atual cenário que se encontra a cultura no município, em especial a música.

A conversa foi produtiva e articulada, e dentre os assuntos discutidos encontravam-se os editais promovidos pela prefeitura de Paranaguá, governo estadual e federal, além das sugestões individuais de cada um que esteve presente na reunião.

Estreitar os laços com o poder público é muito importante para o desenvolvimento de novos mecanismos que beneficiarão toda a classe artística da nossa cidade.

Os músicos agradeceram ao secretário Harrison Camargo e toda sua equipe, assim como ao prefeito Marcelo Roque.