Aliados correm de Cida, Ricardo Barros e Maria Victoria, após os escândalos das vacinas e de depoimentos na Polícia Federal


Por Maximilian Santos Publicado 04/10/2021 às 16h18 Atualizado 19/02/2024 às 15h11

Antes da CPI da Covid, o deputado federal Ricardo Barros, do PP, estava forte politicamente no Paraná. Com a investigação do possível envolvimento do também ex-ministro da Saúde de Michel Temer, nos escândalos das tentativas de corrupção na compra de vacinas, muitos dos “mandachuvas” da política do estado e, até mesmo, vereadores em vários municípios, com medo disso respingar em suas imagens para as eleições de 2022 e 2024, se afastaram da família Barros.

Boa parte dos filiados do PP pelo litoral paranaense, com quem a coluna conversou, dizem que não irão apoiar a reeleição nem de Ricardo Barros, tão pouco de sua filha, Maria Victoria. O partido na principal cidade da região, em Paranaguá, passa por restruturação após a morte do vereador Nilo Monteiro este ano, por conta das complicações da Covid-19 (que poderia ainda estar vivo, se tivesse tomado a vacina um pouco antes).

Isso ficou bastante nítido também em evento do PP Mulher, que reuniu Cida Borghetti e sua filha Maria Victoria, na semana passada, na capital, no Palácio Garibaldi (local do polêmico casamento de Victoria, em que manifestantes jogaram lixos e ovos, no Largo da Ordem). As conhecidas e algumas fortes lideranças femininas do partido não marcaram presença e o evento teve um quórum bem abaixo do esperado. De Paranaguá, quem esteve presente foi o vereador Thiago Kutz. A vereadora Vandecy Dutra não marcou presença, mas enviou sua assessoria como representante.

A herdeira política de Ricardo Barros, a deputada estadual Maria Victoria, voltou para a Assembleia Legislativa na semana passada, após licença maternidade. Mas, segundo pessoas pelos corredores da casa legislativa estadual no Centro Cívico, de forma “bem apagada”. A própria imprensa repercutiu bem pouco a sua volta.

O pior para a imagem da família Barros, além das situações frequentes que envolvem o deputado federal na CPI da Covid, foi a revelação de que o nome do líder do governo na Câmara Federal teria sido citado 200 vezes nos depoimentos da Polícia Federal. Com isso, a família que provavelmente assumiria a vice de Ratinho Junior em 2022 (e que anda contrariada por serem escanteados), tendo a bola na mão antes da CPI, começa a ver seus apoios correrem, com medo do que as investigações podem desvendar em um futuro bem próximo, logo nas vésperas das eleições do ano que vem.