As reviravoltas das tendências eleitorais nas eleições municipais, a centralidade e a experiência como protagonismos nas escolhas dos votos


Por Maximilian Santos Publicado 12/11/2020 às 12h50 Atualizado 19/02/2024 às 15h13

As eleições, este ano, estão bem diferentes das de 2016 e, também, das de 2018. O motivo são as chamadas tendências eleitorais, que são muitas vezes definidas por acontecimentos e comportamentos sociais, que dão um “norte”, um “rumo” nas questões que definirão os votos das chamadas “tipologias de eleitorados” e no comportamento dos eleitores. “Mas Max, eu não entendi nada… o que você quer dizer com isso?” Bem, caro leitor… vamos deixar mais claro… Já viram que, frequentemente, uma pesquisa eleitoral feita há 1 mês do dia da eleição é, muitas vezes, bem diferente de uma divulgada há uma semana antes, até mesmo, das chamadas pesquisas Boca de Urna, no dia da votação? Isso ocorre por conta dessas mudanças tendenciais eleitorais, que são influenciadas por notícias, fatos, culturas, sinais criativos que apontem para mudanças na sociedade e que estabelecem padrões entre eles. Desde o início do calendário eleitoral, vou citar três grandes fatos que influenciaram essas tendências nas pesquisas pelo voto nas eleições municipais em todo o Brasil, entre outros menores. O primeiro, a pandemia do Coronavírus. O segundo, o desgaste da política de embate e de caos. O terceiro, as eleições norte-americanas. Outro fato é a economia, mas ela está envolvida diretamente nos três casos citados. A segurança pública deu uma boa ofuscada entre as tendências. Mas eu vou apontar situações no Brasil e em Paranaguá que deixam isso muito bem claro…

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Não é à toa que, diferente do que vimos em 2018, os políticos mais experientes estão na frente nas intenções de votos nas cidades do Brasil. Eduardo Paes, no Rio de Janeiro; Bruno Covas, em São Paulo; Rafael Greca, em Curitiba; Marcelo Roque, em Paranaguá; Zé Paulo, em Antonina. A questão do coronavírus, que exigiu experiência na gestão, aponta essa tendência, mesmo que a administração de muitos não tenha sido eficiente assim. O eleitor, este ano, não está propenso a arriscar! Outra questão é a centralidade, políticos que caminham mais ao centro, que estão buscando uma “união”, uma “pacificação”, estão levando a melhor pelo desgaste de uma arrastada política do “caos” e de “embates”. Os anos da Lava Jato, com a mídia estampando problemas o tempo todo, o atual Governo Federal que ainda tenta utilizar da obscuridade e de polêmicas para se manter em voga, esgotaram os eleitores. E essa tendência não é só no Brasil, mas no mundo. Foi ela que fez Joe Biden e Kamala Harris levarem a melhor nos EUA, apesar da tradicional disputa acirrada dos dois partidos por lá. E é por isso que você tem visto, caro leitor, quase TODOS os candidatos pelo Brasil dizendo em “acolher as pessoas”, ou em “cuidar das pessoas” e, ainda, uma cidade “mais humana”. É a tendência de uma campanha no meio de uma pandemia e de uma sociedade cansada de “políticas de caos” e de autoritarismo. Mas, obviamente, sabemos que não são só as tendências eleitorais que definem os números nas urnas! Existem as forças comunitárias, as coligações, os nomes entre vereadores, o dinheiro, os chamados “currais eleitorais”, os sindicatos, as categorias trabalhistas, as igrejas, as comunidades e tantas outras coisas que pesam muito. Sem falar que, em cidades como Paranaguá, as tendências sempre chegam atrasadas, por ser uma cidade que há anos se mantém tendencialmente, seja na moda, no comportamento, no consumo ou na política, em um passo atrás.

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Como falei no começo deste editorial, as pesquisas desta última semana podem apresentar dados bem diferentes das apresentadas semana passada. E é aí que as eleições norte-americanas também podem influenciar. Essa onda de “esperança”, de “renovação”, de mudança de ares, pode sair das TVs, dos rádios e dos celulares das pessoas e tomar conta das urnas no domingo. Ao mesmo tempo, a busca por nomes mais pacificadores e experientes (como tem ocorrido) também deverá ser fortalecida nas majoritárias! Uma coisa que fica MUITO clara é que os candidatos dos extremos da polarização no Brasil não estão indo bem. As pessoas estão cansadas dessa guerra política, dos ataques, desse clima tenso. E essa tendência está sendo comprovada com a queda de campanhas que fazem “ataques”, como a de Fernando Francischini, em Curitiba, e a de Celso Russomanno, em São Paulo, como outras. Aparentemente, os mais centristas estão levando a melhor nas principais capitais e cidades do País. Essa é uma tendência que deverá também marcar os caminhos de 2022. Os eleitores estão percebendo que muitos que se dizem “da nova política” de forma demagoga, acabam chegando lá e fazendo igual ou pior que os da “velha política”, que a inexperiência pode trazer graves problemas sociais e econômicos, que a polarização é mais prejudicial do que benéfica. Neste domingo, 16h, fechamento da coluna, as tendências eleitorais estão com a experiência, com a centralidade, com a pacificação. O que as urnas deverão dizer no próximo domingo? Que as pessoas querem paz, querem sossego pra mente, querem seres humanos que consigam gerir nossas cidades de forma verdadeira, sem rupturas, sem extremismos, sem divisões e sem muitas aventuras.

Apostas em 65%/70% de renovação na Câmara de Vereadores

Em conversa com vários formadores de opinião de Paranaguá, as apostas estão em 70%/75% de renovação na Câmara Municipal de Paranaguá. Na eleição de 2016, a renovação foi de 64%. Com alterações nas regras das eleições proporcionais, aprovadas na Emenda Constitucional 97, que também proibiram as coligações no pleito entre vereadores e vereadoras, tem muito vereador quase que “vitalício” que anda desesperado, por não ter atingido forças eleitoras com nomes nos seus partidos, ou, por novos nomes apontarem maior força. Para muitos, quatro partidos deverão se destacar na Casa Legislativa de Paranaguá, o PSL, o PSC, o Podemos e o Republicanos. Apostas?

Christiane Yared de olho nos votos de pessoas do litoral, que votam em Curitiba

A candidata pela coligação Curitiba Cidadã (PL/PROS), em Curitiba, a deputada Christiane Yared, está de olho nos votos de aproximadamente 40 mil pessoas que vivem no litoral paranaense, mas que votam na capital Curitiba. Ela, que foi a deputada que mais trouxe emendas para o litoral paranaense, que beneficiou as 7 cidades da região, tem como proposta uma Prefeitura de Curitiba que atuará em parceria com toda a região Leste do Paraná. Em recente conversa com este colunista, a candidata falou que se for eleita, pretente fortalecer o turismo do litoral junto com o de Curitiba, bem como promover eventos culturais conjuntos. “Podemos realizar reuniões frequentes entre os prefeitos da região Leste do Paraná, para pensarmos ideias e propostas e, assim, desenvolvermos cada vez mais a região como um todo”, disse. Para ela, esse é um dos importantes papéis e compromissos de uma prefeita em uma capital como Curitiba.

Tristeza no meio político parnanguara

Uma notícia triste tomou conta do meio político de Paranaguá. O sábio e querido Elier Rueda deixou esse plano, para poder mandar boas energias e forças lá do céu para todos os estudantes universitários de Paranaguá, estivadores e ativistas sociais. Desejamos muita luz para Elier e muita força para sua família e amigos leitores.

Um Ratinho quieto nas eleições municipais

Quem se manteve neutro nas eleições municipais foi o governador Ratinho Junior. Apesar de seu partido, o PSD, lançar candidatos e estar junto de várias coligações espalhadas pelo Paraná, o jovem governador não foi visto em campanha de nenhum candidato, nem mesmo com Rafael Greca, em Curitiba. Mantém apoio, mas preserva, também, a imagem neutra.