Francischini é cassado pelo TSE por espalhar mentiras e delegado ficará só como tesoureiro de seu partido no estado


Por Maximilian Santos Publicado 28/10/2021 às 14h01 Atualizado 19/02/2024 às 15h10

Por seis votos a um, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou na manhã desta quinta-feira (28) o mandato do deputado estadual Fernando Francischini. Ele perdeu seu posto legislativo por ter espalhado fake news a respeito de urnas eletrônicas, em pleno dia de votação de 2018, em uma live feita na sua própria rede social. Segundo denunciou o Ministério Público, a live chegou a atingir mais de 6 milhões de visualizações e mais de 400 mil compartilhamentos.

Os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Mauro Campbell e Sérgio Banhos acompanharam o relator, ministro Luis Felipe Salomão, em que apresentaram votos favoráveis pela cassação e, também, pela inelegibilidade de oito anos do delegado. Já Carlos Horbach, que fez pedido de vista, adiando o resultado da votação, acabou indo contra.

O julgamento marca um novo momento da Justiça Eleitoral que, por estratégia da extrema-direita internacional, tem sido atacada, a fim de “tumultuar” os processos democráticos no país. O caso, que nunca foi aceito antes, deverá seguir de modelo para outras situações similares no Brasil, minimizando também a disseminação de fake news e mentiras eleitoreiras.

Não só Francischini, mas coligação toda deve perde cadeiras na Assembleia Legislativa. Veja quem assume:

Com o pedido de inelegibilidade, não só Francischini perde o cargo, mas todos os parlamentares que acabaram se elegendo por causa de seus mais de 400 mil votos, que serão retirados da conta entre os úteis e considerados nulos. A coligação do PSL, coordenado pelo delegado, agora perde todos esses votos e o quociente eleitoral ficará em somente 97.328. Além de Francischini, devem deixar a Assembleia Legislativa Emerson Bacil e Do Carmo, além de Subtenente Eventon, que também foi cassado anteriormente, por ter recebido doação de campanha da Associação dos Militares da Reserva, Reformados e Pensionistas das Forças Armadas do Paraná (Asmir-PR). No caso, quem assumiu foi o empresário Cassiano Caron.

Com o novo quociente eleitoral, os partidos MDB, PV, PSD e PRP devem ganham uma nova cadeira na Assembleia. Assumem então, se assim for, Nereu Moura (MDB), Pedro Paulo Bazana (PV), Adelino Ribeiro (PRP) e Hussein Bakri (PSD) – que já ocupa uma das cadeiras como suplente. Com isso, o novo nome do PSD é Alexandre Guimarães. Mas há também cálculos que tiram o PSD e incluem o DEM, que se assim for, assume Élio Rusch.

Francischini ficará como tesoureiro no estado do novo “União Brasil”

Até ontem, Fernando Francischini era o presidente do PSL no Paraná. Mas, por definição do presidente nacional, Luciano Bivar, quem assume a presidência estadual é seu filho e herdeiro eleitoral, o deputado federal Felipe Francischini. Ele deverá ser o líder na região do novo “União Brasil”, da fusão entre PSL e DEM que, até agora, não teve aprovação no Tribunal Superior Eleitoral.

O delegado, que perde seu mandato, ficará como tesoureiro do partido, coordenando os “cofres” das campanhas estaduais nas eleições do ano que vem. Estima-se que para os candidatos da legenda ao Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa, o montante chegue até 40 milhões de fundo eleitoral, destinados do dinheiro de impostos dos contribuintes.

Francischini diz que irá recorrer da decisão junto ao Supremo Tribunal Federal – STF.