Sem 500 milhões girando na economia com o Carnaval, retomada econômica no litoral paranaense será ainda mais difícil


Por Maximilian Santos Publicado 18/02/2021 às 15h58 Atualizado 19/02/2024 às 15h13

Muito se fala na tal retomada econômica, após a recessão provocada pela pandemia da covid-19. Segundo economistas e especialistas da área, a recuperação será lenta e irregular, principalmente, por conta de um programa nacional de vacinação incerto, repleto de problemas em logística e completamente lento na imunização. Desde o início da pandemia, os setores mais prejudicados estão no turismo e no comércio, causando um grande número de demissões e despencando o potencial de consumo das famílias. No litoral paranaense, mesmo tendo a principal cidade da região destacada economicamente na atividade portuária que, também baseada na necessidade de exportação agrícola, não sofreu muito com a pandemia, a economia do Litoral do Paraná tem na sua principal atividade a prestação de serviços, que representa mais de 65% da atividade na maior parte dos municípios. É bom lembrar, caro leitor, que dentre a oferta de prestação de serviços, os destaques estão nas atividades do turismo, que são aquecidas entre dezembro e fevereiro, quando passam por nossa região entre 1 e 2 milhões de pessoas (variando de um ano pra outro, conforme questões climáticas e econômicas). Com a necessidade do isolamento social para o controle da pandemia, a temporada de verão 2020/2021 viu o seu movimento despencar, prejudicando o comércio em geral, os prestadores de serviços, os restaurantes, hotéis e pousadas, vendedores ambulantes e toda uma gama de trabalhadores que sustentam milhares de famílias. Com isso, o “efeito cascata” na economia será refletido por um bom tempo. Por exemplo, o vendedor ambulante que não recebeu o suficiente na temporada e que diminuiu a compra no mercado, no posto de gasolina, na costureira, no loja de roupas, na lanchonete, e assim por diante.

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Com o necessário e coerente cancelamento do Carnaval, em uma fase da pandemia que tem assustado com o número de mortes e de infecções, o problema que já era grave se torna ainda maior. As prefeituras até que tentaram, mantendo o comércio e as atividades públicas em funcionamento para que o problema diminua, mas, segundo dados da Assindilitoral e do Curitiba Região e Litoral Convention & Visitors Bureau, só no feriado de Carnaval são R$ 500 milhões que circulam com as festividades na economia das 7 cidades. Tem muito comerciante na nossa região que necessita do evento popular para manter o equilíbrio das contas durante todo o ano. O próprio setor pesqueiro, que está entre uma das principais atividades econômicas na região, que viu queda de mais de 25% nesta temporada, depende do Carnaval no seu calendário anual de vendas. É por isso que o cancelamento do Carnaval deve ser discutido de uma forma mais ampla! Algumas cidades no País, acreditando em uma imunização (que aparentemente não se mostra rápida no Brasil), pretendem realizar os eventos no segundo semestre deste ano. Já outras, estão revendo o calendário de eventos de 2022, com a possibilidade de dois “carnavais” no ano, mas, que em meio a um ano eleitoral, possível Olimpíadas, Copa do Mundo, acreditamos que isso seja bem difícil. Mas, sem levar em consideração as argumentações religiosas descabidas que, muitos políticos neopentecostais tentam argumentar, olhando em “causa própria” e não no benefício coletivo da nossa gente, além da importante questão cultural, o Carnaval é um dos principais fatos que movimentam a nossa economia, que gera emprego, renda, alimento na mesa da nossa gente.

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Na última semana, esteve em Paranaguá o chefe da Casa Civil do Governo do Paraná, Guto Silva, para apresentar às lideranças políticas as ações conjuntas que devem ser tomadas pelo Estado e sociedade civil na retomada econômica. Porém, segundo fontes (mais de três) da coluna que participaram do evento, tudo pareceu mais político do que prático. Vale destacar aqui que muitos prefeitos fizeram mudanças no seu secretariado de olho nessa questão! Em conversa deste colunista com os dois principais prefeitos da região, ambos mostraram grande preocupação com esses buracos econômicos apresentados pela pandemia e com o árduo trabalho de recuperação da economia. Porém, esse é um trabalho conjunto, que só poderá ter bons resultados com a união da sociedade civil, por meio de associações e instituições privadas, poder executivo e poder legislativo. Aliás, lá vem o Max novamente com as perguntinhas básicas… como está a comissão de retomada econômica na ACIAP?? As associações, secretarias e setores turísticos já apresentaram planos para minimização do impacto do cancelamento do Carnaval e da queda de movimento na temporada?? Podemos esperar comissões de retomada econômica nas Câmaras Municipais das 7 cidades?? Deputados estaduais das comissões específicas nesse assunto na Assembleia Legislativa, estão preocupados com esse rombo econômico aqui no litoral?? O Carnaval 2021 deixa mais um “peso” de menos R$ 500 milhões circulando, no forte trabalho de “puxada” da economia por conta da pandemia. E o reflexo, infelizmente, poderá ser percebido com menos alimento na mesa de milhares de famílias no litoral paranaense!

Palácio Carijó reage na questão do pedágio!

Em visita na Câmara Municipal de Paranaguá, a coluna teve a informação de que o presidente, o vereador Fabio Santos (PSDB), está fomentando o trabalho para a formação de um “Comitê do Pedágio” na casa legislativa. A ideia também é lutar para trazer para Paranaguá, uma das Audiências Públicas promovidas pelos governos estadual e federal, que não contemplava a cidade. O assunto foi o editorial de nossa coluna na semana passada! A ideia é criar a comissão de forma mista, entre os vereadores e comissões instituídas, discutindo também com as associações, sociedade civil e setores interessados na cidade, como de turismo, de transporte, entre outras. Esperamos que, com a força da Câmara Municipal, o governo dê a atenção devida para o litoral paranaense na tão importante questão do pedágio!

Tutti-Fruet

Quem esteve em Paranaguá para reafirmar seu compromisso com a cidade, inclusive sobre a liberação de emenda apresentada no valor de R$ 350 mil para a área da saúde, foi o deputado federal Gustavo Fruet (PDT), também ex-prefeito de Curitiba. Mas não é só na área da saúde que o deputado tem lutado por Paranaguá na Câmara dos Deputados, mas em várias áreas, como um “todo”, inclusive com o projeto que revê os limites territoriais marítimos para beneficiar o litoral do Paraná na divisão dos royalties do petróleo.

Capicua

Quem reafirmou o amor por meio de casamento no último dia 12-02-21, foi a nossa repórter especial da área portuária, Magaléa Mazziotti, com o amigo parnanguara, o administrador e professor da FAE Business School, mestre Douglas Zela, mais conhecido como “Deda”. O casal escolheu a data por apresentar um número palíndromo. Desejamos as melhores energias do mundo e muito amor na vida desses dois seres lindos.