Silêncio na Estradinha


Por Marinna Prota Publicado 02/08/2021 às 13h41 Atualizado 19/02/2024 às 17h46

Apenas para registrar aqui, é uma pena que profissionais que tanto se identificam com o clube acabem se afastando do Rio Branco ano após ano. A falta de transparência em uma gestão é o que faz com que muita gente deixe de apoiar, de divulgar e de se importar. Por isso hoje, após a saída do assessor de imprensa do Leão da Estradinha, reservo o direito de não falar sobre o jogo, sobre a partida e sobre o Rio Branco. Não pelo clube e sua tradição, mas sim pela nuvem que ofusca a visão de quem quer entender o tipo de futebol que querem fazer lá.

Paranaguá nas Olimpíadas?

Esta pergunta pode ser respondida daqui a alguns anos. Sabemos que o investimento no esporte é o primeiro passo para termos representantes em competições de alto nível. Na última semana, o que se viu na cidade foi um boom de incentivo a diversas modalidades. Antes de torcermos na TV para os atletas que hoje estão em Tóquio, precisamos entender como eles chegam lá.

Rayssa, a fadinha do skate, não teve apoio da prefeitura, mas tudo começou com um skate e um espaço apropriado para andar. Paranaguá hoje, como representantes renomados disseram, caso do Ferrugem que já andou do lado de lendas do skate, é um celeiro em ascensão. O primeiro passo foi dado. Inaugurar a pista no Aeroparque, com um espaço com palcos, curvas, obstáculos e até uma base para quem quer apenas fazer a troca de experiências básicas, que é semelhante à dos Jogos Olímpicos deste ano, poderá se tornar o início da carreira de muitos.

Tive o prazer de conversar com um dos atletas de skate da cidade, Jorge dos Santos, que sabe muito bem o que a infraestrutura poderá trazer. Assim como ele, muitos outros jovens podem surgir e representar a cidade, com o incentivo dado com esse novo espaço.

Precisamos falar de Ágatha

Apesar da derrota e a eliminação nas oitavas de final para as alemãs, Ágatha mostra para nós que o esporte é muito mais do que aparece na televisão. Os parnanguaras devem ter orgulho dela, que adotou a terra dos bagrinhos para chamar de “seu lar”. Além de lar, ela também baseou seu projeto de vôlei de praia na cidade.

Isso mostra o potencial de Paranaguá para ser celeiro de qualquer modalidade. Temos espaços públicos que podem ser usados para perpetuar o esporte. A inauguração, também, das quadras do projeto “Meu Campinho” são uma mostra do que está por vir. Quanto mais instituições investirem, mais a prefeitura adotará a responsabilidade pelo esporte estar no dia a dia dos pequenos e grandes cidadãos e, assim, teremos uma revolução positiva no município.

Gigante e visionário

Para uma amante do futebol, como eu, ver e pisar em uma grama de tamanha qualidade quanto a instalada no Gigante do Itiberê é de se orgulhar. A cidade ganha com essa reforma e a comunidade deve ganhar ainda mais com esse projeto ousado e visionário de fazer um Estádio Escola.

Quando mais nova, eu gostaria de ter tido essa oportunidade, de ter um espaço propício para o desporto. Agora, fico feliz e imaginando como será a evolução dos pequenos parnanguaras com tamanha infraestrutura a disposição. Lembrando, esporte ajuda na criação de cidadãos com compromisso com a civilidade, com respeito e, sobretudo, com visão coletiva.