E se as Queimadas Chegarem ao Litoral do Paraná?


Por Caio Fernandes Publicado 09/10/2020 às 20h36 Atualizado 19/02/2024 às 18h17

As queimadas tomaram conta do Brasil nos últimos meses. Apesar da criação do “Conselho da Amazônia” e das promessas de maior controle no bioma, por parte das Forças Armadas, agosto de 2020 repetiu a tragédia vivida em 2019, com um pico dramático no número de focos de fogo. Dos 44.013 focos de queimadas registrados no acumulado de 2020, 29.307 ocorreram entre 1o e 31 de agosto, o que representa 66,5% do total.  O número ficou bem próximo daquele registrado durante os 31 dias do mesmo mês em 2019: 30.900 focos.  No caso do Pantanal, a situação é ainda mais dramática: houve um aumento de 220% no número de focos de incêndio de 1 de janeiro a 31 de agosto. De acordo com o Inpe, foram 10.153 pontos de calor e nesse mesmo período, em 2019, foram contabilizados 3.165.

Nossa Mata Atlântica Corre Risco?

Sim e muito, nesta época do ano as queimadas se intensificam e alteram o cenário das cidades, ocasionando diversos prejuízos e transtornos. As condições climáticas de estiagem, altas temperaturas, ventos fortes e baixa umidade são fatores que agravam a situação. Mas é a ação humana uma das principais responsáveis pelo fogo que destrói e contribui para um período caótico, tanto para a saúde do planeta quanto da população. O principal motivo apontado para as queimadas recordes é uma estiagem severa que também pode afetar a nossa região já que o período de chuvas em 2020 tem sido marcado pela baixa pluviosidade. Muitas áreas podem ficar tomadas de vegetação seca, o que contribuirá para a proliferação do fogo.  

Incêndios, Estiagem e suas Consequências

A Mata Atlântica é o bioma que soma o maior número de espécies ameaçadas de extinção, tanto em números absolutos quanto em proporcionais à riqueza dos biomas nacionais. Do total de espécies ameaçadas do Brasil, 50,5% se encontram nessa região, sendo que 38,5% são próprias do bioma. O aumento da incidência de queimadas e incêndios apenas eleva o risco para a fauna e também para a flora que habitam nossa região e que já vivem tão pressionadas.

A realização de queimadas gera consequências, dentre elas as principais são:

  • alterações no equilíbrio dos ecossistemas;
  • desertificação ambiental;
  • circulação de águas superficiais e subterrâneas;
  • mudança da temperatura e umidade do solo;
  • manutenção e controle de fauna e flora;
  • diminuição da biodiversidade;
  • emissão de gases poluentes;
  • piora na qualidade do ar;
  • contribuição para o aumento da poluição do ar;
  • intensificação do efeito estufa e do aquecimento global.

O que fazer em casos de incêndios?

A principal recomendação, para quem observar algum foco de queimada em áreas florestais, é a denúncia, que pode ser realizada diretamente ao Corpo de Bombeiros, no telefone 193.

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