Coletivo de artistas publica carta aberta e pede audiência com prefeito para reverter o desmonte da Cultura em Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 03/04/2017 às 12h43 Atualizado 14/02/2024 às 20h41

Um coletivo de artistas, intelectuais, agentes culturais e simpatizantes do setor se formou em Paranaguá para tentar reverter o desmonte da área da Cultura na administração municipal.

O grupo que conta com cerca de 80 participantes protocolou um pedido de audiência com o prefeito Marcelo Roque (PV) para reivindicar, entre outras medidas, o retorno da Fundação Municipal de Cultura ou a criação de uma secretaria específica para o setor. 

O coletivo redigiu uma carta aberta que será apresentada ao governante municipal. Além do retorno de um órgão municipal exclusivo para a Cultura, o grupo pede a aprovação do Plano Municipal de Cultura e a criação do Fundo Municipal para o custeio de projetos culturais pela lei de incentivo. 

A antiga Fundação Municipal de Cultura (FUMCUL) foi extinta e anexada à área de Turismo durante o processo de transição da gestão municipal em dezembro de 2016. Há duas semanas, o prefeito fez uma nova fusão, anexando a cultura e o turismo à secretaria de esportes. 

Para os integrantes do coletivo, essa decisão é prejudicial para todas as áreas. Segundo Aorélio Domingues, Mestre Fandangueiro do Grupo Mandicuera, a união da cultura, turismo e esportes numa só secretaria é ruim para todos. “O desmonte da área da Cultura põe em risco todo um acúmulo elaborado no plano municipal de Cultura e na adesão ao Sistema Nacional de Cultura”, afirmou. 

“Paranaguá possui duas manifestações culturais que são patrimônios imateriais registrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Fandango Caiçara e a Língua Guarani. Possui diversas outras manifestações que vão desde as artes à culinária, passando pelo carnaval e pela arquitetura colonial. Tudo isso vai ficar abandonado e muita coisa deve se perder sem uma Secretaria ou Fundação que desenvolva políticas culturais para a cidade.” 

“E os vereadores, que são pagos para fiscalizar o prefeito, deram ‘carta branca’ se anulando totalmente e abrindo mão de sua função legal. Não foi para isso que eles foram eleitos. A iniciativa do prefeito de economizar recursos públicos é louvável, mas essa economia deverá trazer graves prejuízos para a cidade, não só na área da Cultura, mas também no turismo e nos esportes.” Afirmou Aorélio. 
 

Agora o Coletivo aguarda a confirmação da audiência para que se abra um canal de diálogo do setor com a administração pública e que as reivindicações sejam atendidas. 

 

Leia em anexo a carta elaborada pelo Coletivo. 
 

Fonte: Ivan Ivanovick