Festas Juninas impulsionam exportação de produtos típicos pelo Porto de Paranaguá: conheça os principais motivos


Por Luiza Rampelotti Publicado 25/06/2023 às 12h59 Atualizado 18/02/2024 às 15h04
As festas juninas já estão acabando e deixando um gostinho de saudades. Neste ano, o destaque especial foi a exportação de comidas típicas da época. Foto: Claúdio Neves/Portos do Paraná

Junho está chegando ao fim e, com ele, as festas juninas, deixando um gostinho de saudade nos apaixonados pelas tradições dessa época do ano. Comidas típicas, danças caipiras, balões coloridos e roupas xadrez marcaram o mês repleto de festividades que encantam não só os brasileiros, mas também atravessam fronteiras.

E se tem algo que ganhou destaque especial no período foi a exportação de produtos típicos das festas juninas. O milho e a canjica, ingredientes fundamentais na preparação das guloseimas, tiveram um aumento significativo nas exportações.

O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) revelou dados expressivos. De janeiro a maio de 2022, foram exportados 392 TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) de milho. No mesmo período deste ano, esse número saltou para 1.181 TEUs, representando um aumento de 201%.

Já a pipoca teve um crescimento de 196%, saindo de 381 TEUs nos primeiros cinco meses de 2022 para 1.129 TEUs de janeiro a maio de 2023. Além disso, a canjica teve um aumento de 29% (de 24 para 31 TEUs) e o arroz teve um aumento de 49% (de 39 para 58 TEUs). Os principais exportadores desses produtos em 2023, foram: Egito (milho e pipoca), Cabo Verde (canjica) e Angola (arroz).

Mas afinal, qual é a influência direta das festas juninas no crescimento dessas exportações? O JB Litoral conversou com o gerente comercial, de logística e atendimento ao cliente do TCP, Giovanni Guidolim, que explica as principais razões por trás desse fenômeno.

Segundo ele, o cenário logístico deste ano tem sido bastante favorável para a exportação de commodities, como o milho e arroz. “O preço do frete marítimo diminuiu, tornando os contêineres uma opção viável para transportar esses produtos. Os navios estão com uma ocupação média de 80%, o que significa que há espaço disponível para embarcar os contêineres”, explica.

Sendo assim, essa combinação de fatores, envolvendo frete e espaço nos navios, tem impulsionado o aumento nas exportações. Outro ponto importante é a safra, já que o aumento na produção agrícola tem contribuído.

Com uma safra maior este ano, a expectativa é de que essas cargas continuem aumentando nos próximos meses e anos. Além disso, a utilização de contêineres oferece uma operação mais segura para os exportadores, o que também tem influenciado na escolha desse método de transporte”, comenta Giovanni.

Complexo portuário de Paranaguá


E por que Paranaguá se destaca nesse contexto? Giovanni Guidolim ressalta que o custo logístico é essencial quando se trata de cargas do agronegócio, que geralmente possuem valores mais baixos. E Paranaguá conta com um complexo portuário que atende perfeitamente a essas demandas.

O Terminal de Contêineres de Paranaguá, juntamente com seus parceiros de retroárea, oferece toda a estrutura necessária para o recebimento, armazenagem e exportação dessas cargas. A ocupação baixa do terminal, aliada à flexibilidade e eficiência na operação, são fatores que diferenciam Paranaguá nesse mercado”, diz.

O sucesso das festas juninas não se limita apenas às comemorações em território brasileiro. Os produtos típicos ganham o mundo, levando consigo o sabor e a alegria dessa tradição. Para Giovanni, o aumento nas exportações de milho, pipoca, canjica e arroz é um reflexo não apenas da demanda crescente, mas também da capacidade logística e do empenho dos profissionais envolvidos nessa cadeia de produção e, especialmente, no Porto de Paranaguá.