100 mil pessoas participam da procissão de Nossa Senhora do Rocio, segundo GCM


Por Redação JB Litoral Publicado 16/11/2015 às 11h00 Atualizado 14/02/2024 às 10h57

Assim como ocorreu com a missa campal, na manhã deste domingo, a procissão com a imagem de Nossa Senhora do Rocio, no período da tarde, foi marcada por uma garoa fina e a temperatura abaixo dos 20 graus centígrados. Mesmo assim, cerca de 100 mil fiéis participaram da caminhada pela rua Professor Cleto em direção à Catedral Diocesana, conforme a Guarda Civil Municipal (GCM). Eles formaram um verdadeiro tapete humano colorido, devido aos guarda-chuvas que usavam.

Ainda de acordo com a entidade, ligada à Secretaria Municipal de Segurança, pelo menos 15 mil pessoas participaram da celebração na parte da manhã.

O Irmão Adilson Schamne, do Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio, disse que o número de fiéis ainda não tinha sido computado pela igreja, mas garantiu o sucesso do evento. “Foi muito boa a festa, com um grande número de fiéis presentes. Mesmo com a crise tivemos a presença de milhares de peregrinos de fora, além dos parnanguaras, que participam em peso”, comemorou o religioso.

O cortejo com a imagem da Padroeira do Paraná saiu às 16h, sendo aberto com centenas de motociclistas de vários motoclubes de Paranaguá. Em seguida vinha o andor com a Santa e os milhares de fiéis. Muitos estavam com imagens da Mãe do Paraná nas mãos, levaram os filhos vestidos de anjinhos, como forma de pagar promessas após graças recebidas. Havia ainda pessoas descalças fazendo o trajeto.

Muitas casas da avenida Professor Cleto foram enfeitadas com as cores da de Nossa Senhora do Rocio, o branco e o azul. Empresas e entidades de diversos setores também prestaram suas homenagens durante o trajeto. O andor com a imagem era bastante disputado.

Homenagens também foram prestadas aos ex-bispos de Paranaguá, Dom João Alves dos Santos e Dom Alfredo Novak, que no ano passado ainda participaram das festividades, mas que morreram há alguns meses. Um veículo pick-up percorreu a procissão com o tradicional trono de Dom Alfredo, somente com as vestes do ex-bispo.

Em tempos de redes sociais não faltou fiel aproveitando a oportunidade para fazer uma sélfie com a família.

A dona de casa Débora Cristina de Carvalho Costa, que mora no Centro de Paranaguá, foi a todas as novenas das 18h e acompanha a procissão de ida e de vinda há 10 anos. “Sempre agradeço as graças recebidas”, contou a devota, que estava acompanhada da mãe e de uma vizinha, Tânia Cristina Silva Santos, que reforçava um pedido feito à Nossa Senhora do Rocio. “Ela é maravilhosa, uma verdadeira benção em nossas vidas”, completou Tânia.

Para Ivone de Carvalho Costa, de 65 anos, mãe de Débora Cristina, participar da procissão é uma tradição vinda de família. “Participo há uns 50 anos, porque lembro que quando tinha uns 14 já vinha com minha mãe. Tudo que eu peço Nossa Senhora do Rocio me atende”, confidencia a idosa.[tabelas]ANJINHO ATÉ 15 ANOS

O micro-empresário Raphael Zela, de 31 anos, e a esposa, a cabeleireira Larrisa Vizine, de 29, levou a filha, Sofia Raphaele, pelo segundo ano, vestida de anjinho na procissão. O objetivo era pagar uma promessa feita durante a gravidez, após ser diagnosticada uma dilatação no rim da criança ainda no ventre da mãe.O médico disse que quando ela nascesse teria que operar. Não aceitei isso. Prometi para Nossa Senhora do Rocio que iria trazer minha filha vestida de anjinho na procissão até quando ela estiver com 15 anos. Estou pagando a promessa e sou muito grata à Nossa Senhora”, declarou a mãe.

Participar da procissão é um hábito adquirido desde criança, para o pai, Raphael. Ele também é muito grato pela cura da filha. “Depois de Jesus é Nossa Senhora. Sempre peço e ela concede a graça”, comenta o jovem micro-empresário.

HOMENAGEM DO MANDICUERA

Chamou atenção na procissão uma homenagem de uma família à Padroeira do Paraná com a Bandeira do Divino Espírito Santo. Membros do grupo Mandicuera, que tem um ponto cultural na Ilha dos Valadares, ajudaram. Sobre uma carreta, com uma rabeca, uma caixa do Divino (instrumento de percussão) e uma viola de 7 cordas e três vozes eles cantavam “versos improvisados, conforme a emoção do momento”, de acordo com Eloir Paulo Ribeiro de Jesus, popularmente conhecido em Paranaguá como Poro.

“A Bandeira só sai da nossa capela entre o período do Divino, do domingo de Páscoa ao dia de Pentecostes, mas tiramos hoje só para homenagear nossa padroeira do Paraná, o que é um evento muito importante”, lembrou o artista Poro.