Abandonada, obra do Mega Rocio vira refúgio de desocupados na Praça da Fé


Por Redação JB Litoral Publicado 18/03/2014 às 21h00 Atualizado 14/02/2024 às 01h35

Obra anunciada em outubro de 2010 pelo ex-prefeito José Baka Filho (PDT) e reitor do Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio, padre Sérgio Sviental Campos, o Centro de Eventos do Complexo Turístico do Santuário Estadual Nossa Senhora do Rocio, conhecida por Mega Rocio, foi viabilizada por meio de emendas parlamentares do senador Flávio Arns (PSDB) e do deputado federal Ângelo Vanhoni (PT). Porém, passados mais de três anos, se encontra em completo abandono, servindo de refúgio para desocupados e usuários de drogas na Praça da Fé em Paranaguá.

Com investimento de R$ 3,2 milhões, sendo R$ 1,9 milhão do Governo Federal, através do Ministério do Turismo e o restante da prefeitura municipal, a obra teve sua pedra fundamental lançada no dia 14 de julho de 2011, pelo governador em exercício, Flávio Arns e pelo ex-vice-prefeito Fabiano Vicente Elias.

 

Iniciada em 2012 pela empresa APN Engenharia Ltda, a obra que tinha um prazo de conclusão de seis meses e já era para ter sido entregue desde o ano passado, encontra-se paralisada.

Em janeiro de 2013, uma reunião realizada no salão da reitoria entre o ex-prefeito Mário Manoel das Dores Roque (PMDB), o reitor do Santuário, Padre Sérgio Campos, engenheiros, o empreiteiro responsável pela obra, Augusto Neto, o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, o vereador Arnaldo Maranhão Júnior e outros envolvidos no processo, discutiu a retomada das obras.

Na oportunidade, Pedro Guerra, da Ecoparaná, pediu apoio do prefeito Roque e solicitou, ao lado de Flávio Arns, uma audiência para detalhar as intenções da vice-governadoria e formalizar a criação de um grupo gestor responsável por ações administrativas e acompanhamento no andamento das obras. O prefeito Roque e o então secretário de Obras, Silvio Loyola, garantiram que, após a esta audiência, a prefeitura daria apoio para que as obras paralisadas fossem retomadas. Passados mais de um ano deste encontro e nada foi realizado e as obras continuam paradas.

A reportagem esteve na Praça da Fé e constatou o total abandono da obra que está sem tapumes em seu entorno, favorecendo o acesso de desocupados em seu interior. De acordo com moradores residentes nas imediações, a presença de viciados na obra é constante para uso de droga e até mesmo programas sexuais tem ocorrido no local no período noturno.

A reportagem  tentou contato com o padre Sérgio Campos para falar sobre a obra paralisada, porém, um funcionário da Rádio Difusora informou que se encontrava em reunião e que o informaria sobre a reportagem. Porém, até o fechamento da edição não houve retorno.

 

O que é projeto Mega Rocio

O Centro de Eventos do Complexo Turístico do Santuário Estadual Nossa Senhora do Rocio, conhecida por Mega Rocio, será um espaço multiuso com capacidade para 2.000 pessoas, com estacionamento, cozinha industrial e banheiros e poderá ser utilizado pela comunidade para eventos culturais, congressos e feiras. A obra vai melhorar a recepção aos cerca de 20 mil romeiros que visitam o local mensalmente. Em novembro, esse contingente salta para aproximadamente 500 mil, devido aos festejos da Padroeira do Paraná.

Vale lembrar que, em 1977, Nossa Senhora do Rocio foi proclamada a Padroeira Perpétua do Paraná pelo Decreto nº 76, de 11/03/1977 e o local em que se encontra a igreja foi declarado como Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio. Desde então, o templo sofreu diversas reformas. Em 1999, foi reconhecido como Pólo Turístico-Religioso pela Lei Estadual n° 12.814/1999, devido à importância turística que tem para o Paraná.

Atualmente, a Festa do Rocio é o terceiro maior encontro religioso do País, sendo superado pelo Círio de Nazaré, em Belém (PA), e pela festa da Nossa Senhora Aparecida (SP).