AESP fecha contas do Carnaval 2018 com eleição da nova diretoria, diz presidente


Por Redação JB Litoral Publicado 07/12/2018 às 00h00 Atualizado 15/02/2024 às 05h56
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A Associação das Escolas de Samba de Paranaguá (AESP), desde outubro, conta com uma nova presidente, escolhida por aclamação, Melissa Elias Martins. A eleição foi convocada mediante edital, o que permitia a participação de chapas adversárias. Porém, apenas a dela se apresentou para a votação e foi aclamada vencedora.

A atual presidente garante que, representará, com respeito, a comunidade carnavalesca de Paranaguá. “Junto com a minha diretoria faremos o mais correto trabalho, sem deixar a desejar a nenhuma agremiação que me confiou esta responsabilidade. Peço a todos apoio e colaboração para que o Carnaval de 2019 seja o renascimento de uma nova administração da AESP”, diz.

A primeira medida tomada pela nova diretoria foi finalizar a prestação de contas do Carnaval de 2018 perante o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE/PR). Apesar do atraso, a apresentação do que foi feito com os R$ 352.151,49, repassados pela Prefeitura, foi concluída, e o TCE forneceu a Certidão Negativa do encerramento do convênio. “A AESP já finalizou a situação junto ao TCE. Faltava um valor de R$ 16 mil, que arrecadei com a ajuda de empresários e pude concluir a prestação de contas. Pretendo ingressar com uma ação judicial contra a Filhos do Cartola e, quando ganhar o processo, vou ressarcir as pessoas que ajudaram”.

O processo foi marcado por polêmicas e atrasos envolvendo o Grêmio Recreativo Filhos do Cartola, que foi desfiliado da AESP, após sua posse, e se deu devido pelo não cumprimento do Estatuto da Associação com relação à prestação.  “A expulsão foi necessária e se deu em comum acordo com todos os presidentes das escolas de samba. Ela foi expulsa permanentemente da AESP, e seu presidente não poderá ter qualquer outra ligada à Associação, com seu CPF”, explica Melissa.  

Vale lembrar que Melissa já foi vice-presidente da Filhos do Cartola e se desvinculou em abril deste ano, após os atrasos e desentendimentos pessoais com o presidente, Wladimir Roberto Miras.

Planejamento para 2019

Melissa comunica que a preparação para o Carnaval 2019 já começou e que a população pode esperar muitas novidades para a Avenida do Samba. Já estão programados eventos que irão anteceder ao período carnavalesco, preparando as agremiações e a comunidade para os festejos de Momo. “Nos dias 12 e 13 de janeiro teremos cinco oficinas gratuitas e com emissão de certificado, ministradas pela Federação Paulista de Carnaval. Serão de Aderecista, Mestre Sala e Porta Bandeira, Bateria, Harmonia e Direção Geral de Agremiação”, declara.

Os workshops serão abertos à comunidade em geral e, a intenção, é que crianças e jovens também participem, como forma de incentivo à conservação da tradição carnavalesca na cidade. “O carnaval só acaba se apenas as mesmas pessoas participarem”, diz. Além disto, ela também informa sobre o lançamento do samba enredo das cinco escolas que, hoje, fazem parte do colegiado carnavalesco, em janeiro, com data a ser definida. Em fevereiro, haverá a eleição do Cortejo Real.

Gala Gay retornará

A dirigente também anuncia a novidade para o ano que vem: o retorno do concurso “Gala Gay”, que elege a Rainha Gay do Carnaval, criado pelo carnavalesco Nelson Uberna da Escola de Samba Acadêmicos do Litoral, falecido em 2.014. “Vamos voltar com o tradicional concurso, que é muito divertido e a comunidade toda gosta. Definiremos um local bacana e então vamos comunicar a todos. Mas, de antemão, o Gala Gay vai acontecer”, comemora. Ela avisa que os ensaios já estão acontecendo. Desde o dia 15 de novembro, a União da Ilha já está realizando as terças e quintas-feiras. A partir desta segunda-feira (1º) acontecerão os ensaios na Filhões da Gaviões e Leão da Estradinha. As demais escolas ainda devem confirmar as datas. “O desfile contará com cinco escolas e, a princípio, quatro blocos carnavalescos. A AESP está aberta para os blocos que tiverem interesse em participar, e daremos um apoio”, convida.

O outro lado

Segundo o Presidente da Filhos do Cartola, Wladimir Roberto Miras, foi prestado contas à AESP nas datas corretas, houve apenas atrasos, devido à necessidade de regularizar algumas notas fiscais. “O problema que tivemos foi que umas notas que estavam irregulares, na questão de apresentação. Por exemplo, não podia ser cupom fiscal, tinha que ser nota. Então precisei fazer essa troca”, diz.
 

Wladimir está processando AESP para finalizar
a prestação de contas do Filhos do Cartola

Ele esclarece que, em julho, tentou normalizar a situação, no entanto, a direção da Associação das Escolas de Samba não aceitou. Miras afirma que contratou uma advogada para resolver a questão, mas ainda não obteve respostas. “Nós entregamos as notas e não tivemos nenhuma resposta sobre quais estavam regulares ou não. Então, com a advogada, protocolamos um requerimento junto à Prefeitura, para que nos fosse dito quais informações precisavam ser corrigidas. Mas até hoje não recebemos um retorno”, afirma.  

Wladimir explica que fez a prestação de contas dos R$ 50 mil recebidos da Associação, mas a AESP não aceitou e não informou o motivo. “O problema foi que rejeitaram minhas notas e não disseram quais precisavam ser regularizadas. Tenho todas elas, dando conta do valor utilizado. Como não tive nenhuma resposta, estou ingressando com ação judicial para entender quais não foram aceitas e o porquê. Quero a oportunidade de regularizar as que foram recusadas”, diz.

Doação cobrada

Com relação aos materiais carnavalescos fornecidos por João Inácio da Silva Filho, conhecido por Joca Boladão, de São Paulo, o presidente diz que reconhece que há um débito, mas que só pagará aquilo que for realmente justo. “Eu pago a hora que me apresentarem os valores reais, nada a mais. Tenho as provas da negociação da Melissa, afirmando que o material recebido seria gratuito, proveniente de doação. Agora querem me cobrar por uma doação?”, questiona.

Sobre a desligamento da Filhos do Cartola da AESP, ele afirma que não foi comunicado formalmente sobre a decisão. E ainda, sobre a desfiliação de Melissa Elias da escola, abrindo mão da vice-presidência, ele também garante que ela não avisou sobre sua saída.

Ela não protocolou nenhum pedido de desfiliação, não fez nenhum tipo de comunicação. Para todos os efeitos, ela ainda é a vice-presidente da escola”, diz.