Anunciada para começar em maio, obra de reforma do CME não tem nem licitação


Por Redação JB Litoral Publicado 25/05/2017 às 11h11 Atualizado 14/02/2024 às 18h30

A reforma das instalações do Centro Municipal de Especialidades (CME), determinada no início do governo do Prefeito Marcelo Elias Roque (PV) e do Vice-prefeito e Secretário Municipal de Obras Públicas, Arnaldo Maranhão (PSB), ainda não saiu do papel na área central de Paranaguá.

No quinto dia de mandato, acompanhado do Secretário de Obras, Maranhão, Secretário Municipal de Saúde e Prevenção, Paulo Henrique Oliveira, Secretário Municipal de Planejamento e Gestão, Silvio Loyola e de Alexandre Silvério, Diretor do Departamento de Auditoria da Secretaria Municipal de Saúde, o novo prefeito visitou alguns prédios públicos de saúde e conferiu o estado das instalações e do material à disposição da prefeitura. No CME, a situação era de abandono, o que continua da mesma forma.

Promessa de reforma foi feita no início do mês de janeiro.Site/Prefeitura Municipal de Paranaguá

Neste dia Marcelo Roque, conversando com os secretários, delimitou um prazo máximo de 90 dias para começar a obra de reforma do CME, instalado na região central da cidade. Explicou que o prazo era necessário porque, pelo estado de abandono, a reforma teria que ser completa, demandando um processo licitatório.
 

“Temos o compromisso de reestruturar a saúde para o parnanguara. Sabemos que esta é uma preocupação. Encontramos um prédio completamente abandonado e depredado. Além de determinar a instalação do processo licitatório, o mais rapidamente possível, também vamos realizar uma limpeza emergencial e passar a colocar guardas municipais próximos, para evitar invasão e uso inadequado do prédio”, disse Roque no dia 05 de janeiro.
 

Na oportunidade, o secretário de obras, informou que iria disponibilizar a equipe técnica da secretaria para auxiliar na preparação do processo licitatório. “A equipe da minha secretaria estará orientada a ajudar para que o processo seja o mais rápido possível”, disse Maranhão na época, porém, a licitação só será aberta dia 22 deste mês, mais de quatro meses após esta visita.

Situação ainda é de abandono, quatro meses após a visita do Prefeito

 

Sem segurança, acesso ao prédio por todos os lugares
 

Hoje, passados mais de quatro meses da determinação do prefeito, o prédio segue sem qualquer segurança ou obstáculo a invasões.

A reportagem vistoriou o local na quinta-feira (04) e constatou que a situação de abandono persiste. Instalações elétricas, grades, portas e fechaduras foram furtadas. As infiltrações comprometem a estrutura do prédio e causam alagamentos em diversas salas. Atualmente a Guarda Civil Municipal não faz mais a segurança do Centro Municipal de Especialidades, como realizava logo após a visita do prefeito em janeiro deste ano e a facilidade de acesso continua  por todos os lugares. No local, conforme registrado pelo JB, sinais de ocupação são evidentes, pois há alguns papelões no chão que, provavelmente, servem de cama para moradores de rua.

 

Licitação foi programada para o dia 22
 

Procurada pelo JB, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Comunicação informou que, no próximo dia 22, será aberta licitação para a reforma do Centro Municipal de Especialidades e que as empresas interessadas em participar deverão retirar o edital no site www.paranagua.pr.gov.br ou no prédio da Prefeitura em horário comercial.

Vale lembrar que o prédio, onde funcionava o CME, foi fechado em março de 2015. Localizado a duas quadras do terminal rodoviário urbano e próximo a escolas, devido ao seu abandono, chegou a ser considerada área de risco para a proliferação do mosquito transmissor da dengue – doença que assolou o município em 2016 e causou a morte de 35 pessoas.

A demora pela reforma do prédio – o qual pertence ao Governo do Estado – é vista como uma ameaça. O temor é de que, novamente, ele vire ponto de encontro para moradores de rua e usuários de drogas. Por outro lado, se estivesse em funcionamento, poderia auxiliar os moradores de Paranaguá que, hoje, enfrentam a ameaça de uma epidemia de febre chikungunya. A cidade já tem nove casos confirmados da doença e mais de uma centena em análise para confirmação.