R$ 720 mil investidos na saúde de Guaraqueçaba estão “debaixo da água”


Por Redação JB Litoral Publicado 15/03/2018 às 15h26 Atualizado 15/02/2024 às 01h50

Flagrante feito pelo Veredor Alcendino Ferreira Barbosa (PSDB), o Thuca da Saúde, na segunda-feira passada, dia 5, mostra o descaso com o dinheiro público na cidade de Guaraqueçaba, no setor da saúde para o transporte de pacientes aos hospitais da região. As imagens e o vídeo feitos chocam, por se tratar de duas ‘ambulanchas’, destinadas ao transporte de pacientes, abandonadas no fundo do mar em uma rampa chamada de Hangar, locada pela Secretaria Municipal de Saúde, no Bairro Cerquinha no Beira-Rio.


Elas fazem parte de um lote de veículos náuticos para atendimento de urgência e emergência, entregues pelo Governo do Paraná, na gestão da Prefeita Lilian Ramos Narloch (PSDB), quando Thuca da Saúde era titular da Secretaria de Saúde do município. “O que era pra servir à população de ilhéus em Guaraqueçaba, quando ocorre situação de urgência e emergência está abandonada”, dispara o vereador, bastante indignado com a situação.

 

Entregues no dia 21 de setembro de 2016, pouco mais de três meses antes de encerrar a gestão da Prefeita Lilian, pelo então chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Valdir Rossoni, o lote compreendia nove veículos náuticos, entre eles uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em um investimento que chegou a R$ 720 mil.

 


“Estas ambulâncias náuticas serão de extrema importância para os moradores do município, que agora terão melhores condições de acesso ao sistema de saúde”
, afirmou Rossoni na época. A prefeitura recebeu os recursos por meio do Plano de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios (PAM), uma transferência a fundo perdido feita pelo governo estadual com apoio da Assembleia Legislativa do Paraná.

Transporte para 19 ilhas

A revolta do vereador se deve ao fato de que a cidade possui 19 ilhas e estas ambulanchas potentes, que estão no fundo do mar, são essenciais para agilizar o atendimento dos moradores que precisam chegar às unidades de saúde do município ou de Paranaguá, no caso de situações de maior gravidade. Em seu vídeo, Thuca da Saúde conta que, no dia do flagrante, fazia uma semana que as lanchas estavam naquela situação. “Quando a maré enche cobre os motores e acaba danificando-os, enquanto pessoas nas ilhas estão precisando do transporte”, argumentou o vereador assegurando que irá tomar providências junto ao Ministério Público do Paraná (MPPR). “Isto é um descaso com o patrimônio público, cada ambulancha custa cerca de R$ 45 mil”, finalizou.  

Nesta semana o JB Litoral irá procurar a prefeitura para saber a sua versão dos fatos.