Corpo de Bombeiros do Paraná completa 106 anos de credibilidade e segurança


Por Redação JB Litoral Publicado 08/10/2018 às 00h00 Atualizado 15/02/2024 às 05h02
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Nesta segunda-feira (08) o Corpo de Bombeiros do Paraná completa 106 anos de existência. A Corporação surgiu em 1912, devido à necessidade de um serviço de combate a incêndio na capital do Estado. Criado pela Lei Estadual nº 1.133, através do Presidente da Província Carlos Cavalcanti de Albuquerque, somente em janeiro de 1939 foi instalada a primeira Estação Portuária de Bombeiros em Paranaguá.

No final da década de 50 surgiram mais dois postos no litoral, em Matinhos e Guaratuba, subordinados ao comando do município, com o objetivo de estender os serviços de proteção e combate a incêndio, principalmente às pessoas na faixa da praia, por meio dos serviços de Guarda Vidas.

Em 1995 o atendimento pré-hospitalar foi iniciado e os atendimentos eram realizados por uma ambulância doada pela Petrobrás, onde soldados com conhecimentos específicos de auxílio ao trauma prestavam assistência às emergências.

Devido à constante expansão dos municípios da região, em dezembro de 2010, o 2º Sub Grupamento de Bombeiros Independente (SGBI) foi elevado de categoria e nomeado como 8º Grupamento de Bombeiros (GB), com um quadro de militares mais adequados às necessidades dos sete municípios, devido sua área de atuação.

O comandante do 8º GB, Major Gerson Gross, relembra que antes da implantação da sede na cidade, o serviço era prestado por Curitiba. “Imagine a demora para o atendimento de qualquer situação, principalmente na área do Porto. Uma Estação aqui era uma necessidade real da comunidade àquela época”, diz.
 

Comandante Gross assumiu o 8º GB em maio deste ano. Foto – arquivo pessoal

Heróis da vida real

Os riscos que os profissionais do combate ao fogo correm são grandes, a difícil missão de tentar, exaustivamente, salvar uma vida, está presente diariamente na profissão, razão pelo qual são considerados verdadeiros heróis da vida real. Para o Major Gross, o adjetivo é exagerado. “Costumo dizer que não somos heróis, apenas profissionais bem treinados e dispostos a fazer o que for necessário, inclusive o impossível, para salvar uma vida, humana ou não”, declara.

Todo este preparo físico e psicológico, para bem atender à comunidade, é um dos principais fatores do sucesso da Corporação no Paraná. Porém, o Major afirma que também é necessário ao profissional que exista vocação para servir ao próximo, ter abnegação, empatia, solidariedade. “A questão do preparo físico também é importante, pois a atividade é muito desgastante. Os trabalhos que realizamos exigem muito do organismo, pois as ferramentas utilizadas são pesadas, as roupas de proteção também. Normalmente, uma ocorrência de grande porte não se resolve em poucos minutos, demanda horas de trabalho. Nos casos de salvamento aquático, além de ter que se garantir na água, é necessário ter condições de retirar uma pessoa, que normalmente estará agitada por medo ou até desacordada”, explica.

A formação e o preparo começam ainda na fase preparatória para o Concurso e definem se iniciará a carreira ou não. Após a aprovação, o treinamento se intensifica e se torna extremamente adequado para que, quando em atividade, consiga suportar todas as dificuldades e, ainda, estar de cabeça tranquila para resolver a situação no momento em que as vítimas e envolvidos estão desesperados. “Aprendemos a focar nos protocolos de atendimento para termos sucesso nas ocorrências e preservar o máximo possível a vida das pessoas, o meio ambiente e o patrimônio”, diz o comandante.

Preservação, combate a incêndios e salvar vidas

O bombeiro tem como compromisso constitucional atuar na preservação e no combate a incêndios; realizar buscas e salvamentos seja aquáticos, terrestres ou em ambientes altos; prestar socorro público, por meio do atendimento pré-hospitalar, o SIATE; e atividades de proteção e defesa civil, atuando também em desastres naturais e acidentes que envolvem produtos perigosos.

Na prevenção de incêndios, nosso principal objetivo está ligado nas ações de fiscalização de edificações e locais de eventos, por meio de vistorias e análise de Planos de Segurança contra incêndio e pânico. Nós atuamos junto à sociedade, nos diversos níveis como engenheiros, proprietários de imóveis e usuários para que os riscos sejam reduzidos”, esclarece Gross.

O Major conta que está na corporação há 31 anos e já atuou nas mais diversas situações. “Consegui salvar pessoas e em alguns casos cheguei a perder vítimas nas minhas mãos. Mas nunca me abalei, pois tenho a certeza de que sempre procurei fazer meu melhor para prestar os atendimentos. O saldo positivo é infinitamente maior e a maior realização é oferecer uma mão amiga, muitas vezes a única possibilidade de salvação de uma pessoa, sem esperar nada em troca. Fazer isso como se fosse alguém da minha família”, confessa. Um dos casos mais marcantes, para ele, foi uma ocorrência de acidente de trabalho em Morretes, recentemente.

Nós fizemos um grande trabalho e minimizamos a dor do trabalhador. Infelizmente não pudemos salvar parte de sua perna, que ficou presa em uma máquina, mas salvamos sua vida e demos a ele a possibilidade de estar junto de sua família”, conta.

O comandante afirma que a entidade é uma instituição que goza da maior credibilidade entre outras instituições do Brasil, com índices superiores a 87% de confiança das pessoas. “Isso não surgiu assim, do nada. É resultado de muito trabalho e dedicação”.