Caminhão que bateu e matou seis na BR-277 estava a 123 km/h, diz laudo


Por Redação JB Litoral Publicado 30/08/2016 às 11h06 Atualizado 14/02/2024 às 15h48

Foto: Antonio More/Gazeta do Povo

Um laudo elaborado pela Polícia Científica do Paraná aponta que o caminhão-tanque que bateu e matou seis pessoas na BR-277, em julho deste ano, trafegava a 123 km/h. A velocidade máxima para o trecho onde aconteceu o acidente é de 60 km/h. De acordo com o documento, o veículo descia a serra com problemas nos freios.

A velocidade foi apurada com base nas imagens de uma câmera de segurança e também nos danos encontrados no caminhão e nos demais carros atingidos. Em um trecho do laudo, os investigadores apontam que o caminhão já havia descido 26 km da serra, que tem um desnível de 800 metros.

Um vídeo feito por uma câmera de segurança mostra o momento em que o caminhão-tanque segue desgovernado e se perde em uma curva. O tanque, carregado com 44 mil litros de álcool, se desprende do cavalo e espreme um carro contra a mureta que divide as duas pistas. No mesmo momento, ele explode. Além dos seis mortos, outras 14 pessoas ficaram feridas.

Outros carros que estavam na pista contrária também foram atingidos pelo combustível e pelas chamas das explosões que se sucederam após o acidente.
 

Superaquecimento

No laudo, consta que os tambores de freio do eixo traseiro do caminhão apresentaram coloração azulada na área de contato de frenagem. Segundo os peritos, isso seria um indicativo de que houve superaquecimento da peça. Os peritos dizem que a mesma situação aconteceu no terceiro eixo do tanque, que se desprendeu do tanque na hora do acidente.

Em depoimento, o motorista do caminhão, que sobreviveu ao acidente, disse que avisou aos donos da empresa que é proprietária do veículo sobre o problema nos freios.

Para o delegado que cuida do caso, isso não isenta o motorista de responsabilidade. Ele disse que pretende indiciar o homem por homicídio doloso, com dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de matar.

O delegado acredita que, neste caso, o motorista sabia dos problemas no veículo, mas ainda assim tomou a decisão de descer o trecho de serra.

A polícia também enviou uma carta aos donos da empresa, perguntando sobre os problemas encontrados no caminhão. Eles também podem ser responsabilizados criminalmente pelas mortes.
 

Fonte:  G1 PR, com informações da RPC