Centro de Referência à Dengue tem redução de 64% nos atendimentos


Por Redação JB Litoral Publicado 25/04/2016 às 17h31 Atualizado 14/02/2024 às 13h12

Quem estava acostumado com a imagem do Centro de Referência à Dengue com o fluxo enorme de pacientes hoje se depara com outra realidade. O número de atendimentos reduziu 64%, comparando com a média registrada entre janeiro, fevereiro e março. Atualmente, são cerca de 180 pessoas atendidas no local, contra aproximadamente 500 nos três meses depois de ter sido anunciada a epidemia da doença na cidade.

A notícia positiva, no entanto, não pode servir para que os cidadãos relaxem em relação ao combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes Aegypti, alerta o prefeito Edison Kersten. “Precisamos continuar vigilantes para combater o mosquito. Temos que continuar verificando em nossos quintais se não há objetos acumulando água, o que pode servir de criadouro para esse mosquito. Esse é um cuidado que devemos continuar mantendo. Combater a dengue é um dever de todos. Toda a sociedade deve estar comprometida com essa batalha”, declarou o prefeito.

A redução no número de atendimentos é resultado de uma série de esforços desenvolvidos desde o início do ano. Foi a primeira vez que a dengue afetou Paranaguá e os próprios profissionais de saúde não tinham conhecimentos sobre a doença, conforme o prefeito. “Hoje atendemos 100% do protocolo determinado pelo Ministério da Saúde. Separamos os pacientes, com atendimentos específicos para aqueles de primeira consulta, outros que estavam no retorno e ainda fazer exames. Houve avanço expressivo na melhoria do atendimento, com rapidez e qualidade na forma de atendimento”, comemora o prefeito Edison.

Há duas semanas estão sendo realizados mutirões em Paranaguá, com agentes de endemias visitando e vistoriando as residências, com apoio da Secretaria de Estado da Saúde, por meio da 1.ª Regional de Saúde. Além disso, estão circulando pelos quatro cantos da cidade os carros de fumacê (aplicando inseticida, matando os mosquitos alados) e feita aplicação de bomba costal. “Vamos vistoriar 100% das nossas 64 mil residências. Temos que fazer com que a nossa população mude o seu comportamento em relação ao lixo”, destacou o prefeito.

Alternativas estão sendo buscadas para diminuir os casos de dengue na cidade, lembra o prefeito, que implicam em atuar diretamente contra vetores, como a implantação de mosquitos geneticamente modificados, também conhecidos como Aedes do Bem. “Estivemos em Piracicaba e em Campinas, que tiveram experiência com esses mosquitos transgênicos e houve diminuição de 90% do número de casos, não deixando haver a procriação porque o mosquito cruza com fêmea selvagem e a larva não chega à fase adulta”, explica o prefeito.

Nesta terça-feira (26) o prefeito Edison irá ao Rio de Janeiro, na sede da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), para acompanhar o projeto com armadilhas do mosquito. “Estão sendo bem positivas essas experiências. Na quarta-feira uma equipe da Fiocruz estará em Paranaguá para ver como pode ser feito o combate, mas tudo isso não pode nos fazer relaxar com relação ao combate do mosquito, diariamente, em nossas casas”, reforçou o prefeito.

Vale lembrar ainda que a Prefeitura de Paranaguá recebeu repasses, no valor de R$ 3,9 milhões, da Secretaria de Estado da Saúde, que estão sendo utilizados para pagamento dos 109 servidores contratados temporariamente para trabalhar no Centro de Referência à Dengue. Além dos recursos para pessoal, tal quantia também está sendo utilizada para compra de suprimentos. Outros R$ 4 milhões vieram da Administração dos Portos de Paranaguá (APPA), que serão utilizados para destinação de lixo.