Colégio Anchieta, de Paranaguá, é considerado de utilidade pública; entenda os critérios


Por Flávia Barros Publicado 26/10/2022 às 13h57 Atualizado 17/02/2024 às 20h08
Anchieta

Foi aprovado há um mês no Palácio Carijó, em regime especial de urgência, o anteprojeto de lei que declarou de utilidade pública a Associação Parnanguara de Ensino. Esse é o nome jurídico do Colégio Anchieta que, embora integre a rede particular de ensino, juridicamente é uma entidade sem fins lucrativos. De acordo com o texto aprovado pelos vereadores e sancionado pelo prefeito Marcelo Roque (PODEMOS), a proposta foi baseada na Lei 2711/2006, a qual estabelece que “entidades que promovam o amparo social são passíveis de declaração de utilidade pública, obedecidos os requisitos estabelecidos“, diz trecho do documento.

Ainda segundo a proposta, o colégio presta serviços à comunidade, tais como a concessão de 230 bolsas de estudos parciais, em todas as séries, nos últimos 12 meses, desde o ensino fundamental até o pré-vestibular, distribuídas da seguinte forma:

Séries com estudantes bolsistasQuantidade de bolsas parciais
1º ano do fundamental04
2º ano do fundamental17
3º ano do fundamental15
4º ano do fundamental20
5º ano do fundamental10
6º ano do fundamental20
7º ano do fundamental15
8º ano do fundamental17
9º ano do fundamental13
1º ano do ensino médio19
2º ano do ensino médio14
3º ano do ensino médio18
Pré-vestibular48
Total230

Além das bolsas, ele promove eventos abertos à comunidade escolar em geral da cidade, com custos totalmente sob a responsabilidade da instituição, a exemplo da noite literária, em que professores parnanguaras e de Curitiba encenam e interpretam obras literárias, possibilitando a compreensão de forma mais eficiente e deixando os alunos daqui em pé de igualdade com os da capital para concorrer às vagas no vestibular, segundo o documento.

Também a “super revisão” para o vestibular em que a equipe pedagógica promove quatro dias; dois deles no primeiro semestre e os outros dois em dias que antecedem as provas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A revisão aborda os principais pontos de todas as matérias e os professores dão as aulas fantasiados para chamar ainda mais a atenção dos alunos. Dessas atividades, de acordo com o relatório enviado pela escola, no ano passado, participaram 130 alunos.

E, ainda, o chamado transporte solidário, em que o colégio arcou com o custo rodoviário de levar 70 vestibulandos para fazer as provas da UFPR, em Curitiba.

VANTAGENS

Com a Utilidade Pública, toda entidade que tem o título concedido poderá reivindicar, nos órgãos competentes, isenção de contribuições destinadas à seguridade social, pagamento de taxas cobradas por cartórios e imunidade fiscal, o que torna mais viável manter a instituição em funcionamento.

RENOVAÇÃO E CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS

De acordo com o diretor administrativo do Colégio Anchieta, Welton Dias Fernandes, a entidade já atua com o status de utilidade pública há mais de uma década. “Nós já possuímos a lei há muitos anos, o que aconteceu agora foi uma renovação, que tem de ocorrer a cada três anos. O Colégio Anchieta é uma entidade que tem por finalidade devolver à comunidade parnanguara o que a comunidade proporciona para nós em termos de abatimento, isenções etc.”, disse ao JB Litoral.

Ele explicou como funciona a ‘utilidade pública’ do colégio. De acordo com Welton, existem os alunos que são pagantes e ajudam a manter a estrutura funcionando, uma vez que a instituição não possui uma entidade mantenedora que banque seu funcionamento.

Os recursos arrecadados com os pagantes geram um excedente – é esse o valor a mais que seria utilizado para devolver à sociedade o benefício na forma de abatimento, descontos e mensalidades com valores menores para aqueles que, efetivamente, participam de algum segmento da sociedade que possui convênio com o colégio, já cadastrados antecipadamente. “Por exemplo, os funcionários da Prefeitura têm um abatimento de 20% na mensalidade, esses 20% já são uma parte do que sobraria de recurso do total recebido pelo colégio e que nós revertemos ao cidadão, além de situações de alunos que não podem pagar o colégio e que não têm condições financeiras e, por mérito, acabam conseguindo conceções um pouco maiores”, explicou o diretor.

Em casos de conceção de bolsas para famílias que não tenham recursos financeiros para pagar o valor integral da mensalidade, a renda familiar do aluno não pode ultrapassar, atualmente, os R$ 5 mil.