Com dengue em curva decrescente Carnaval poderá ter menos de 5 mil casos


Por Redação JB Litoral Publicado 12/05/2016 às 19h00 Atualizado 14/02/2024 às 13h19

Faltando 90 dias para realização do Carnaval fora de época em Paranaguá, adiado dia 11 de janeiro em razão dos casos crescentes da dengue na cidade, através de proposição do vereador Arnaldo Maranhão (PSB), a expectativa é que, se mantiver o número decrescente da curva epidêmica, constada nos dois últimos boletins da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), na festa de Momo, o município não terá cinco mil pessoas afetadas.

A boa notícia do anúncio da curva decrescente da doença na cidade, já havia sido informada no dia 21 do mês passado, no plenário da Câmara Municipal por José Carlos Morais, da 17ª Regional de Saúde de Londrina, que esteve acompanhado pela Chefe da 1ª Regional de Saúde, Ilda Nagafuti.

Vale lembrar que na época do adiamento feito pelo prefeito Edison de Oliveira Kersten para Associação das Escolas de Samba de Paranaguá, o Boletim de número 6 da SESA informava um de 1.233 casos autóctones, 54 importados e quatro óbitos.

No boletim de número 22, do dia 3 deste mês, mostrou que a cidade possuía 14.608 casos autóctones, 523 importados, totalizando 15.131 pessoas afetadas. Porém, a curva decrescente constada no Boletim 23, do último dia 10, mostrou que os casos autóctones caíram para 13.668, os importados subiram para 656, totalizando 14.324 casos.

A redução nos casos autóctones, o mais perigoso, foi de 940 em apenas uma semana, enquanto que os importado aumentaram em 133, totalizando ainda um aumento vertiginoso na curva decrescente de 807 pessoas afetadas em apenas sete dias.

Caso esse número se mantenha, a redução de casos de dengue na cidade até o dia 29 de julho, data definida para o Carnaval, será de 9.684 casos e, considerando o total do último boletim, mostrará 4.640 pessoas afetadas no Carnaval.

Fase dormente do mosquito no inverno

Além das ações que a SESA, 1ª Regional de Saúde e a prefeitura municipal vem adotando medidas no combate a dengue na cidade, é fato que com a chegada do inverno a tendência é reduzir o índice da doença, porque a população do mosquito fica relativamente mais baixa, porém, os cuidados devem permanecer e serem até intensificados, para acabar de uma vez com a doença, dizem especialistas pesquisados pelo JB

A bióloga Margareth Capurro, professora associada do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, diz que o risco não está descartado. A gente não tem de se deixar enganar só porque o inverno está aí e não cuidar do mosquito, até porque ele não deixa de existir. Ele está em uma fase dormente, mas ainda está presente”, assegura.

O infectologista Juvêncio Furtado, coordenador científico da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), também afirma que o frio limita a população de Aedes aegypti, mas que, mesmo assim, ainda haverá ocorrências no período. “Se formos para os estados do sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os casos de dengue, por exemplo, serão menores do que no Nordeste e Centro-Oeste. Mas é evidente que lá também vai haver a transmissão”, avalia.

Ele enfatiza que as medidas de prevenção contra o mosquito devem continuar sendo feitas. “Quando se faz o combate durante todo o ano, quando se impede os criadouros, é ai que nós temos uma redução do número de casos no ano seguinte”.

Para afastar o Aedes aegypti e diminuir a chance de contrair a dengue, o zika vírus e a chikungunya, é essencial não deixar água acumulada em vasos de plantas, pneus e demais recipientes, preferir por usar roupas brancas e compridas e utilizar repelente.

Recursos repassados

Vale destacar que as seis escolas de samba já receberam R$ 50 mil cada para fazer o Carnaval deste ano e já fizeram as compras necessárias, em São Paulo, para fantasias, adereços e carros alegóricos. O valor é 11% maior que o recebido pelas escolas em 2015, que foi de R$ 45 mil.

A prefeitura também investiu recursos públicos no Grito de Carnaval que elegeu o Cortejo Real do Carnaval 2016,tendo Anatana Cristina como Rainha do Carnaval, representando a Escola de samba União da Ilha Valadares, a 1ª Princesa Fernanda Scotch da Unidos da Ponta do Caju e a 2ª Princesa, Giovana Silva da Leão da Estradinha, além do Rei Momo, Ademilson Cezar dos Santos Souza.

O Grito de Carnaval foi promovido pela Associação das Escolas de Samba de Paranaguá (AESP) em parceria com a prefeitura através da Fundação Municipal de Turismo (FUMTUR).