Com movimentação nunca antes alcançada, portos paranaenses batem recorde e são destacados em mapeamento da Confederação Nacional dos Transportes


Por Flávia Barros Publicado 01/01/2024 às 11h23 Atualizado 19/02/2024 às 09h32
Soja foi um dos principais granéis sólidos movimentados pelo Porto, em 2023. Foto: Claudio Neves

A Portos do Paraná alcançou, no último dia 12, uma marca histórica: a empresa pública registrou mais de 60 milhões de toneladas movimentadas em 2023, primeira vez que alcança esse patamar na operação de cargas em um único ano.

Ao todo, foram cerca de 61 milhões de toneladas movimentadas nos portos de Paranaguá e Antonina, resultado de um crescimento contínuo ao longo do ano. De janeiro a novembro, houve um aumento de 17% nas exportações em comparação a 2022 (de 33,3 milhões de toneladas para 38,8 milhões de toneladas). As importações se mantiveram praticamente no mesmo patamar: de 20,2 milhões de toneladas, em 2022, para 20,7 milhões até novembro de 2023.

As cargas que tiveram destaque neste recorde, em toneladas, foram a soja (aumento de 43%, de 9,6 milhões de toneladas para 13,7 milhões de toneladas) e açúcar a granel (26% de evolução, de 3,8 milhões de toneladas para 4,7 milhões).

Índice era projetado apenas para 2030

Para comemorar a marca inédita, o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) realizou um ato no Palácio Iguaçu, acompanhado pelo vice-governador Darci Piana (PSD), o secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, e o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Segundo o governador, a marca superou as expectativas graças à boa gestão. “A eficiência da equipe fez com que superássemos a meta de 60 milhões em cargas movimentadas, algo que estava previsto apenas para o ano de 2030”, afirmou.

Para comemorar o índice inédito, governador recebeu diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. Encontro também foi acompanhado pelo vice-governador, Darci Piana e do secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex. Foto: Roberto Dziura Jr/AEN         

Muitos se lembram das filas no porto de Paranaguá, que envergonhavam os paranaenses, mas hoje ele é motivo de orgulho, eleito por quatro vezes consecutivas o melhor do País. O compromisso do Estado é continuar investindo em uma logística eficiente, porque isso ajuda o produtor rural, a indústria, as exportações do Paraná e de outros estados que utilizam os portos paranaenses”, completou Ratinho Junior.

Grande volume de cargas em espaço reduzido

A reportagem do JB Litoral esteve no Palácio Iguaçu, onde conversou com Luiz Fernando Garcia. De acordo com ele, a eficiência é uma marca dos portos paranaenses, que contam com menos de 5 km de extensão para acostagem de navios. “Não à toa somos reconhecidos como um dos portos mais eficientes do mundo, movimentando um grande volume de cargas em um espaço reduzido. Isso só foi possível graças à muita inteligência logística, ajustes operacionais, adequações em tempo de manobras de caminhões e trens, o que fez com que alcançássemos 10 milhões de toneladas a mais de carregamentos e descarregamentos em comparação ao patamar de quando assumimos a gestão, em 2019”, disse.

Nós temos produto, condições operacionais muito adequadas e, se o tempo nos permitir, teremos números ainda mais elevados. Nesse ano que mais choveu, será o ano em que chegaremos aos 64 milhões de toneladas. Começaremos 2024 com o desafio de superar 2023, como tem sido desde 2019“, concluiu.

Ampliação da infraestrutura

Para o ano que vem, a expectativa da administração da Portos do Paraná é de seguir com esse movimento de alta. Para isto, nos próximos meses, será iniciada a construção do Moegão, obra orçada em R$ 592 milhões, e que consiste na implantação de um sistema exclusivo de descarga ferroviária de grãos e farelos. A estimativa é de um ganho de 63% na capacidade de desembarque de cargas com a novidade concluída.

Segundo o governador Ratinho Jr., índice de carga movimentada este ano era projetado apenas para 2030. Foto: Claudio Neves

A ampliação da infraestrutura para o acesso portuário é fundamental para que possamos atingir o novo objetivo, que é chegarmos em 90 milhões de toneladas movimentadas. E, para isso, estamos preparando todos os modais com o novo Moegão, que é a maior obra portuária do Brasil, além das novas concessões rodoviárias”, afirmou o secretário Sandro Alex.

Crescimento destacado pela CNT

Na última terça-feira (19), a Confederação Nacional do Transporte lançou o 3º volume da série “Terminais de Carga do Brasil – Gateways Portuários” e destacou na publicação o crescimento da Portos do Paraná. O porto de Paranaguá foi um dos 12 ativos portuários analisados, que representam cerca de 64% da movimentação total de longo curso no Brasil nos últimos dois anos.

O documento de 231 páginas apresenta um mapeamento completo de todas as áreas da cadeia produtiva do setor, com destaque para os chamados gateways, que são as instalações portuárias que operam cargas de longo curso. A publicação também divulga a movimentação de cargas realizada entre 2013 e 2022, que aparece maior nos últimos três anos.

De acordo com o documento, “a elevada movimentação do Porto de Paranaguá nos anos recentes foi muito impulsionada pela alta produção de soja no país, mas principalmente pelos recordes de produção do estado paranaense, que é responsável por cerca de 15% da safra nacional”, diz trecho.

Confederação Nacional do Transporte lançou o 3º volume da série “Terminais de Carga do Brasil – Gateways Portuários” e destacou na publicação o crescimento da Portos do Paraná. Foto: Claudio Neves

As considerações finais do documento reúnem um panorama do setor portuário brasileiro, entre eles o perfil das cargas movimentadas pelos terminais, que revelou que “os portos organizados possuem uma maior variedade de produtos, enquanto os terminais privados tendem a ser mais especializados”. No caso da Portos do Paraná, as cargas de soja e contêineres são líderes em movimentação.