Com visão de crescimento, cooperativas portuárias atuam normalmente na pandemia


Por Cleverson Teixeira Publicado 23/05/2020 às 09h55 Atualizado 15/02/2024 às 10h29

Com a chegada da pandemia do novo coronavírus ao país, a Covid-19, muitas empresas tiveram que se adaptar às medidas de prevenção à doença. Em Paranaguá, a área portuária segue operando com todos os segmentos de trabalhadores, observando as normas impostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nesse ponto, as cooperativas que prestam serviços para a comunidade portuária, que atuam em sintonia com a empresa pública Portos do Paraná, têm trabalhado normalmente para atender à demanda de trabalho na área primária e armazéns da retroárea.

A Cooperativa dos Amarradores dos Portos do Paraná (COAPP) não sentiu um grande impacto na operação, pois, segundo o presidente da instituição, Erick Fabiano Elias, o setor de inspeção de qualidade, ramo o qual a empresa tem um maior foco, não parou. “O trabalho continua durante 24 horas. Nossos cooperados continuam trabalhando e recebendo, normalmente, como antes mesmo da pandemia. O que mudaram foram as normas de prevenção que estamos tomando. Temos distribuído máscaras, luvas e álcool. Estamos sempre orientando os cooperados a adotarem essas medidas”, afirmou.

Coapp trabalha durante 24 horas

A entidade foi constituída em 2017 e tem, aproximadamente, 90 colaboradores, que realizam atividades no costado dos navios. Um dos serviços prestados é a coleta de amostras de soja, milho e grão em geral, a qual, posteriormente, passa por análise de qualidade. Também são feitas vistorias em containers, além de trabalhos com mercadoria ensacada nos terminais de retaguarda (retroárea). Já com relação à mão de obra secundária, prestada pela Cooperativa, estão incluídos os serviços de inspeção e limpeza.

A Coapp está trabalhando no sentido de fornecer o serviço de amarração de navios no cais. O presidente relata, ainda, que a cooperativa está se enquadrando nas exigências da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para poder entrar nessa atividade. “Tivemos alguns percalços pelo caminho. Mas essa situação já está bem encaminhada. Para que possamos fazer a amarração de navios, precisamos de embarcação e toda uma estrutura. E, para que possamos ter tudo isso, é necessário um capital social ou uma condição financeira bem estável. Então, estamos buscando trabalho em outras áreas, para fazer caixa e realizarmos esse sonho”, concluiu.

Caso seja aprovada pela Antaq essa atividade, a Coapp será a primeira cooperativa do Brasil a conseguir tal liberação.

COOPPORT quer chegar a 300 cooperados

A Cooperativa de Trabalho Portuário do Brasil (COOPPORT) iniciou a sua fase embrionária no dia 7 de setembro do ano passado, prestando serviços aos mais diversos ramos da operação portuária.

A associação atua nas áreas de operação de empilhadeiras de grande e pequeno portes, pá carregadeira, bobcat, carga e descarga de contêineres, vagões e caminhões. Além de possuir um projeto piloto para, futuramente, atuar na amarração de navios, a entidade oferece, também, trabalho de sacaria, manutenção, limpeza e demais atividades.

De acordo com o diretor Jurídico da Coopport, Marcio Pinheiro, mesmo com a pandemia e tomando os cuidados necessários, a entidade segue firme com a prestação de serviços e na capacitação dos seus funcionários. “Estamos avançando, mesmo com a pandemia, e tomando todas as medidas cabíveis. Estamos capacitando o pessoal para o curso de espaço confinado e altura, além dos treinamentos para prevenção de doenças e acidentes. Esses cursos estão sendo ministrados no centro de treinamento, para que eles possam adentrar e executar os trabalhos dentro dos terminais”, explicou.

A cooperativa conta com 99 colaboradores na linha ouro e pretende avançar para as linhas 1 e 2, com a expectativa de alcançar o número de 300 cooperados. Ainda segundo Pinheiro, a adesão de trabalhadores deve ocorrer de maneira espontânea, mas ela passa por triagem, a qual é realizada pela diretoria.

A meta inicial da Coopport é o atendimento aos portos do Paraná e de Santa Catarina com zonas de influência em Antonina, Paranaguá, Pontal do Paraná e Itapoá (SC). A cooperativa está fechando negócio com mais empresas que, caso seja efetivada a parceria, será o quinto contrato fechado este ano. “Quando conseguimos a inscrição estadual, começamos a fazer as abordagens comerciais, com visita de cortesia. Em um mês, visitamos mais de 30 terminais, para apresentar as nossas tabelas de preços. Temos contrato com uma instituição e estamos negociando com mais quatro empresas”, finalizou o diretor Jurídico.

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