Comissão discute medidas para evitar acidentes com produtos perigosos


Por Redação JB Litoral Publicado 30/07/2016 às 17h00 Atualizado 14/02/2024 às 15h02

Foto: AEN

A implantação de áreas de escape, maior controle de velocidade e limitação de tráfego de caminhões que transportam produtos perigosos estão entre as medidas para evitar acidentes como o que aconteceu na BR-277, no início de julho, em que cinco pessoas morreram e 12 ficaram feridas. Estas e outras propostas foram discutidas nesta quinta-feira (28) na reunião da Comissão Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências contra Produtos Perigosos (R2P2), promovida pela Coordenadora Estadual de Proteção e Defesa Civil, na sede do Serviço Social do Transporte (Sest/Senat), em Curitiba.

De acordo com a Defesa Civil, entre 2004 e 2016, houve 821 acidentes com cargas de produtos perigosos nas rodovias do Paraná, que afetaram quase 330 mil pessoas em 161 municípios – além dos feridos e das vítimas fatais, esses produtos podem contaminar áreas de mananciais e comprometer o abastecimento de água. A maioria das ocorrências foi na BR-277, que registrou 118 acidentes no período, dos quais 28 foram entre os quilômetros 24 e 40 da rodovia, no final da Serra do Mar, onde aconteceu o grave acidente do início do mês.

O coordenador executivo da Defesa Civil, tenente-coronel Edemilson de Barros, explicou que a proposta da comissão R2P2, criada em 2013, é prevenir que acidentes desse tipo ocorram no Estado. “A comissão está constantemente discutindo ações que possam melhorar a resposta e, principalmente, a prevenção desses acidentes. Queremos buscar soluções para minimizar situações como aquela que envolveu o caminhão carregado com etanol”, disse.

CONTROLE DE VELOCIDADE – Para o inspetor Lúcio Flávio Marins, da Polícia Rodoviária Federal, a medida mais eficaz para diminuir o número de acidentes nas rodovias seria um melhor controle da velocidade, já que, de acordo com ele, 90% dos veículos que se envolvem em acidentes estão em alta velocidade. Ele sugere que sejam adotados radares que calculam a média de velocidade dos veículos, diferentes dos utilizados hoje, que só captam a velocidade no local onde o radar está instalado.

“Para a implantação desses radares seria preciso mudar a atual legislação. Esperamos que, com a força dessa comissão, possamos alterar a lei para que se use o controle de velocidade por média, o que deve diminuir bastante o número de acidentes”, afirmou o inspetor. Marins explicou que no acidente da BR-277 o motorista estava acima da velocidade permitida para caminhões que carregam produtos perigosos.

Também foi discutida a implantação, pelas concessionárias das rodovias, de áreas de escape para a contenção dos veículos que perdem o controle. A Ecovia afirmou que deve investir R$ 3,6 milhões para a construção de uma área de escape na BR-277, próximo ao trecho onde aconteceu o acidente.

Outra medida para prevenir esses acidentes é limitar o tráfego dos caminhões que transportam produtos perigosos, que não rodariam nos fins de semana e feriados, quando há um maior número de veículos de passeio nas rodovias. Também foram sugeridos o controle dos veículos por satélites para evitar que andem acima da velocidade, treinamentos para os motoristas que transportam produtos perigosos ou inflamáveis, maior fiscalização, obras de engenharia viária e a utilização de outros modais para o deslocamento desses produtos, o que inclui a construção de dutos até o Porto de Paranaguá.

COMISSÃO – Além da Defesa Civil, a comissão R2P2 é formada pelo Corpo de Bombeiros, Batalhão de Polícia Rodoviária, Secretaria de Estado da Saúde, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Sanepar, Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), Agência Reguladora do Paraná (Agepar), Polícia Rodoviária Federal, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Conselho Regional de Química e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ibama). Na reunião desta quinta-feira, também participaram representantes das concessionárias Ecovia, Ecocataratas e Autopista Régis Bittencourt.

Fonte: AEN