Confusão no Leon Motel termina com descoberta de sequestro


Por Redação Publicado 06/02/2023 às 12h28 Atualizado 18/02/2024 às 04h14

Na tarde de domingo (5), equipes da Polícia Militar (PM) se deslocaram até o Leon Motel, na avenida Bento Munhoz da Rocha Neto, região do Aeroparque, em Paranaguá, para averiguar uma possível situação de disparo de arma de fogo e acabaram dando atendimento a uma ocorrência de sequestro.

Tudo começou por volta de 12h30, quando uma funcionária do estabelecimento foi até a sede do 9º Batalhão da Polícia Militar, na Vila São Vicente, relatando que saiu correndo do local depois de ouvir um estampido parecido com um tiro e avistar um homem, que estava em um dos quartos, portando arma de fogo. Ela contou que, momentos antes, uma pessoa ainda teria ligado de um dos quartos para a recepção, informando que estava sendo sequestrada.

Imediatamente as equipes foram ao local e, ao chegarem ao quarto onde a situação teria ocorrido, não havia mais ninguém e nem marcas de disparo de arma de fogo. Através das imagens do sistema de monitoramento, os policiais constataram que o suspeito tinha saído do motel em um veículo HB20 vermelho, o qual teria chegado ao endereço por volta da meia noite, mas nada de ilícito foi constatado na ocasião.

No entanto, após o primeiro atendimento, policiais militares acabaram descobrindo que a situação se tratava de um caso de sequestro. A vítima era um homem de 60 anos, morador do bairro Pilarzinho, em Curitiba, o qual foi localizado por volta das 15 horas em uma rua do Jardim Guaraituba, onde disse que foi abandonado, conseguindo pedir ajuda em uma casa na região.

Entenda

De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O.), o possível caso de sequestro e cárcere privado começou ainda na sexta-feira (3), quando o homem estaria chegando à sua residência, por volta das 15h, no bairro Pilarzinho, quando foi abordado por dois veículos, que fecharam seu carro pela frente e por trás. O homem contou que foi abordado por um dos ocupantes – um homem e uma mulher – que, com uma arma nas mãos, o mandou descer do carro e, com ameaças, ordenaram que ele passasse seus documentos, carteira e dinheiro e entrasse no porta-malas de um dos veículos que o abordou.  

No entanto, a vítima não soube repassar o modelo dos carros e nem como o seu veículo foi retirado da via. Segundo ele, os autores passaram por algumas cidades como Ponta Grossa e Londrina, e ficaram sexta (3), sábado (4) e domingo (5) em motéis ou hotéis diferentes.

Contudo, de sábado para domingo eles vieram para Paranaguá, onde passaram a noite no Motel Leon. O senhor conta que, em todos os momentos, foi obrigado a ficar no porta-malas do carro.

Durante o período, os autores teriam feito diversas transferências via PIX e compras em seu cartão, sendo o prejuízo avaliado em cerca de R$ 100 mil. O B.O. explica que o valor não pôde ser confirmado pela equipe de militares, uma vez que o aplicativo estava bloqueado e não foi possível contato com o banco Itaú via 0800.

Confusão no motel

Já no domingo, o senhor estava no motel quando o casal autor teria se distraído e ficado para fora do apartamento onde ele se encontrava, supostamente, em cárcere privado. Foi aí que o homem conseguiu escapar das amarras que disse possuir nos pulsos e fechado a porta do quarto por dentro.

Na sequência, ele teria pedido socorro através do telefone que liga à recepção do estabelecimento. A princípio, segundo ele, o casal teria descido as escadas e ido até a portaria do motel para pegar uma chave reserva da porta através de ameaças para com a funcionária.

Depois disso, o B.O. conta que os autores retornaram ao quarto em que estavam e abriram a porta, vindo a render o senhor novamente. Nesse momento, o homem foi colocado no porta-malas do veículo Hyundai HB20, cor vermelha, e o casal saiu do local alterado e em alta velocidade. Esta situação específica foi verificada através da filmagem da entrada do motel e, além disso, gerou o registro de um outro B.O.

Assim que saíram do lugar, o senhor contou aos policiais que o casal foi até uma casa próxima, onde, possivelmente, moraria a mãe do autor, chamado de Felipe, no Jardim Guaraituba. Após algum tempo, o homem foi solto na mesma via, bem como recebeu novamente seu aparelho celular com bateria e a chave do carro que haviam deixado em Curitiba.

Homem foi abandonado no Jardim Guaraituba

Desta forma, ele conseguiu pedir ajuda na residência próxima até que os policiais chegassem. Quando os militares perguntaram sobre os autores, o homem disse que o indivíduo o tratou bem, mas não soube repassar características, apenas disse que ele tem cabelo amarelo e estava vestindo uma camisa preta.

Sobre a mulher, o senhor contou que já a conhecia e que estava com ela antes do ocorrido. Seu nome seria Fernanda ou Inajara, uma mulher morena clara, cabelo preto liso e com duas tatuagens com desenho de cobra naja na barriga e nas costas. Ele também disse que tinha o contato dela salvo em seu celular já há algum tempo.

Diante da situação, os policiais entraram em contato com a esposa do homem e repassaram o acontecido. Um uber foi solicitado para que levasse o senhor, que não estava ferido, até Curitiba.