Demutran vai fiscalizar estacionamento no Mercado Municipal Nilton Abel de Lima


Por Redação JB Litoral Publicado 02/09/2016 às 08h56 Atualizado 14/02/2024 às 15h58

Até mesmo carros abandonados, que estão sendo usados como moradia de viciados e desocupados, agrava o problema.

Sem nenhum tipo de fiscalização por parte do Departamento Municipal de Trânsito (DEMUTRAN), após duas sucessivas reportagens do JB feitas em abril e agosto deste ano, o Programa de Estacionamento Regulamentado (PERTO) passou a ser fiscalizado desde a última quinta-feira (25) junto às vagas existentes no Mercado Municipal Nilton Abel de Lima em Paranaguá.

A informação foi afixada pela Secretaria Municipal de Segurança, por intermédio da Guarda Municipal, que alerta sobre a fiscalização da necessária rotatividade no local, onde os veículos podem permanecer estacionados pelo período máximo de duas horas.

Após este período será aplicada a notificação de infração prevista no artigo 181, inciso XVII do Código Brasileiro de Trânsito (CBT), que pune motoristas que estacionam em desacordo com a regulamentação especificada pela sinalização. Medida que não vinha sendo praticada nos últimos anos.

 O impasse do problema crônico da falta de vagas de estacionamento no Mercado Municipal é uma antiga reivindicação dos permissionários que atuam nas áreas de gastronomia e souvenirs. Eles são obrigados a dividir o espaço para possíveis clientes com carros de moradores oriundos da Ilha dos Valadares, o que gera descontentamento e confusão no critério da distribuição do espaço.

Em abril o JB trouxe à tona esta situação e com alternativas de soluções, sugeridas pelos próprios empresários que atuam no local, uma delas, por sinal, era justamente a medida que o Demutran passou a utilizar na semana passada: a aplicação do PERTO, o que daria rotatividade para os espaços aos veículos, como prevê a legislação que o criou.

Neste mês, o JB trouxe nova reportagem sobre a polêmica, desta vez, mostrando que a situação piorou com a constatação de veículos abandonados, servindo de moradia para usuários de drogas e mendigos, além de espaços usados para barcos inutilizáveis e abandonados.

O início da fiscalização pelo Demutran foi bem recebido pelos empresários que atuam no Mercado Municipal. Eles comentaram e comemoraram a iniciativa da prefeitura nas redes sociais.  

 

Entenda o caso

Construído pelo prefeito Mário Manoel das Dores Roque (PMDB) e inaugurado por José Baka Filho (PDT), em 2009, com a finalidade de acondicionar comerciantes e os permissionários que tiveram de deixar o antigo “Ferradura”, em razão da construção do Aquário Marinho Municipal, o Mercado Nilton Abel de Lima surgiu como opção gastronômica e um centro comercial diversificado, voltado ao atendimento da população de Paranaguá e dos turistas.

Na época, a prefeitura aproveitou o espaço para solucionar, de forma paliativa, o local usado como estacionamento pelos moradores da Ilha dos Valadares, com a demolição do espaço existente no local. Com isso, o Mercado Novo e os insulanos passaram a dividir o espaço diante do prédio nos últimos seis anos.

Diante do vertiginoso crescimento demográfico ocorrido na ilha, o número de veículos aumentou consideravelmente e as vagas destinadas aos usuários da rede gastronômica e dos diversos comércios no Mercado Novo foram drasticamente reduzidas.

Hoje a situação se tornou insustentável aos comerciantes, principalmente da área gastronômica, que se veem prejudicados pela falta de vagas nos principais horários de consumo, que são na hora do almoço e no período noturno.

A falta de espaço para um turista ou mesmo um parnanguara estacionar seu carro desestimula sua opção pelos restaurantes e lanchonetes locais, assim como pelas lojas de artesanatos, roupas e outros tipos de produtos.