Duas cidades do Litoral entram no mapa de risco da Dengue


Por Publicado 18/03/2022 às 13h49 Atualizado 17/02/2024 às 04h14
A doença que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti pode receber nova forma de combate em breve. Foto: Divulgação:/ Forrest Brasil Tecnologia

A Secretaria Estadual de Saúde do Paraná divulgou novo boletim da evolução da Dengue, na última terça-feira (15). Em uma semana houve um alerta ligado em Paranaguá e Guaratuba, que entraram para o mapa de alto risco de infecção. Além disso, os casos prováveis cresceram 70% se comparado ao registro anterior.

O 1º óbito pela doença no ano epidemiológico foi de um homem de 58 anos de idade, residente no município de Nova Esperança, de abrangência da 15ª Regional de Saúde de Maringá. Mas, enquanto alguns municípios sofrem para combater o mosquito, a cidade de Ortigueira viu a doença desaparecer com uma técnica que logo chegará às cidades litorâneas.

A razão para a erradicação é um trabalho continuado, realizado com uma biotecnologia sustentável. O Projeto Controle Natural de Vetores desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia, com trabalho de cientistas brasileiros e israelenses, é realizado desde novembro de 2020.

Em um ano, a redução foi de 90% no número de larvas viáveis encontradas em campo. Dados mais recentes mostram que a continuidade do trabalho fez com que, há dois meses, não fossem mais encontrados ovos e larvas em Ortigueira. O número de pessoas doentes também caiu, de 120 para 5, quase 95%, sem nenhuma morte. Desde junho de 2021, não são registrados casos na cidade.

Cientistas desenvolveram a técnica que pode ser a responsável por erradicar o mosquito da Dengue. Foto: Divulgação/ Forrest Brasil Tecnologia

O método é baseado na tecnologia TIE – utilização do Inseto Estéril –, em que os mosquitos são soltos de forma massiva. Os machos estéreis se acasalam com as fêmeas selvagens, que deixam de procriar, provocando uma imediata redução na infestação do mosquito e disseminação de doenças como a Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela. O estudo é reconhecido pela comunidade científica internacional, sendo publicado em revistas de destaque do mundo todo.

A Secretaria de Saúde do Paraná (SESA) também reconhece e aprova a tecnologia, com disponibilidade de ser aplicada em várias regiões do estado.

Durante a temporada das chuvas, o perigo da multiplicação dos Aedes aegypti é enorme. Isso porque, após cerca de 15h da postura, os ovos dos mosquitos conseguem resistir a longos períodos de baixa umidade, podendo ficar até 450 dias no seco. “Neste momento de mudanças na dinâmica populacional, utilizar tecnologia e inovação é fundamental, pois as medidas de controle utilizadas atualmente são, de certa forma, pouco efetivas e de alto custo, com baixo poder de prevenção”, explica a epidemiologista Daniele Queiroz, coordenadora da Forrest e consultora da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde).

A dengue apresentou nos dois últimos anos vários casos entre paranaenses. Somados os ciclos epidemiológicos 2019/2020 e 2020/2021, o estado contabilizou 209 mortes e 453.947 notificações da doença. O atual período epidemiológico, iniciado em agosto do ano passado, indica mais uma vez a gravidade da situação, diz a especialista.

A Forrest Brasil Tecnologia informou ao JB Litoral que a forma de erradicar o mosquito deve chegar à 1ª Regional em breve. Principalmente nas cidades que mais sofrem com a doença nesse período.