Em 2015, o JB denunciou uso de área pela Kimway que justiça suspendeu atividade


Por Redação JB Litoral Publicado 01/08/2017 às 14h08 Atualizado 14/02/2024 às 20h48
Parte da área da empresa

Em junho de 2015, o JB recebeu a denúncia que a Kimway Internacional, do empresário Chen Jung Chung, estaria usando área de manguezal em sua atividade comercial e, ao procurar a empresa, que assegurou que operava na legalidade e possuía Licença de Instalação e de Operação, fornecida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

Na época, o empresário disse que a reportagem que, para investir na expansão da empresa no lote 1, obteve a Licença de Instalação com o Chefe Regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o engenheiro agrônomo Cyrus Augustus Moro Daldin e a Licença de Operação com o IAP de Curitiba. Porém, ao tentar a renovação da LA no lote 2, acabaram sendo autuados pelo IAP, mas tudo foi pago e regularizado. A licença ambiental não foi concedida pela dúvida se, de fato, tratava-se de área de manguezal, algo da denuncia feita ao JB e que resultou numa perícia técnica. Todavia a Kimway foi proibida de fazer novas edificações e movimentações de solo, a ponto de ter uma placa com esta orientação colocada na empresa.
Passado exatamente dois anos desta situação, em junho deste ano,

em documento expedido pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), a Dra. Juliana Weber da 2ª Promotoria de Justiça ajuizou Ação Civil Pública contra o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e cinco servidores do quadro próprio da estatal, pela prática de crimes contra a administração ambiental ocorridos em Paranaguá.

Licenças irregulares emitidas pelo IAP

No documento do Ministério Público, constava a informação que os licenciamentos ambientais das empresas Kimway Comércio de Equipamentos Industriais e Highflow Armazenagem, em especial a Autorização Ambiental número 26410, as licenças prévias números 34767 e 35777, as licenças de instalação números 17668 e 18698 e a Licença de Operação número 31585 encontravam-se irregulares, por não seguirem as observações estipuladas em resoluções da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e do Conselho Estadual de Meio Ambiente.

Cyrus e Noelle foram chefes do escritório do IAP no Litoral

Para o MPPR os servidores do IAP Carlos Eduardo da Silva, Cyrus Augusto Moro Daldin, Luiz Tarcísio Mossato Pinto, Noelle Costa Saborido e Venilton Pacheco Mucillo favoreceram, durante o procedimento administrativo de licenciamento ambiental, as duas empresas. De acordo com o órgão, a prática, além de crime, configura ato de improbidade, já que desrespeita os princípios constitucionais de moralidade e impessoalidade.

As duas empresas pertencem ao mesmo grupo e têm sede no Bairro Jardim Iguaçu. O ramo de atuação consiste no armazenamento de mercadorias para terceiros, em especial compensado de madeira, além de pátio de contêineres.

Suspensão pela justiça

Nesta semana uma decisão liminar do juiz Rafael Kramer Braga acatou parte das alegações da promotoria  e suspendeu o licenciamento ambiental da Kimway e da HighFlow e, consequentemente, suas atividades comerciais.

Além de aterrarem o terreno e suprimirem um córrego e uma mata nativa, as duas empresas teriam conseguido o licenciamento ambiental irregularmente, como já havia informado o MPPR. Com a decisão, Cyrus Daldin e Venilton Macillo estão impedidos de atuar em qualquer processo envolvendo as duas empresas.

Por sua vez, a Assessoria de Imprensa do IAP, disse a decisão judicial foi acatada, o licenciamento paralisado e os funcionários foram comunicados sobre a decisão de não atuar mais no processo. Sobre os demais aspectos citados na denúncia, como a acusação de interferência em licenciamentos, o IAP declarou que o prazo para defesa começou a correr desde ontem (31).

 

Com Informações do MPPR