Fim da contagem regressiva: temporada do pinhão começa na próxima segunda (1º)


Por Luiza Rampelotti Publicado 30/03/2024 às 05h32

*Com informações da AEN

A partir da próxima segunda-feira (1º), o pinhão, um dos mais emblemáticos símbolos do Paraná, estará de volta às mesas dos paranaenses. Seguindo a orientação do Instituto Água e Terra (IAT), a colheita, armazenamento e comercialização da semente estarão liberados, desde que tenham atingido o período completo de maturação. Essa medida visa não apenas garantir a preservação da espécie, mas também assegurar a saúde dos consumidores.

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Seguindo a orientação do Instituto Água e Terra (IAT), a colheita, armazenamento e comercialização da semente estarão liberados, desde que tenham atingido o período completo de maturação. Foto: Gilson Abreu/SGAS

De acordo com as normas estabelecidas na Portaria IAP nº 046/2015, o período de maturação é essencial para proteger a reprodução da araucária, árvore ameaçada de extinção. Quando o pinhão cai ao chão, proporciona uma oportunidade para animais, como a cutia, ajudarem a semear o fruto em outros lugares, contribuindo assim para a reprodução da planta.

A população em geral pode contribuir para a preservação da araucária respeitando o período da maturação do pinhão, permitindo que as espécies da fauna possam se alimentar e ajudar a semear a planta. Além disso, é possível denunciar qualquer irregularidade aos órgãos ambientais fiscalizadores, como o IAT“, explica a engenheira florestal do escritório regional do IAT em Guarapuava, Lauren Soares Silva.

Porém, a comercialização do pinhão imaturo é proibida devido ao alto teor de umidade e a presença de fungos, podendo tornar-se tóxico para o consumo humano, causando problemas como má digestão, náuseas e constipação intestinal. Portanto, é importante que os consumidores estejam atentos à qualidade do produto adquirido.

Pinhão só do Paraná

Além disso, a venda de pinhões trazidos de outros estados também é proibida, visando proteger a produção local e garantir a preservação da araucária. A fiscalização é realizada pelo IAT e pelo Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAmb-FV), e em caso de irregularidades, são aplicados processos de infração ambiental e multas.

O pinhão é uma parte importante da cultura paranaense e também desempenha um papel significativo na economia do estado. Em 2022, movimentou cerca de R$ 20,8 milhões, segundo o Valor Bruto de Produção (VBP) do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

A produção de pinhão em 2022 alcançou 4,1 mil toneladas, de acordo com a Pesquisa de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A região Centro-Sul do estado concentrou mais da metade da safra, com municípios como Inácio Martins, Pinhão e Turvo liderando a produção.

Apesar da importância econômica, não há uma previsão exata do volume que será colhido neste ano, pois o pinhão é um produto extrativista. Portanto, é fundamental que a população e os produtores respeitem as regulamentações estabelecidas para garantir a preservação dessa árvore tão emblemática e ameaçada de extinção.

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